Resumo Introdução As alterações cognitivas advindas com o envelhecimento humano representam condições importantes, pois afetam diretamente a funcionalidade dos indivíduos e os predispõe a quedas. Objetivo Verificar a associação entre capacidade cognitiva e quedas em uma população de idosos e caracterizar o perfil dessa amostra. Metodologia Estudo transversal oriundo do projeto Inquérito de Saúde no Município de Juiz de Fora, MG. A amostra foi composta por 462 idosos (60 anos ou mais), de ambos os sexos e não institucionalizados. As variáveis analisadas foram resultantes da aplicação do Mini-Exame do Estado Mental (MEEM) e de um questionário semiestruturado contendo questões sociodemográficas e ocorrência de quedas. Foram estimadas as frequências absolutas e relativas e utilizado o teste Qui-quadrado (χ2) para averiguar a associação entre capacidade cognitiva apontada pelo MEEM e quedas (nível de significância = 5%). Resultados A média de idade foi 71,03 (dp = 7,79) e de anos de escolaridade, 3,64 (dp = 3,26), 64,8% eram do sexo feminino e 28,14% apresentaram declínio cognitivo. A frequência de quedas encontrada no grupo com comprometimento cognitivo foi de 42%. Verificou-se associação entre comprometimento cognitivo e queda (p = 0,043). Conclusão Idosos com comprometimento cognitivo apresentaram maior frequência de quedas comparados com a população idosa em geral. Esse achado, aliado à associação entre comprometimento cognitivo e queda, reforça a necessidade de ações preventivas e novas práticas de saúde com ênfase no envelhecimento saudável.
Cad. Saúde Colet., 2017, Rio de Janeiro, 25 (4) (2010 e 2014/2015), com uma coorte de 218 idosos, de ambos os sexos e não institucionalizados em Juiz de Fora, MG. Utilizou-se regressão logística multinomial para estimar a associação de cada variável independente com os desfechos analisados. No modelo final foram mantidas as variáveis com p ≤ 0,05. Para cálculo de odds ratio (OR), foi considerado intervalo de confiança de 95%. Resultados: 33,5% das pessoas relataram ter caído no ano anterior ao primeiro inquérito. No segundo inquérito, essa frequência foi de 38,5%. Durante o seguimento, 44,5% não relataram quedas, 39% sofreram queda em pelo menos um dos inquéritos e 16,5% manifestaram ter sofrido queda nas duas ondas. Não foram encontradas associações para queda recorrente. Queda no seguimento associou-se a sexo feminino e idade (71 a 80 anos). Conclusão: Os resultados evidenciam e ratificam a magnitude com que quedas e quedas recorrentes atingem a população idosa e apontam para a necessidade de estratégias preventivas a partir da identificação de grupos de riscos. Palavras-chave: idoso; acidentes por quedas; fatores de risco. Abstract Introduction: For the elderly, falling constitute an important cause of morbidity and mortality. Objective: Verify the recurrence of falls and identify factors associated with falls and recurrent falls. Methodology: A 4-year follow-up study using two survey waves (2010 and 2014/2015), with a cohort of 218 elderly people, both genders and non-institutionalized, in Juiz de Fora-MG. Multinomial logistic regression was used to estimate the association of each independent variable with the outcomes analyzed. In the final model, variables with p ≤ 0.05 were maintained. Odds Ratio (OR) was calculated with a 95% confidence interval. Results: 33.5% of the participants reported falling in the prior year of the first inquiry. In the second inquiry, the frequency was 38.5%. During the follow-up study, 44.5% did not report falls, 39% suffered a fall in at least one of the surveys, and 16.5% reported falling in both waves. No associations for recurrent falls were found. In the follow-up, falls were associated with female gender and age (71 to 80 years old). Conclusion:The results demonstrate and confirm the magnitude with which falls and recurrent falls affect the elderly population, and indicate the need for preventive strategies based on the identification of groups at risk.
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