Pretende-se explorar contradições e confluências entre o meio (fotográfico) e a imagem do índio brasileiro sob uma perspectiva histórica da fotografia brasileira. A imagem do índio nessa fotografia manifesta-se em três momentos distintos. Na fase inicial, no lugar do exótico, contraditório ao sentido moderno da fotografia durante o Segundo Império. Na segunda fase, as fronteiras entre o etnográfico e o nacional se diluem, nos primeiros cinquenta anos do século XX, a exemplo da Comissão Rondon/Seção de Estudos do SPI e do fotojornalismo moderno no Brasil da revista O Cruzeiro. No terceiro momento, as manifestações de uma etnopoética das fotografias de Claudia Andujar fazem meio e imagem se fundirem como lugar etnográfico na arte contemporânea.
RESUMO: O artigo faz uma análise do filme Rituaes e festas Bororo, realizado em 1917 pelo Major Luiz Thomaz Reis nas suas primeiras filmagens como responsável pela Seção de Cinematografia e Fotografia da Comissão Rondon. A análise centrase na narrativa cinematográfica e sua contraposição com fotogramas publicados no volume I da série Índios do Brasil, assinada por Cândido Mariano da Silva Rondon e publicada em 1946. Para o autor do artigo, o filme faz parte de um conjunto maior de imagens da Comissão Rondon e traduz um momento sígnico indicial da construção da imagem do índio como "selvagem" ou de uma cultura que mantém suas práticas tradicionais. A película é considerada atualmente como um marco na história do filme etnográfico. PALAVRAS-CHAVE: fotografia, filme etnográfico, antropologia, Bororo, Luiz Thomaz Reis. IntroduçãoPretendo neste artigo analisar o filme Rituaes e festas Bororo (1917), de Luiz Thomaz Reis, de expressiva importância para a história do filme etnográfico, pelo seu pioneirismo e pela sua original proposta narrativa. Antes de entrar na análise fílmica e nas relações imagéticas relacionadas ao tema, apresento inicialmente um resumo das atividades da Comissão Rondon, na qual Reis participou ativamente como cinegrafista e fotógrafo, sob o comando do Marechal Rondon.
RESUMO: O artigo pretende fazer uma digressão sobre questões referenciais da imagem fotográfica desde a formação da imagem dentro do complexo aparelho/operador até as construções de suas significações sociais e de sua circulação na sociedade. Ao pensar a imagem técnica como gênese da expansão imagética dos tempos atuais permitiu-nos avançar novas possibilidades de compreensão das subjetividades, individuais ou coletivas, da imagem fotográfica na contemporaneidade. PALAVRAS-CHAVE: imagem; representação; fotografia. PHOTOGRAPHY IMAGE: APPARATUS, REPRESENTATION AND MEANINGABSTRACT: The article aims at a digression on reference matters of the photographic image -beginning with image formation inside the operator/device ensemble all the way through the construction of social significations and its circulation among society. While analyzing the technical image as source of expansion of present time it has allowed us to advance new possibilities for the understanding of subjectivities, whether collective or individual, of the our time's photographic image. KEY WORDS: image; representation; photography.A perspectiva de fazer uma aula inaugural em um programa de pós-graduação em psicologia social nunca esteve em meus planos. Assim como minha viagem e estadia por dois anos no Japão. A vida cria boas surpresas. E, da mesma forma, é como atravessar oceanos, e meu sentido de navegação pode ser influenciado pela intuição, não que isso seja de todo mau -meu processo decisório na fotografia é marcadamente "instintivo", mas sei que por trás disso há código e formação, ou seja, enquanto fotografo, um conjunto de elementos estruturantes da fotografia, que vão desde os elementos propriamente constitutivos do código, e a cultura fotográfica incorporada depois de muitos anos diante da imagem, atuam juntos e, por isso, muitas vezes penso que a intuição é somente o feeling necessário. Essa situação de estar envolto em um código pautado por elementos técnicos que organizam a imagem, atuam de forma subjacente, e o fotógrafo pode entrar em uma espécie de "transe fotográfico", atingindo um estado alterado de consciência que lhe permite um olhar diferenciado das pessoas comuns.Minha trajetória dentro da universidade nasce efetivamente dentro do campo da imagem. Ainda jovem estudante de Ciências Sociais na Universidade de São Paulo me interessei pela fotografia como um instrumento de expressão pessoal e, logo em seguida, como uma ferramenta metodológica dentro do olhar na pesquisa antropológica. Esses dois caminhos foram muitas vezes paralelos e às vezes totalmente diferenciados, mas em algumas felizes ocasiões, coincidentes, quando, enquanto fotógrafo, pude fazer do olhar fotográfico um recorte valorativo e plástico no campo de pesquisa envolvido. Outras vezes, algumas felizes pesquisas também me levaram ao encontro com a fotografia e o cinema em trabalhos analíticos de imagens realizadas por outrem, e nessas pesquisas a imagem é parte do processo de significação ou mesmo adotada como caminho da própria pesquisa. Quando eu não realizo image...
