Resumo Historicamente os povos indígenas têm se articulado na luta por seus direitos frente à comunidade. Muitos grupos, ao usarem estratégias específicas, desenvolveram processos de emergências políticas na luta pelo reconhecimento de suas diferenças. A partir da Constituição de 1988 e devido a importantes fenômenos sociais, muitos grupos passaram a ter seus direitos humanos reconhecidos juridicamente. Acreditamos que as associações e organizações indígenas e pró-indígenas que emergiram a partir da segunda metade do século XX articularam estratégias particulares que resultaram no reconhecimento das especificidades dos povos indígenas frente ao Estado brasileiro. A nosso ver, fenômenos de etnogênese e etnicidade constituem a base do protagonismo indígena na história do Brasil.
No contexto de crise política e econômica que se materializou em vários países da América Latina na segunda metade do século XX, os povos indígenas articularam estratégias particulares na luta por direitos sociais frente aos Estados Nacionalistas, a partir de um processo histórico de mobilizações e demandas étnicas de âmbito nacional e internacional. Os eixos centrais dessas articulações políticas estiveram (e ainda hoje estão) diretamente relacionados ao reconhecimento de suas diferenças frente aos processos de assimilação e integração empreendidos por esses Estados ao longo das relações de contato. Nas últimas décadas, tais processos se tornaram mais evidentes, passando a ser questionados por sujeitos e coletivos indígenas em um processo que denominamos de emergências políticas e sociais de sujeitos e coletivos indígenas na América Latina, os quais, informam os processos decoloniais. Nesse sentido, propomos uma análise histórica e política que se debruça sobre os movimentos indígenas ocorridos no Brasil e na Colômbia de modo a identificar, conhecer e debater sobre algumas de suas características singulares e correlacionais. A ênfase nos processos sócio-políticos que possibilitaram o reconhecimento constitucional da diversidade e da diferença de povos nesses dois países se torna elemento importante, no âmbito das reformas econômicas e neoliberais, para refletirmos sobre a ampliação da participação política de grupos sociais considerados incapazes de protagonizar a luta pela reivindicação das demandas mais elementares de seus modos de vida. Nesse sentido, o objetivo do texto é apresentar elementos históricos que permitam a reflexão sobre fenômenos de emergências políticas e sociais de povos indígenas, desencadeadas no Brasil e na Colômbia a partir da segunda metade do século XX.
__________________________________________________ ResumoFalar de História Indígena é, sobretudo, abordar as agências indígenas nos processos históricos nos quais estiveram inseridos, reconhecendo sua agência, seu protagonismo e sua atuação. Desde meados do século XX, os povos indígenas têm sistematizado atuações políticas por meio de instrumentos recorrentes entre os não índios, sem abandonar suas práticas milenares. Os movimentos indígenas atuam de modo amplo, pautando demandas e alcançando conquistas. Dentre elas, a Educação é uma baliza importante. Nesse sentido, o objetivo deste texto é apresentar elementos que nos permitam refletir sobre as articulações indígenas por uma educação específica e diferenciada sopesando o lugar que ela ocupa nos processos políticos nos quais os indígenas estão inseridos e seus desdobramentos. Os apontamentos apresentados informam indícios e rascunham interpretações, desde uma perspectiva que privilegia o protagonismo indígena. Assim, encaminhamos um ensaio acerca da evolução do panorama educacional vinculado à questão indígena, indicando alguns apontamentos acerca dos dados reunidos no início de uma pesquisa sobre Educação Escolar Indígena na Amazônia Brasileira. Por meio dela, pretendemos indicar um nexo que, segundo nos parece, deve ser ressaltado: a importância do protagonismo indígena na conformação de uma política de Estado para a Educação Escolar Indígena. Desse modo, o texto dá os primeiros passos na reflexão não somente dos nexos que ligam aquela educação às lutas dos movimentos indígenas, mas, também, na ponderação acerca de uma inflexão nas políticas indigenistas, as quais, nos últimos anos, passaram a contar com a participação direta dos coletivos indígenas.Palavras-chave: Protagonismo Indígena; Educação Escolar Indígena; Região Norte. Abstract
O processo de colonização da Amazônia Portuguesa desenvolveu-se considerando as especificidades locais. Colonos, missionários e lideranças indígenas articularam inúmeras estratégias com o intuito de monopolizar a administração da mão de obra indígena. O controle sobre os índios foi assunto de primeira ordem na administração colonial do Estado do Maranhão e Grão-Pará em meados do século XVII. Nossa proposta é apresentar um breve resumo sobre o cotidiano deste espaço que foi palco de inúmeros debates sobre a evangelização e utilização do contingente indígena. Os cenários escolhidos para tal análise foram os aldeamentos missionários da Companhia de Jesus, onde padres jesuítas e índios Principais se articulavam na tentativa de materializar projetos pessoais, institucionais e coletivos. Através das cartas missionárias, da legislação indigenista vigente à época e de documentos do Arquivo Histórico Ultramarino, analisamos o cotidiano colonial, através dos embates e alianças das diversas lideranças políticas envolvidas nesse cotidiano.
