cam a sofisticação política como elemento-chave na explicação do comportamento político. A premissa teórica comum é a de que eleitores com níveis distintos de sofisticação teriam apreensões distintas do universo da política, de modo que isso influenciaria a maneira como tomariam suas decisões políticas (Campbell et al., 1960; Sniderman, Brody e Tetlock, 1991; Delli Carpini e Keeter, 1996). Tal condição de desigualdade na distribuição da sofisticação política tem sido atribuída à posição socioeconô-mica dos cidadãos, além do interesse por política
Research on public opinion towards affirmative action shows that citizens often support the principle of equality while simultaneously rejecting policies that promote it in a pattern described as the “principle‐policy puzzle.” The scholarship also shows that ideology and prejudice towards the targeted group explain the puzzle with respect to racial affirmative action. In this article, we use unique survey questions included in the 2014 round of the AmericasBarometer in Brazil to show that citizens tend to support electoral gender quotas while rejecting gender‐based egalitarianism in a reversed version of the “principle‐policy puzzle.” We argue that a different type of gender attitudes, namely benevolent sexism, shapes support for gender quotas as well as for the principle of equality. While benevolent sexists tend to reject gender equality based on views about gender complementarity and stereotypes about women's purity, they also support quotas as policies to foster such values. Our findings suggest that even though the political and scholarly debates can provide sound normative reasons for the adoption of quotas across different contexts, public support for them often relies on paternalistic views and expectations about the role of women in politics.
What explains the gender gap in political knowledge found by surveys across different contexts? This article proposes that female political representation affects the levels of knowledge expressed by men and women and, ultimately, the gender gap. The underrepresentation of women makes gender stereotypes salient, and these in turn affect how much cognitive effort individuals put into thinking about politics. Moreover, I argue that surveys are often responsible for enhancing the effect of those considerations. I analyze cross-national survey data from 120 countries to test whether the gap in knowledge decreases as female representation increases across countries. Then, I manipulate the gender composition of feeling thermometer batteries in a survey experiment with American subjects to test whether priming considerations about female representation affects respondents' performance on knowledge questions. The findings suggest an explanation for why surveys often reveal gender differences in knowledge and a mechanism connecting women's representation and public opinion.
O artigo analisa o impacto da desigualdade de sofisticação política sobre as preferências políticas dos cidadãos. Após uma discussão sobre o conceito e a mensuração da sofisticação política, examina-se seus principais determinantes utilizando dados de uma pesquisa de painel realizada em Caxias do Sul e Juiz de Fora ao longo de 2002. Em seguida, o artigo examina quatro hipóteses da literatura acerca do efeito da sofisticação política sobre a maneira como os eleitores processam informações e opinam: 1) eleitores mais sofisticados apresentam maior estruturação ideológica em suas opiniões do que eleitores menos sofisticados; 2) eleitores mais sofisticados possuem opiniões políticas mais estáveis ao longo do tempo do que os politicamente menos sofisticados; 3) eleitores mais sofisticados adquirem mais informações políticas ao longo do tempo do que eleitores menos sofisticados, e; 4) eleitores mais sofisticados emitem opiniões com maior frequência do que eleitores menos sofisticados. As análises no artigo dão amplo suporte a essas hipóteses. Por fim, discute-se as implicações dos achados para os estudos de opinião pública e voto no Brasil.
Brazil is one of the countries most affected by the Covid-19 pandemic. Yet, while rates of contagion and deaths increase over time, polls show that opinions about the pandemic become less concerned about the virus and less supportive of mitigation measures. According to observers, a key factor in this process is President Bolsonaro’s denialist stance. In this paper, we show that patterns of media choice help explain how Bolsonaro influences public opinion over time. Using three online surveys conducted at different stages of the pandemic, we show that the divergence in views about the pandemic is driven largely by Bolsonaro supporters who prefer to consume news online. The findings have implications not just for understanding the politicization of the pandemic in Brazil, but also for the relationship between populism and mass communications in the social media era.
A estabilidade e a efetividade da preferência partidária no BrasilThe stability and effectiveness of partisan preferences in BrazilRevista Brasileira de Ciência Política, nº13. Brasília, janeiro -abril de 2014, pp. 213-244.Boa parte da literatura da ciência política brasileira sobre comportamento eleitoral tem se dedicado ao exame da influência da preferência partidária sobre o voto para presidente.1 Em sua maioria, os estudos mais atuais procuram verificar em que medida a preferência do eleitor por um ou outro partido tende a se associar à sua escolha de candidato. O objeto é de interesse capital para estudiosos da democracia brasileira, uma vez que a conexão entre eleitores e partidos é vista como um importante indicador da institucionalização do sistema partidário (Dalton e Wattenberg, 2000;Dalton, 2007).Uma das estratégias de análise mais comuns do impacto da preferência partidária é o exame de correlações entre essa variável e o voto, geralmente medidos por meio de pesquisas de opinião coletadas no mesmo ponto do tempo (Carreirão e Kinzo, 2004;Carreirão, 2007;Nicolau, 2007). Esse tipo de análise tem se tornado cada vez mais comum, com a disseminação do uso de técnicas estatísticas e a disponibilidade crescente de dados de pesquisa de opinião para os cientistas políticos brasileiros. A partir de tais análises, 214 Frederico Batista Pereira algumas conclusões sobre a dinâmica do partidarismo no eleitorado brasileiro se estabelecem. Em primeiro lugar, os dados mostram que a proporção de eleitores brasileiros que declara ter preferência por algum partido é baixa se comparada às de democracias mais avançadas (Samuels, 2006). Mais ainda, por conta da curta duração (comparativamente falando) e da complexidade do sistema partidário brasileiro, os eleitores menos escolarizados e informados tendem a ser menos partidários do que os mais informados e escolarizados (Kinzo, 2005). Nesse sentido, além de servir como base do voto de uma parcela minoritária do eleitorado, os partidos não servem de referência para a escolha das massas menos politicamente sofisticadas. No entanto, apesar desse acúmulo de conhecimento sobre o partidarismo no atual sistema partidário brasileiro, ainda há perguntas a serem respondidas. Até que ponto é possível assumir que os eleitores que declaram ter preferência partidária em pesquisas de opinião realmente possuem uma orientação substantiva em relação ao partido que preferem? Dito de outro modo, até que ponto o partidarismo é mesmo uma orientação forte entre os eleitores que o manifestam? Muito embora pareça não haver trabalhos que examinem empiricamente essa questão entre os estudos mais recentes, duas autoras já especularam sobre possíveis respostas. Balbachevsky (1992) defendeu que, mesmo constituindo um grupo reduzido do eleitorado, a parcela de indivíduos que manifestam preferência partidária teria, sim, uma orientação forte em relação aos partidos. Por outro lado, Castro (1994) argumentou que a preferência partidária de grande parte dos eleitores que a manifestam seria uma orientação in...
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