Instituição: HOSPITAL GERAL CESAR CALS J.B.S.J, masculino, 31 anos, procedente de Fortaleza, com diagnóstico prévio de Doença Inflamatória Intestinal (DII) deu entrada no hospital com quadro de diarreia aquosa de grande volume, em média 8 episódios por dia, sem muco ou sangue, associado a vômitos pós-prandiais, náuseas e febre. Durante o internamento, evoluiu com melena, hematoquezia e febre, sendo feito antibioticoterapia e antiparasitários sem melhora clínica. Realizou endoscopia (EDA) que evidenciou úlcera em duodeno com pesquisa d H. Pylori negativa, e retossigmoidoscopia que mostrou retossigmoidite grave com mucosa bastante friável e com biópsia compatível com colite indeterminada. Após descartes de infecção e sorologias não reagentes, entre as quais CMV e HIV, iniciou-se terapia com mesalazina, corticoterapia endovenosa (hidrocortisona 300 mg/dia). Devido à persistência do quadro foi decidido terapia de resgate com infliximabe com resposta transitória do quadro, porém após o quarto dia evoluiu novamente com enterorragia importante, com queda de 2 mg/dL de hemoglobina. Decidido pela abordagem cirúrgica, com colectomia total. No pós operatório imediato foi liberado resultado de pesquisa para CMV (pp65) positiva, sendo iniciado esquema com Ganciclovir por 21 dias com melhora clínica importante e exame de controle mostrando-se indefectível. Discussão: O citomegalovírus (CMV) é um vírus de alta soroprevalência em nosso pais e possui uma capacidade peculiar de infectar o hospedeiro mantendo se integrado ao DNA do paciente na forma de infecção latente. O vírus também pode se apresentar na fora de doença, a citomegalovirose, que ocorre mais comumente em pacientes imunocomprometidos, ocorrendo quando o vírus acomete um órgão alvo (trato gastrointestinal, pulmão, olhos, etc) aumentando a morbidade e mortalidade nestes doentes. As doenças inflamatórias intestinais (DII), doença de Crohn (DC) e Retocolite Ulcerativa (RCU), são doenças crônicas, sem cura, que acometem o trato gastrointestinal. Seu tratamento e a própria fisiopatologia promove muitas vezes um estado de imunossupressão. Logo, os pacientes com DII apresentam uma maior risco à infecção pelo CMV. Conclusão: A infecção por CMV é uma associação rara, mas descrita na literatura em pacientes portadores DII, por isso deve ser investigada na piora clínica destes pacientes. A abordagem terapêutica apropriada pode trazer melhora clínica e prevenir cirurgias. ABCDExpress 2017;1(2):1070Codigo: 64263 Acesso está disponível em www.revistaabcd.com.br e www.sbad2017.com.br Acesso pelo
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