O presente artigo investiga o suporte oferecido e o papel desempenhado pela religião na construção de laços afetivos e religiosos que facilitaram a integração social dos imigrantes haitianos na sociedade brasileira de 2012 a 2015. Para alcançar esse objetivo, realizei observação acompanhante no Salão do Reino (Testemunha de Jeová) localizado no Jardim Londres em Campinas. Também, acompanhei várias atividades religiosas feitas pelas Testemunhas de Jeová no Brasil, presencialmente e online. Analisei, ainda, o corpus textual relacionado à questão da religião e da migração; além de outros textos importantes como artigos de jornal, dentre outros. A partir desse estudo, foi possível entender que a religião Testemunhas de Jeová, na tentativa de pregar e converter migrantes haitianos, construiu laços de amizade e de afetividade que facilitam a aceitação dos estudos bíblicos por parte destes imigrantes. Faz parte da própria política de pregação construir tais laços de uma maneira simbólica. Imigrantes com quem conversei durante essa pesquisa mencionaram o apoio que eles recebem dos seguidores dessa religião, como informações acerca do cotidiano da sociedade brasileira e suporte linguístico (ensino de português por alguns membros).
Analisam-se falas de usuárias de produtos clareadores e conteúdo de chamadas publicitárias para comercialização de produtos destinados a desempretecer a pele, e discursos de youtubers que fazem promoção com objetivo de convencer as pessoas a usar esses produtos, além de compreender o sentido que essas pessoas atribuem a essa prática. Objetiva-se também refletir sobre as diversas categorias utilizadas para nomeá-la. Após introduzir o tema, em primeiro ponto expõem-se as justificativas apresentadas por usuárias, comerciantes e fabricantes de produtos e, com base nessas justificativas, no segundo ponto, articulam-se raça e gênero, destacando como essa prática predominantemente feminina resulta de uma exigência estética pautada numa preferência por uma pele menos preta. No terceiro e último ponto, ao problematizar categorias como branqueamento, despigmentação voluntária usada para denominar essa prática, devido a seus limites, adota-se o desempretecimento para nomear essa prática.
This article focuses on three moments in the intellectual elucidation of Haitian identity during the time that Haiti was occupied by the United States, from 1915 to 1934. It analyses the intellectual output of writers of Haitian Indigenism, which emerged during this period of crisis and its political developments. The article makes five main points: first, it presents the emergence of Haitian Indigenism; second, it turns to the first manifestation of Haitian intellectuals against the US occupation, considering the so-called ‘writers at the margins of Indigenism; third, it presents the position of authors of the Revue Indigène, particularly of Jean Price-Mars; fourth, it analyses the Revue Les Griots, concentrating on how François Duvalier makes political use of the racial issue. Finally, through these investigations, the article establishes a dialogue with contemporary authors who discuss the construction of identity within post-colonial debate.
Ao olhar pela questão racial, o presente artigo apresenta considerações sobre a Antropologia haitiana do século XIX, centrando em duas obras produzidas no final do mesmo século, Da Igualdade das Raças Humanas: antropologia positiva de Firmin (1885) e Da Reabilitação da Raça Negra pela República do Haiti de Price (1898). Ambos os autores não apenas denunciaram violências, discriminações sofridas pela “raça” negra, mas também denunciaram o racismo científico europeu, lutando para (re)construir uma imagem positiva das pessoas negras. Analisando essas obras, compreendo que esses autores tiveram influências sobre pensadores afro-americanistas. Também explicito que seus trabalhos objetivaram promover uma nova concepção de Antropologia e de seres humanos. Ao cotejar essas duas obras, apreendo que a antropologia haitiana, ao longo do século XIX, permaneceu uma antropologia contra-hegemônica.
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