ResumoPretende-se debater as concepções teórico-metodológicas dos estudos de usuários da informação, criticamente, considerando a historicidade, a totalidade e as contradições da sociedade capitalista como constituidoras das práticas informacionais dos sujeitos. As atuais abordagens de estudos de usuários da informação, tradicionais e alternativas, mostram--se limitadas por não abarcarem a complexidade dos aspectos que formam os sujeitos e a sua constituição social. Desconsideram a dimensão histórico-social da ação humana, focando somente a ação individual. Entende-se que, para compreender as práticas informacionais dos sujeitos, é necessário situá-las historicamente, considerando-se que a subjetividade não está descolada da estrutura social. Para a construção de um método ou de uma forma de olhar crítica, sugere--se a adoção de categorias de análise desenvolvidas por Pierre Bourdieu. Apresentam-se as categorias habitus, campo social e capital simbólico para tentar compreender as práticas informacionais construídas no cruzamento entre as relações sociais baseadas na exploração de uma classe sobre outra (e de dominação de um grupo sobre outro) e compreender também a percepção subjetiva dos indivíduos. Palavras-chave:Método. Práticas informacionais. Usuários da informação. Abstract The article critically discusses the theoretical and methodological concepts of the studies of information users, considering the historicality, totality and the contradictions of capitalist society as constitutors of the informational practices of users. The current traditional and alternative approaches to information users have been shown to be limited, because they do not cover the complexity of the aspects that shape the users and their social constitution. These theories disregard the historical-social dimension of human action, focusing only on the individual action. One understands that to comprehend the informational practices of subjects, it is
<p>Nesse artigo, apresentamos uma revisão de literatura sobre os conceitos Comportamento Informacional e Práticas Informacionais, suas diferenças de concepção e aplicação nos Estudos de Usuários. Tais conceitos se tornaram guarda-chuva, abrigando diferentes concepções teórico-metodológicas. Concluímos com apresentação de uma definição para Práticas Informacionais considerando as múltiplas determinações da vida em sociedade.</p>
Objetivo: identificar as demandas de informação de pessoas transexuais no processo de construção de suas identidades, a partir do conflito com o gênero designado no nascimento, identificando as contradições e as barreiras enfrentadas por elas nesses processos, bem como as estratégias usadas para superar essas dificuldades Metodologia: pesquisa qualitativa, a partir de um roteiro semiestruturado para guiar entrevistas sobre histórias de vida, de onde foram retiradas categorias de análise de práticas informacionais que foram discutidas a partir de conceitos da sociologia da prática de Pierre Bourdieu. Resultados: o sistema sexo/gênero, constituído historicamente, resulta em várias barreiras de acesso à informação por pessoas que vivenciam conflitos com gênero designado no nascimento. Essas pessoas acabam ocupando espaço heterodoxo do campo de gênero, produzindo e compartilhando informações sobre transexualidades na prática cotidiana Conclusões: Pessoas transexuais acessam e compartilham informações na prática cotidiana, diante da precariedade dos serviços de educação e saúde em produzir e compartilhar conhecimentos sobre esse fenômeno. O conhecimento construído por mulheres e homens transexuais é efêmero, produzido por muitas mãos, e impacta a rigidez das classificações produzidas pela medicina, transformando-as.
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