A evasão fiscal é um problema comportamental que ameaça a capacidade do governo de levantar receitas. Porém, ainda são poucos os trabalhos que examinam a não-conformidade com as obrigações tributárias sob um olhar ético. Na literatura sobre o tema, emergiram três visões relacionadas à ética da evasão fiscal. A primeira assume que a evasão nunca é ética. A segunda assume que a evasão é sempre ou quase sempre ética. A terceira visão está associada à noção de que a evasão não é absolutamente antiética. Nesse sentido, o presente trabalho teve por objetivo investigar como 195 estudantes dos cursos de Administração, Ciências Contábeis e Economia de Universidades Federais de Minas Gerais se posicionam em relação a essas três visões, partindo do modelo de McGee, Ho e Li (2008), que apresenta 15 afirmações sobre a evasão fiscal. Os estudantes foram classificados de acordo com sua visão por meio de uma análise de cluster e analisaram-se as associações de variáveis como idade, sexo, etc. com cada um dos grupos formados. Após a realização de uma análise de cluster, constatou-se que a maioria dos estudantes foi posicionada no grupo que considera a evasão como sempre antiética, enquanto a menor parte considera a evasão como ética. Constatou-se que as mulheres são menos propensas à evasão fiscal e que indivíduos de maiores faixas de idade são menos propensos a enxergar a evasão como ética. Em relação aos cursos, percebeu-se que os alunos de Ciências Contábeis são menos propensos à evasão fiscal em relação aos alunos dos cursos de Administração e Ciências Econômicas. Por fim, sintetizaram-se as visões de cada um dos grupos por meio da análise do Discurso do Sujeito Coletivo.
Resumo Identificar as justificativas apresentadas pelos gestores estaduais e do Distrito Federal para as irregularidades observadas na utilização dos recursos federais destinados ao combate do Aedes aegypti. Tendo por base a Teoria da Atribuição, que postula que os indivíduos indicam causas percebidas para os eventos com base em suas informações, suas crenças e suas motivações pessoais, foram analisados 27 relatórios referentes às fiscalizações realizadas durante 2016 nos 26 estados e no Distrito Federal no âmbito do Programa de Fiscalização em Entes Federativos (PFEF). A interpretação dos relatórios foi realizada por meio da análise de conteúdo, de estatísticas descritivas e do teste de Mann-Whitney. De modo geral, os resultados indicaram que a ocorrência de irregularidades classificadas nas categorias “Desempenho”, “Infraestrutura” e “Licitações e Contratos” foram frequentes. Ademais, observou-se que, independentemente do tipo de irregularidade observado, a justificativa dos gestores estaduais para eventos negativos tende a ser pautada em causas externas, principalmente se o ato irregular for associado a uma possibilidade de corrupção. Essa tendência de comportamento ocorre independentemente do nível de desempenho dos gestores estaduais. Os resultados indicam que o viés autosservidor dos gestores em relação às suas irregularidades pode constituir um desafio à consecução dos objetivos do programa de combate ao mosquito Aedes aegypti, pois estes tendem a não destacar os fatores internos que afetam seus resultados.
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