As universidades têm se constituído espaços de estratégias de afirmação, interação e representação do protagonismo indígena no Brasil. O acesso de indígenas ao ensino superior tem possibilitado a ampliação de debates relacionados às causas indígenas. Pesquisadores e estudantes de diferentes áreas de conhecimento têm desenvolvido trabalhos no âmbito do Ensino Superior, evidenciando a legitimidade e atualidade dos Movimentos Indígenas nas relações que estabelecem com a Formação Superior. Tais fenômenos etnicossociais, os quais temos denominado de etnogêneses, decorrem de longos processos de emergência, valorização e reconhecimento da diversidade étnica no país. Diante do ingresso cada vez maior de indígenas nas instituições de educação superior no Brasil, consideramos oportuno desenvolver algumas reflexões sobre a questão. Nesse sentido, o objetivo deste texto é rascunhar algumas considerações sobre o acesso de sujeitos indígenas nas universidades como estratégia de interação com a comunidade envolvente, constituindo-se como oportunidade consistente de articulações necessárias ao fortalecimento dos movimentos indígenas. Para tanto, apresentamos algumas questões que nos permitam refletir sobre os desafios enfrentados pelos acadêmicos indígenas na atualidade.Palavras-chave: Protagonismo indígena contemporâneo. Movimentos indígenas. Ensino Superior.Indigenous movements and the university space: alternatives to indigenous protagonism in the Brazilian AmazonABSTRACTUniversities have been constituted as spaces of affirmation strategy, interaction and representation of the indigenous protagonism in Brazil. The access of indigenous people to higher education has made possible an expansion of debates related to indigenous causes. Researchers and students from different areas of knowledge have developed works in the context of higher education that evidence a legitimacy and an update of the Indigenous Movements in the relations with the creation of a Superior Formation. Ethnogenesis phenomena come from long processes of emergence, appreciation and recognition of ethnic diversity in the country. Faced with the growing number of indigenous people in higher education institutions, in Brazil, considerate about the problem. Our objective is to point out some considerations for thinking about the access of indigenous subjects to the university as a strategy of interaction with a surrounding community, constituting it as a consistent opportunity of articulations for the strengthening of indigenous movements in Contemporary Brazil. Therefore, we present some questions that allow us to reflect on the challenges faced by indigenous academics.Keywords: Indigenous movements. Higher education. Ethnogenesis.Movimientos indígenas y el espacio universitario: alternativas al protagonismo indígena en la Amazonia brasileñaRESUMENLas universidades se han constituido en espacios de estrategia de afirmación, interacción y representación del protagonismo indígena en Brasil. El acceso de indígenas a la enseñanza superior ha posibilitado una ampliación de debates relacionados con las causas indígenas. Investigadores y estudiantes de diferentes áreas de conocimiento son desarrollados trabajos sin enseñanza de enseñanza Enseñanza superior que evidencian una legitimidad y una actualización de los Movimientos Indígenas en las relaciones con la creación de una Formación Superior. Fenómenos de etnogénesis provienen de largos procesos de emergencia, valorización y reconocimiento de la diversidad étnica en el país. Ante el ingreso cada vez mayor de indígenas en las instituciones de educación superior, no Brasil, consideraciones sobre el problema. Nuestro objetivo es apuntar algunas consideraciones para pensar el acceso de sujetos indígenas en la universidad como estrategia de interacción con una comunidad envolvente, constituyéndose como una oportunidad consistente de articulaciones para el fortalecimiento de los movimientos indígenas en el Brasil contemporáneo. Para ello, presentamos algunas cuestiones que nos permitan reflexionar sobre los desafíos enfrentados por los académicos indígenas.Palabras clave: Movimientos indígenas. Enseñanza Superior. Etnogénesis.
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