Atentos às experiências com a matemática, nas formas em que elas nos afetam o sentido, deixamo-nos envolver por um chapéu imprevisto. Nesta experiência, recolhemos algo que a transcende, infiltrando-se pelas membranas do tempo e espaço de ensinar. Com algo, passeamos por transformações enredadas numa brincadeira de aprendiz de feiticeira: magia que cria possibilidades de despertar o pensar?
Temos memórias de docências e discências, reconhecemos alguns modos de ser e estar em sala de aula. Seguimos deveres, esquivamos devires. Mantemos uma relação com a verdade que muitas vezes inibe a experimentação e a criação de novos modos de ser e estar em uma aula de matemática. Considerando as forças densas do contexto de verdades estabelecido sobre docência em Educação Matemática e, ao mesmo tempo, forçados a buscar outros modos de nos relacionarmos com esse contexto, propomos neste ensaio uma experimentação. Este texto se constitui como um exercício que explora a potência da Filosofia da Educação na formação do professor de matemática, sem intenção de explicar, legitimar ou consolidar, mas de explorar, “pensar, ser e ensinar de outro modo" (KOHAN, 2003, p.225). Experimentamos nesta escrita a invenção de um personagem, o professor-criança, e sua preparação. Um personagem que surge e se movimenta inspirado pelo conceito de devir-criança e seu potencial na formação do professor de matemática. Uma preparação que tenta encontrar brechas para o novo e tornar-nos sensíveis aos encontros intensivos e aos movimentos causados por suas forças.
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