Em 1951, a revista O Cruzeiro publicou uma reportagem sobre um ritual de iniciação no Candomblé, na Bahia, com o seguinte título As Noivas dos Deuses Sanguinários, com 42 fotografias de José Medeiros. Seis anos depois, a mesma editora publicou um livro, chamado de Candomblé, com mais 22 fotografias inéditas. A nova forma de publicação colocou as mesmas imagens em outro formato e em outra valorização imagética. Pretendemos nessa comunicação discutir o deslocamento dos significados sociais entre o sensacionalismo e a documentação etnográfica. A partir de um estudo de caso, pretendemos discutir os formatos de apresentação de material etnográfico nos meios de comunicação de massas e suas decorrentes conseqüências com a invasão de um olhar leigo voyerista e, muitas vezes preconceituoso, induzido pela mídia em relação às cerimônias e rituais tradicionais de culturas locais não globalizadas. Abstract In 1951, O Cruzeiro Magazine published an article about an initiation ritual of candomblé in Bahia, with the title The Brides of the Sanguinary Gods, with 42 photographs taken by José Medeiros. According to Medeiros, the publication brought a lot of controversy to the Candomblé world in Bahia. Six years later, the same publisher for O Cruzeiro published a book, entitled Candomblé, with all the pictures from the article plus 22 others. This paper discusses the presentation of the material related to traditional rituals e ceremonies by mass-communication media and the consequences of its often-prejudiced vision of other cultures.
No abstract
Ensaio visual a partir de amigos presos e fichados pelo DOPS (Departamento de Ordem Política e Social) na invasão da PUC/SP (PontifíciaUma assembleia geral na Faculdade de Ciências Sociais da Universidade de São Paulo com a maioria dos estudantes decide ir para a Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, para discutir os rumos do movimento estudantil contra a ditadura militar e pela tentativa de refundar a UNE -União Nacional dos Estudantes. As forças policiais estavam cercando a maioria dos campi universitários para tentar impedir a reunião de delegados vindos de todo o país, mas muito mal informados não sabiam que a reunião já havia ocorrido nesse dia pela manhã. Os dois mil estudantes que se movimentaram até o bairro de Perdizes foram ao êxtase ao serem informados de que a dita reunião ocorreu naquela manhã. Cercada por grande efetivo repressor e instigados pela sua incapacidade de prever os fatos, foi detonada uma das mais fortes ações contra o 1Fernando de Tacca é professor livre-docente no Instituto de Artes. Contato:
scite is a Brooklyn-based organization that helps researchers better discover and understand research articles through Smart Citations–citations that display the context of the citation and describe whether the article provides supporting or contrasting evidence. scite is used by students and researchers from around the world and is funded in part by the National Science Foundation and the National Institute on Drug Abuse of the National Institutes of Health.
hi@scite.ai
334 Leonard St
Brooklyn, NY 11211
Copyright © 2024 scite LLC. All rights reserved.
Made with 💙 for researchers
Part of the Research Solutions Family.