A democracia se tornou a questão medular da política desde o século XX. Porém, o ressurgimento de discursos nacionalistas radicais em conjunto com a ruptura de engajamento entre cidadãos e governo pós-globalização é um problema que coloca em risco o seu futuro. Assim, o estudo de novas práticas democráticas constante é necessário para buscar meios de fortalecê-la. Nesse sentido, o objetivo do presente trabalho é identificar modelos e instrumentos democráticos inovadores capazes de fortalecer a experiência democrática e empoderar os cidadãos em processos de tomadas de decisão mais inclusivos. Para tal, foi utilizada uma metodologia mista, variando entre qualitativa e quantitativa, através do levantamento bibliográfico e de dados retirados dos websites oficiais das ferramentas identificadas. A pesquisa resultou na discussão de três instrumentos digitais inovadores disponíveis: um de nível global, o Projeto Consul; outro estrangeiro, a plataforma Decide Madrid; e um nacional, o portal E-cidadania brasileiro. Concluiu-se que apesar de a implementação de tais ferramentas aumentar a participação cidadã no governo nos últimos anos, esse crescimento foi infecundo. A eficiência de tais instrumentos depende, antes de tudo, do interesse público, pleno funcionamento das instituições representativas para fazerem jus às reivindicações populares e políticas de inclusão digital eficientes.
O século XXI marcou a transição do capitalismo industrial ao digital. Nos últimos anos, um oligopólio constituiu-se nos EUA para explorar economicamente os recursos digitais emergentes, dilatando-se durante o governo Obama. Após a expansão econômica, a era Trump suscitou problemáticas sobre o poder político das megacorporações do setor, marcando o início de tentativas de contenção pelo chefe do Executivo e Legislativo para proteção do livre mercado e liberdades individuais. No entanto, essas tentativas de contenção são, de fato, iniciativas voltadas apenas para proteção do “livre mercado”? Visando responder esta questão, o objetivo do artigo é analisar as relações entre as big techs e a política norte-americana nos governos Obama (período de expansão) e na era Trump (tentativas de contenção).
A Internet popularizou-se globalmente a partir da década de 90 e se tornou central nas relações sociais contemporâneas. Atualmente, mais de 50% da população mundial a utiliza diariamente. Com isso, a quantidade de dados digitais produzidos aumentou subitamente, fazendo com que adentremos na “Era do Big Data”. Contudo, essa área é dominada por oligopólios privados com enorme capital que absorvem novas empresas e tecnologias, eliminando possíveis concorrentes e colocando em risco a estabilidade estatal. Assim, o objetivo do presente trabalho é analisar a posição dos Estados em relação à “Era do Big Data”. Os resultados demonstraram a existência de um ciclo vicioso de concentração de informações sensíveis e poder político-econômico em oligopólios. Conclui-se que os “dados” não devem ser vistos apenas como uma ferramenta de aprimoramento comercial, mas sim, como uma fonte de recurso estratégico aos Estados, devendo-se priorizar os interesses públicos em detrimento dos privados em sua gestão.Palavras-Chave: Big Data; Poder; Economia Política Internacional. ABSTRACTInternet became globally popular and central to social relations since 1990s. Currently, more than 50% of the world’s population uses it daily. As result, the amount of digital data produced has suddenly increased, making us enter the “Big Data Era”. However, this area is dominated by private oligopolies with huge capital that absorb new companies and technologies, eliminating potential competitors and putting state stability at risk. Thus, the objective of the present work is to analyze the position of the States in relation to the “Big Data Era”. The results demonstrated the existence of a vicious cycle of concentration of sensitive information and political-economic power in oligopolies. It is concluded that big data should no longer be seen only as a tool for commercial improvement, but rather as a source of strategic resources for States, where public interests should be prioritized over private ones in their management.Keywords: Big Data; Power; International Political Economy. Recebido em: 10/04/2021 | Aceito em: 07/07/2021.
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