RESUMOO objetivo deste artigo é discorrer sobre a formação que os cursos de Psicologia do Estado do Paraná oferecem para que os graduandos compreendam e avaliem alunos encaminhados com dificuldades escolares, tomando-se como referência a Psicologia Histórico-Cultural. Foram entrevistados 14 supervisores de estágio na área escolar de sete instituições de Ensino Superior do Paraná. Como resultados da pesquisa, constatamos que, na formação dos psicólogos, a compreensão das queixas escolares é vinculada a questões sociais, saindo de uma visão que culpabiliza os indivíduos pelo insucesso escolar. Entendemos que a formação deve levar os alunos a entenderem os determinantes histórico-sociais que influenciam na apropriação do conhecimento e contribuírem para uma intervenção que promova o desenvolvimento máximo dos indivíduos. Palavras-chave: dificuldades escolares; formação do psicólogo; psicologia escolar; psicologia histórico-cultural. ABSTRACTThe Formation of the Psychologist in the State of Paraná, Brazil, Vis-À-Vis School Complaints Foregrounded on Historical and Cultural Psychology, current research discusses the formation provided by Psychology Courses in the state of Paraná, Brazil, so that undergraduates could understand and evaluate students with schooling difficulties. Fourteen teacher-training course supervisors from seven higher education institutions of the state of Paraná were interviewed. Results show that within the context of the formation of Psychologists the comprehension of school complaints is bonded to social issues and is de-linked from individuals' blameworthiness in schooling failures. Schooling formation should lead students to understand the historical and social determinants that affect the appropriation of knowledge and contribute towards a type of intervention that promotes the individuals' highest development. Keywords: schooling difficulties; Psychologist's formation; schooling psychology; historical and cultural Psychology.
3 , Orcid: https://orcid.org/0000-0003-0444-009X Mário Sérgio Vasconcelos², Orcid: https://orcid.org/0000-0002-3977-827X RESUMO. Apresentamos neste artigo algumas considerações que evidenciam o desenvolvimento histórico do movimento de crítica à psicologia escolar no Brasil. Tal processo teve início na década de 1980 e teve como objetivo romper com a postura da psicologia escolar tradicional, que amparada no modelo médico clínico classificava e ajustava alunos com dificuldades de aprendizagem. Trata-se de uma pesquisa bibliográfica que teve como objetivo analisar uma forma emergente de psicologia que se preocupou em dar um novo direcionamento à área escolar e compreender as raízes históricas e sociais da psicologia e da educação. A vertente principal deste movimento se deu por meio de um modelo de crítica à sociedade capitalista no que se refere aos seus efeitos nocivos na educação escolar. Destacaram-se autores que se fundamentam no método do materialismo histórico-dialético. Constatamos que esta perspectiva crítica, embora tenha avançado no plano teórico, no campo prático ainda está em construção.Palavras-chave: Psicologia escolar; história da psicologia; psicologia escolar crítica no Brasil.ABSTRACT. We present in this article some considerations about evidences of the historical development of the criticism movement on school psychology in Brazil. The process began in the 1980s and sought to break with the stance of traditional school psychology which, supported by the clinical medical model,used to classify and correct students with learning difficulties. This is a bibliographical research that aimed to analyze an emerging form of psychology that was concerned with giving a new direction in the school area and identify the historical and social roots of psychology and education. The main strand of this movement took place through a model of criticism to capitalist society with respect to its harmful effects on school education. Authors who rely on the method of historical-dialectical materialism stood out. We noticed that although this critical perspective has not been developed at the theoretical level, it is still under constructionin the practical field.
Resumo A medicalização é um processo ideológico que transforma problemas de ordem social em biológicos e tem sido legitimado pela Medicina e pela Psicologia em vários momentos históricos para ocultar desigualdades sociais, colocando sobre o indivíduo a responsabilidade pelo seu fracasso. Na área da Educação é alarmante o número de crianças diagnosticadas com transtornos de aprendizagem e medicalizadas, evidenciando, assim, um período denominado de “Era dos Transtornos”. Tendo por referência autores que analisam aspectos da aproximação entre a Medicina e a história da Psicologia no Brasil, buscamos, neste artigo, desvelar o papel que as relações entre essas duas áreas do conhecimento desempenharam historicamente para a construção do processo medicalizante no contexto educacional brasileiro.
