RESUMO:O presente artigo tem como objetivo geral averiguar as estratégias e possibilidades mobilizadas por homens de cor livres a fim de ascenderem socialmente, conforme os padrões de antigo regime, tendo como esteio o ofício e a arte musical. Para tanto, empreendeu-se análise de alguns fragmentos relativos ao campo musical composto por esses sujeitos no Brasil colonial, num período compreendido entre a segunda metade do século XVIII e as duas primeiras décadas do XIX. Ao mesmo tempo, procedeu-se a uma investigação comparativa entre as atuações de músicos das capitanias de Minas Gerais e São Paulo, justamente por constituírem espaços bem distintos no que diz respeito ao enquadramento social desses homens.PALAVRAS-CHAVE: músicos de cor; Minas Gerais; São Paulo; séculos XVIII e XIX; ascensão social.Com a chegada da corte portuguesa no Rio de Janeiro, em 1808, teve início um ímpeto modernizante, caracterizado pela implantação mais intensa dos signos da civilidade européia no Brasil. Nesse processo, o campo musical foi um dos alvos privilegiados pelas mudanças, que se materializaram através da criação da Casa da Ópera e da Capela Real, ambas destinadas a execução de música erudita, sendo aquela reservada às profanas e esta às sacras. Os dois espaços eram reconhecidos por neles se apresentarem obras de altíssima qualidade, à semelhança do que ocorria em Portugal. Assim, a Capela Real da nova sede do império lusitano foi instituída nos moldes da Capela lisboeta, famosa em toda a Europa por reproduzir à altura os
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