O crescimento do acesso ao ensino superior trouxe novas e importantes questões com as quais a universidade não estava preparada para lidar. A insatisfação manifestada por docentes e estudantes no âmbito universitário nos chama a olhar para a crise que se acentua. Para compreender tal questão, precisamos refletir sobre os diversos e diferentes elementos que constituem a sua problematização, destacando aqui os aspectos políticos, sociais, econômicos, mas, principalmente, os pedagógicos e psicológicos que podem nos ajudar a compreender tal problemática. Para tal, nos propusemos a perguntar aos alunos e alunas de uma universidade particular sobre essa experiência. Procuramos analisar a percepção destes acerca da instituição universitária (recursos e condições de funcionamento), das práticas pedagógicas (métodos de docência e relação com os docentes) e das suas expectativas pessoais e profissionais enquanto graduados. A investigação foi feita na perspectiva fenomenológica, que busca uma aproximação da experiência vivida e procura que a experiência se revele para conhecê-la. Assim, foram entrevistados oito estudantes de uma universidade particular, em dois grupos com quatro estudantes, com o intuito de conhecer suas percepções. A partir de seus relatos, identificamos três unidades de sentido que configuram existencialmente o fenômeno estudado: 1) “relação do aluno(a) com a universidade”; 2) “relação do aluno(a) com professores” e 3) “relação do aluno(a) com o aprendizado”. A relação do aluno com a universidade foi trazida pelos entrevistados(as) como uma relação muito importante, porém marcada por frustrações. Revelaram muita insatisfação com a estrutura da universidade, com as metodologias dos professores, com as exigências feitas por esses e com o sistema de avaliações a que estão submetidos. Um dos aspectos evidentes é a relação mercadológica com o ensino e o “novo” perfil de aluno que tem ingressado no ensino superior. A percepção dos estudantes acerca da universidade e seu processo de aprendizado toca em questões nevrálgicas da crise universitária e revela de modo explícito a necessidade de uma nova cultura universitária, atrelada ao contexto social de rápidas transformações e indeterminações a que os estudantes estão submetidos e com os quais não sabem lidar. Atrela-se a isso a necessidade de mudança no paradigma educacional de ensino dos docentes para que favoreçam uma aprendizagem dinâmica, significativa, e que possibilite a construção de projetos de futuro. Discutir sobre o sentido da universidade e refletir sobre o trabalho que enquanto docentes realizamos, constitui um processo imprescindível para melhorar o nível de conhecimento sobre nosso modo de ensinar, e o que ensinar, para que a universidade possa rever seu papel.
A presente pesquisa-ação buscou refletir sobre a capacitação e formação de uma professora de 4º ano da rede pública de ensino, na implementação de práticas pautadas nos princípios do diálogo e da democracia. O objetivo da pesquisa foi oferecer apoio e subsídio à professora para que ela pudesse dar continuidade à implementação de “assembleias de classe” e “oficinas lúdicas psicoeducativas” em sua sala de aula, bem como refletir sobre seu modo de apropriação de tais recursos. Foram realizados encontros semanais com a professora durante o período de um semestre letivo, oferecendo subsídio teórico, espaço de conversa e debate, além do acompanhamento de algumas de suas atividades dentro da sala de aula. Foram muitas as dificuldades enfrentadas pela professora, como mediar sozinha as atividades previstas pela pesquisa e mudar sua postura - muitas vezes autoritária - em relação aos alunos. Contudo, professora e alunos relataram perceber mudanças na sua relação, bem como na relação entre os próprios alunos. Apesar de não podermos afirmar que a professora deixou de reproduzir práticas violentas, foi notável sua iniciativa e tentativa de mudança. Ela inclusive relatou compartilhar sua experiência com práticas dialógicas com outras pessoas para além do contexto escolar.
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