Este texto situa o papel da extensão rural no marco de novas iniciativas de desenvolvimento rural que devem ser orientadas pelo imperativo socioambiental. Destaca-se que os processos de transição agroecológica devem sustentar-se nos conceitos e princípios da Agroecologia, razão pela qual buscou-se trazer uma aproximação a esses conceitos, bem como sobre as abordagens que tratam dos níveis de transição que devem orientar as ações dos extensionistas, agricultores ou consumidores envolvidos em processos. Neste sentido, considera-se que os processos de transição agroecológica requerem o apoio de uma Extensão Rural Agroecológica, que supere o modelo difusionista clássico do extensionismo rural e no qual o extensionista além do seu papel como técnico deve atuar como um facilitador. Ademais, sugere-se um conjunto de etapas da transição agroecológica, que vão da dimensão pessoal às dimensões meso e macrossocial, de modo que, na medida em que avança, o processo de transição se torna mais complexo, pois, a cada etapa correspondem novas propriedades emergentes. Portanto, a transição agroecológica não se confunde com a conversão para sistemas orgânicos pela simples substituição de insumos. O objetivo deste artigo é, justamente, refletir sobre a complexidade dos processos de transição agroecológica e sobre o papel que pode desempenhar a extensão rural.
O objetivo desse artigo foi analisar as contribuições da Lei nº 12.188/2010 para a agricultura familiar em Alagoas, tomando como base as Chamadas Públicas de Assistência Técnica e Extensão Rural (ATER), lançadas pelo Departamento de Assistência Técnica e Extensão Rural (DATER), da Secretaria de Agricultura Familiar (SAF) do Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA) para o Estado, entre os anos de 2010 a 2014. Tendo a política recente de extensão rural brasileira como pano de fundo, procurou-se entender, através do estudo exploratório, se a operacionalização da Lei poderia melhorar a oferta de serviços e ampliar a abrangência em número de beneficiários. Em Alagoas, em 2006, segundo o IBGE, 92% dos agricultores não receberam assistência técnica, ou seja, o Estado encontrava-se em condições críticas no atendimento dessa política. Entretanto, ao término desta pesquisa, ficou evidenciado que, através das Chamadas Públicas, foi atendido apenas 4% do universo da agricultura familiar, e que as promessas dos gestores públicos, que seriam de desburocratização e de continuidade do serviço com a implementação da Lei, não se efetivaram nesse Estado.
No Assentamento Chico Mendes III, localizado na Zona da Mata, com sede no distrito de Tiúma, município de São Lourenço da Mata, estado de Pernambuco, Brasil, as famílias assentadas vêm vivenciando um processo de transição agroecológica e pesquisa-ação. Considerando que ainda se sabe pouco sobre a sustentabilidade dos agroecossistemas em assentamentos rurais, o estudo, realizado em 2011, se propôs a mensurar a sustentabilidade desse assentamento a partir da construção de um índice agregado, composto por um sistema de indicadores distribuídos em três atributos sistêmicos: produtividade, estabilidade e autogestão. Os resultados apontam que a redistribuição da terra, aliada a processos organizativos endógenos, juntamente com a revalorização de práticas agrícolas camponesas e a inovação agroecológica constituem elementos primários de um processo mais amplo de recampesinização no seio da reforma agrária. A metodologia utilizada mostrou-se válida e proporciona uma linha de base que pode ser utilizada em futura avaliação comparativa.
Este artigo pretende fazer um resgate sobre a trajetória de dois pesquisadores, Francisco Roberto Caporal e José Antônio Costabeber, com ênfase em algumas das nossas contribuições para a Extensão Rural brasileira e para o avanço da Agroecologia no Brasil. Como marco temporal desta trajetória tomamos como referência o período que começa com nossa experiência de formação junto ao então Curso de Mestrado em Extensão Rural, da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM). O artigo destaca algumas passagens de nosso trabalho em conjunto com o colega e amigo, já falecido, José Antônio Costabeber, ao longo de vários anos.
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