Introdução: O desenvolvimento de medicamentos imunobiológicos revolucionou o tratamento de doenças crônicas com componente autoimune, como artrite reumatóide, psoríase e doenças inflamatórias intestinais, proporcionando melhores desfechos no controle e estabilidade do quadro clínico. Por outro lado, são medicamentos que requerem adequado monitoramento devido as suas características como imunogenicidade e possibilidade de ocorrência de reações infusionais, via de administração parenteral, contraindicações e necessidade de cálculo de ajuste de dose. Nesse contexto, o farmacêutico exerce um papel importante na otimização da farmacoterapia, contribuindo para garantir os objetivos esperados através de intervenções farmacêuticas, que são atos planejados, documentados e realizados para resolver ou prevenir os problemas relacionados à medicamentos. Objetivo: Caracterizar as intervenções farmacêuticas realizadas em um centro de infusão de imunobiológicos. Métodos: Trata-se de um estudo observacional retrospectivo, realizado entre 21 de setembro de 2021 a 21 outubro de 2022 em um centro de infusão de um Hospital Universitário da Bahia. As intervenções realizadas durante atendimento farmacêutico foram registradas em um formulário de coleta e os dados analisados por estatística descritiva. Resultados: No período observado, foram realizadas 109 intervenções farmacêuticas. 51 (46,8%) intervenções tiveram como alvo o prescritor, 50 (45,9%) os pacientes ou responsáveis e oito (7,3%) outros profissionais de saúde. 75 (68,8%) intervenções foram aceitas, gerando alguma modificação na conduta. Em 33 (30,3%) intervenções, não foi possível avaliar a aceitabilidade. Uma (0,9%) intervenção foi parcialmente aceita. As intervenções mais frequentes foram: 28 (25,7%) solicitações de ajuste de dose, 14 (9,2%) orientações à equipe de enfermagem sobre diluição e velocidade de infusão e 7 (6%) sugestões de suspensão da infusão por contraindicações. Conclusão: As intervenções farmacêuticas realizadas demonstram a importância do farmacêutico nos processos de monitorização e garantia da efetividade e segurança da terapia. Além disso, a boa aceitabilidade das intervenções farmacêuticas pode estar relacionada a uma sistematização do processo de cuidado e inserção do profissional farmacêutico na equipe multiprofissional.
Introdução: Doença de Crohn (DC) e Retocolite Ulcerativa (RCU) são Doenças Inflamatórias Intestinais (DII) de grande impacto na qualidade de vida e custos relevantes com internação. A terapia com infliximabe pode trazer grandes benefícios no controle de sintomas e remissão clínica, porém, a adesão ao tratamento é imprescindível para garantir o alcance do objetivo terapêutico. Objetivos: Identificar a taxa de adesão ao tratamento com Infliximabe de pacientes com DII e caracterizar as principais causas de não adesão. Métodos: Coorte retrospectiva de um ano de duração com 62 pacientes com diagnóstico de DII, em uso de Infliximabe, em um Hospital Universitário em Salvador, Bahia. A coleta de dados foi realizada por meio de entrevista e revisão de prontuário no período de março a outubro de 2022, através de um formulário estruturado com dados sociodemográficos, clínicos e farmacoterapêuticos. A taxa de adesão foi definida pela proporção de dias cobertos em um ano. Foram considerados aderentes os pacientes que obtiveram taxa superior a 80%. Os dados foram analisados por estatística descritiva.Resultados: A média de idade dos pacientes avaliados foi de 38 anos, sendo 34 (54,8%) homens, com renda mensal média de 2 salários-mínimos. 