O presente artigo tem como objetivo geral discutir o papel do Estado na construção da infraestrutura e do setor industrial por meio de um estudo de caso determinado geográfica e temporalmente, os Estados Unidos ao longo do século XIX. Parte-se do argumento de que o sentido do avanço na infraestrutura doméstica é contingente às medidas estatais quanto ao desenvolvimento industrial. Para aprofundar tal argumento e realizar o objetivo geral, inicialmente, detalha-se o conjunto de mudanças infraestruturais ocorridas ao longo do século XIX, atentando para a relação entre elas e o desenvolvimento econômico. Após isso, são apresentadas as principais medidas estatais estadunidenses, que confluíram para que o avanço na infraestrutura forjasse uma trajetória de desenvolvimento industrial.
ResumoEste trabalho apresenta um modelo analítico para analisar o impacto das políticas públicas de infraestrutura no desenvolvimento econômico. Para tanto, utiliza duas varáveis principais: 1) padrão de relacionamento entre os setores público e privado, que representa o grau de cooperação entre os setores público e privado (autonomia inserida); 2) política infraestrutural, classificadas como horizontais, quando seu princípio norteador é a busca pela eficiência e têm como foco o fortalecimento de vantagens comparativas, e verticais, quando sua essência é a busca pela construção de capacidades produtivas e tecnológicas, articuladas à indústria, e seu foco é a criação de vantagens competitivas. Essa combinação dá origem a quatro tipos ideais, que correspondem a resultados esperados em políticas públicas: Estado Neo-utilitário, Estado Autônomo, Estado Facilitador e Estado Desenvolvimentista. O resultado apresenta um modelo analítico que permite classificar e avaliar satisfatoriamente as políticas públicas de infraestrutura e seu resultado esperado em termos de desenvolvimento econômico.Palavras-chave: Desenvolvimento econômico; Política industrial; Política de infraestrutura. Abstract Infrastructure and economic development: proposal of an analytical modelThis paper presents an analytical model to analyze the impact of public policy infrastructure on economic development. To do so, it uses two main variables: 1) the pattern of relationships between the public and private sectors, which is the degree of cooperation between the public and private sectors (embedded autonomy); 2) infrastructural policy, classified as horizontal when its guiding principle is the pursuit of efficiency and which are focused on the strengthening of comparative advantages, and vertical when its essence is building productive and technological capabilities, linked to the industry, and it is focused on the creation of competitive advantages. This combination gives rise to four ideal types, which correspond to expected results in public policy: Neo-utilitarian State, Autonomous State, Facilitating State and Developmental State. The result presents an analytical model that makes it possible to classify and satisfactorily evaluate infrastructure's public policy and its expected results in terms of economic development.
ResumoO artigo concentra-se na análise da política industrial brasileira durante o governo Lula (2003Lula ( -2010 e dos projetos associados à Iniciativa para a Integração da Infraestrutura Regional Sul-Americana (IIRSA). Em ambos, observa-se um modelo de desenvolvimento, próximo ao que denominamos Estado Logístico -tipo ideal, diferente do conceito de Amado Cervo, que surge da confluência de um alto nível de autonomia inserida com políticas de corte horizontal, as quais buscam reforçar as vantagens comparativas do sistema produtivo nacional e regional. Assim, há uma mútua influência entre as políticas, pois o sucesso da IIRSA promove a integração do mercado sul-americano com o do Pacífico, ampliando a pressão sobre a indústria brasileira, enquanto a política industrial reforça uma estrutura produtiva baseada no setor primário e na indústria tradicional, dificultando a integração regional.
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