O artigo apresenta um esboço interpretativo sobre os padrões das relações de cooperação interfirmas. A instalação de grandes empresas em Parques Tecnológicos configura-se como uma oportunidade de cooperação técnica e comercial para pequenas empresas. Partindo-se do pressuposto de que o desenvolvimento econômico depende da aplicação da pesquisa básica e do conhecimento em inovação, a literatura aponta os Parques Tecnológicos como ambientes de interação técnica e econômica entre empresas e instituições de pesquisa. No caso brasileiro, o Estado possui papel fundamental, promovendo políticas de desenvolvimento e programas de fomento à inovação, buscando induzir a formação de alianças técnicas e comerciais nestes parques. A opção metodológica para a construção de tipos de cooperação foi por duas variáveis que estabeleceram a matriz de cooperação interfirmas: tipo e volume de ganhos (econômicos e tecnológicos) que as pequenas empresas possuem ao se aproximarem das grandes empresas. As diferentes formas de cooperação são observadas em dois Parques do Rio Grande do Sul. O esclavagismo é a relação contratual de subordinação da pequena empresa. No comensalismo, a grande empresa busca mão-de-obra qualificada e a pequena aproveita-se de spillovers. A proto-cooperação gera redes e spin-offs entre as empresas. O mutualismo consiste na relação plena de cooperação.
Resumo O objetivo deste artigo é investigar como se manifestam as principais relações de cooperação interfirmas (RCIs) estabelecidas por startups em Ambientes de Inovação (AIs) do Rio Grande do Sul. A metodologia utilizada foi uma survey realizada por meio de questionário aplicado com acompanhamento de pesquisadores. Como técnica de pesquisa, utilizaram-se procedimentos associados à estatística descritiva dos dados e testes estatísticos. De 77% startups que cooperam, 70% interagem com empresas externas aos AIs. O teste de qui-quadrado de independência demonstrou que não há associação entre o número de RCIs e o fato de a cooperação ocorrer dentro ou fora dos AIs. O caráter regionalizado da inovação perde força e cede espaço à organização em redes.
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