55 (89%) pacientes possuíam diagnóstico de DC e os demais, RCU. 43 (69%) pacientes não residem na cidade onde o medicamento é administrado. Para estes, a distância média entre a cidade de residência e o local de realização da infusão foi de 280km. 53 (85%) pacientes foram classificados como aderentes ao tratamento. A taxa média de adesão foi de 91%. Das 452 infusões avaliadas, 364 (81%) foram realizadas na data programada, 55 (12%) foram adiadas ou perdidas por falha de adesão e 33 (7%) foram suspensas por razões clínicas. As principais causas de não comparecimento foram: necessidade de resolução de problemas pessoais ou profissionais (34%), dificuldade de deslocamento até a unidade (25%) e não cumprimento de consultas ou exames laboratoriais necessários para a infusão (16%). Com relação à percepção do paciente sobre o tratamento, 18% sentem que o fato de precisar se deslocar até a unidade de saúde para realizar a infusão interfere muito na vida profissional e pessoal; 29% relataram que já perderam algum compromisso importante por conta da administração do medicamento; 48% temem os efeitos colaterais do infliximabe. Entretanto, todos os pacientes avaliados relataram sentir-se a vontade para tirar dúvidas com a equipe e 98% consideram que os profissionais têm uma linguagem de fácil entendimento. Conclusões: Apesar das dificuldades relatadas, a adesão ao tratamento foi considerada elevada, em uma unidade de referência com fornecimento gratuito do medicamento e acompanhamento multiprofissional. A identificação das causas de não adesão possibilita a elaboração de estratégias para garantir uma maior adesão e, consequentemente, melhor alcance dos objetivos terapêuticos.
Introdução: Doença de Crohn (DC) e Retocolite ulcerativa (RCU) são doenças inflamatórias intestinais (DII) caracterizadas por períodos de atividade e remissão, que acometem principalmente pessoas jovens em idade produtiva, podendo alterar de forma impactante a qualidade de vida. O infliximabe é um anticorpo monoclonal anti-TNF-α indicado no tratamento de pacientes com DII refratários ao tratamento convencional. Objetivos: O objetivo deste trabalho foi avaliar o grau de atividade da doença e a qualidade de vida em pacientes com DII em uso de infliximabe. Métodos: Trata-se de um estudo transversal descritivo realizado com pacientes com diagnóstico de DC ou RCU, em tratamento regular com infliximabe há pelo menos um ano, atendidos em um Centro de Infusão de um Hospital Universitário na Bahia. Para avaliação da atividade da doença, foi aplicado o Índice de Harvey-Bradshaw (IHB) em pacientes com DC e o score Mayo parcial em pacientes com RCU. Para avaliação da qualidade de vida, foi utilizado o questionário Inflammatory Bowel Disease Questionnaire (IBDQ), validado em português. O IBDQ é um questionário de múltipla escolha que avalia quatro domínios com as seguintes pontuações máximas: intestinal (70), sistêmico (35), social (35) e emocional (84). O escore total pode variar entre 32 (pior qualidade de vida) e 224 (melhor qualidade de vida). Resultados: Foram avaliados 62 pacientes. A média de idade foi de 38 anos, sendo 34 (54,8%) do sexo masculino. 55 (89%) pacientes possuíam diagnóstico de DC e os demais, RCU. Com relação à situação ocupacional, tem-se: 24 (39%) pacientes empregados, 17 (27%) desempregados, 12 (19%) aposentados por invalidez, oito estudantes (13%) e um aposentado por idade (2%). A renda familiar média foi de dois salários-mínimos. Com relação ao grau de atividade da doença, 53 (85%) pacientes estavam em remissão clínica, 5 (8%) em atividade leve e 4 (6%) em atividade moderada. Nenhum paciente apresentava alta atividade da doença. Quatro (6%) pacientes foram hospitalizados por descompensação clínica no último ano, com média de 19 dias de internação. Nenhum paciente necessitou de procedimento cirúrgico em decorrência da doença no último ano. O IBDQ total encontrado variou entre 93 e 209, com média de 187. Com relação ao score por domínio, a média do domínio intestinal foi de 61, domínio sistêmico 27, domínio social 31 e domínio emocional 66. Conclusão: Os índices de atividade da doença e os resultados obtidos por meio do IBDQ revelaram que os pacientes em uso de infliximabe avaliados apresentam um bom controle da doença, com alta prevalência de remissão, e níveis elevados de qualidade de vida.
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