O presente artigo tem como objetivo refletir sobre o processo de leitura sob o ponto de vista da enunciação. Entender os vários níveis da enunciação (enunciador/enunciatário, narrador/narratário e interlocutor/interlocutário) é também compreender o papel do leitor na produção discursiva, ou seja, como co-produtor, sendo englobado no conceito de sujeito da enunciação.
Em cinco décadas de projeto científico, a semiótica francesa trilha o caminho vaticinado por Hjelmslev (1975, p.132-133), inscrito nas últimas palavras deProlegômenos a uma teoria da linguagem: a passagem da imanência à transcendência, ambas governadas pela imanência. Dentro de sua pequena história, são três “abordagens” na elaboração de suas metodologias: inteligível, sensível e cognitivo. Na inteligível, impera o formalismo do percurso gerativo do sentido; na sensível, a incorporação de um corpo que sente; na cognitiva, por fim, há a necessidade de passar de um corpo-carne para um corpo cognitivo, introduzindo a atividade cognitiva do sujeito na apreensão do sentido. Com base no instrumental teórico da semiótica francesa e tomando a nomenclatura “semiótica cognitiva”, usada por alguns autores, como Klinkenberg (2000, 2001, 2010), a proposta deste artigo é tentar responder ao problema da percepção, dando continuidade às discussões da semiótica sensível para entender como o sentido se constrói pelo viés da abordagem cognitiva. Assim, integrando as abordagens inteligível, sensível e cognitiva, propõe-se o “esquema da semiose da percepção” para entender o processo de construção do sentido.
Resumo: A proposta do trabalho é analisar a imagem do leitor brasileiro de blog. Para fazê-lo, é preciso deter-se primeiro no escrevente das páginas, já que, ao construir a imagem de quem produz o texto, ele projeta automaticamente a imagem de seu destinatário. A pesquisa será norteada pela semiótica francesa, ou da Escola de Paris, e terá como foco a enunciação. Assim, faremos uso dos conceitos de enunciador e de enunciatário, instâncias linguísticas que correspondem ao que a Retórica chama, respectivamente, éthos e páthos: imagens do destinador e do destinatário do enunciado, construídas ao longo do texto. Entre várias possibilidades e critérios de escolha do material a ser analisado, estabelecemos como parâmetro de investigação os blogs mais acessados, pois neles estaria, em teoria, a representação da maioria desses leitores. Parte-se do pressuposto de que nos blogs mais visitados estaria a maioria dos blogueiros, e, onde estivesse a maioria dos blogueiros, estaria o retrato de sua constituição. Para chegar a um corpus que contivesse os blogs mais acessados do país, valemo-nos de duas metodologias, reunindo uma amostragem referente a todo o ano de 2006, ano-base sobre o qual se debruça o estudo. O primeiro método consistiu em um levantamento dos blogs mais votados pelos próprios internautas. No segundo método, o corpus foi apreendido a partir de duas listas publicadas na mídia. A imagem alcançada revela que o blogueiro, além da heterogeneidade de temáticas que o impulsiona na leitura, é caracterizado por três fatores: narcisismo, pseudoliberdade e ludicidade. Palavras-chave: modalidades, perfil do enunciador, perfil do enunciatário, blog
RESUMO:O artigo tem como objetivo refletir sobre o processo de leitura sob o ponto de vista da enunciação. Entender os vários níveis da enunciação (enunciador/enunciatário, narrador/narratário e interlocutor/interlocutário) é também compreender o papel do leitor na produção discursiva, ou seja, como co-produtor, sendo englobado no conceito de sujeito da enunciação. PALAVRAS-CHAVE:Enunciação; leitura; leitor; semiótica. ABSTRACT: This article has the aim to reflect over the process of reading under the enunciation point of view.Understanding the different levels of enunciation (enunciator / enunciatee, narrator / narratee, interlocutor / interlocutee) is also comprehending the role of the reader in the production of the discours, as a coproductor, found in the concept of the subject of enunciation.
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