No abstract
O livro tem como foco o tema da adolescência, na perspectiva da Psicologia Histórico-Cultural, que rompe com a visão pejorativa de adolescência. Aborda este período do desenvolvimento vinculado a homens reais que precisam ser entendidos nesta realidade concreta, ao mesmo tempo desigual, desumanizada, mas que nos incita a problematizar a forma como o adolescente está sendo tratado e propor soluções.No Prefácio, Elenita Tanamachi, referência e pioneira em trabalhos voltados à educação dentro da abordagem crí-tica em Psicologia Escolar, denota a importância deste livro para "transformar a realidade da psicologia e da educação". O Capítulo I, desenvolvido por Marilda Facci e Zaira Leal, propõe o estudo da adolescência por meio da abordagem da Psicologia Histórico-Cultural em contraposição à visão biologizante e naturalizante. Esclarecem que este período da vida é uma construção história caracterizada por formações psí-quicas novas, por períodos de crises que redirecionaram a forma como o adolescente relaciona-se com o meio e com as pessoas. Caracteriza-se, ainda, pela mudança dos interesses, pela maior capacidade de abstração, pela formação de conceitos e pelo desenvolvimento de sua autoconsciência.O Capitulo II, de autoria de Gisele Mascagna e Marilda Facci, discute o desenvolvimento das funções psicológicas superiores, a formação de conceitos e a atividade principal na adolescência e traz dados da pesquisa em que as autoras investigam, com os próprios adolescentes, qual a sua concepção de adolescência. As autoras afirmam que as condições concretas determinam o conteúdo de cada estágio do desenvolvimento. Portanto, conforme a exigência da realidade, o sujeito irá responder ativamente com uma atividade dominante; que no caso do adolescente, é a comunicação íntima pessoal e a atividade profissional. Por fim, trazem os dados da pesquisa com adolescentes entre 13 a 15 anos que cursavam a 8ª série em 2008, com o objetivo de investigar o que estes entendem por adolescência e "qual a atividade dominante na relação com a sociedade", ficando evidente na fala deles a concepção dominante de adolescência.O Capitulo III é parte da tese intitulada Educação escolar e constituição da consciência: um estudo com adolescentes a partir da Psicologia Histórico-Cultural, desenvolvido por Záira Leal sob a orientação de Marilene Proença. As autoras apresentam dados coletados com adolescentes entre 16 a 18 anos do Ensino Médio, sobre como estes vivenciam a adolescência e o que significa para eles ser adolescente em nossa sociedade. Dentre as informações apresentadas pelos adolescentes, Záira e Marilene identificaram a "mudança do lugar social" que revela o conflito entre aquilo que o adolescente pensa sobre o seu lugar ocupado e o como os pais, professores e a sociedade de forma geral, o concebe. Nas considerações finais, apresentam uma análise bastante crítica da nossa sociedade capitalista e por fim, evidenciam a falha da educação escolar ao não garantir ao adolescente a apropriação do conhecimento científico.O Capítulo IV traz dados de ...
O enfrentamento da Psicologia Escolar no Brasil, com relação aos problemas no processo ensino-aprendizagem, muitas vezes incidiu em práticas voltadas aos alunos, desconectadas do contexto escolar, e inclinadas à patologização do educando. Na contramão dessa prática, presenciamos atuações que buscam levar em conta as condições histórico-sociais que permeiam o processo ensino-aprendizagem, conforme será exposto neste artigo. Nosso o objetivo é relatar dados de uma pesquisa que teve como foco o atendimento psicoeducacional, realizado por psicólogos, como forma de auxiliar a escola na superação das dificuldades no processo de escolarização. O estudo foi fundamentado na Psicologia Histórico-Cultural, e contou com uma pesquisa de campo na qual foram efetuadas atividades com um grupo de alunos do ensino fundamental I com queixas escolares encaminhados por uma escola pública localizada no noroeste do Estado do Paraná. Realizamos encontros em grupo semanalmente. Os resultados obtidos na pesquisa demonstraram que as mediações realizadas por psicólogos no grupo de atendimento psicoeducacional auxiliam na superação das dificuldades no processo de escolarização; que a unidade afeto-cognição mobiliza a apropriação dos conhecimentos; e que a proposição de atividades provoca o desenvolvimento interfuncional das funções psicológicas superiores, oportunizando avanços no desenvolvimento dos alunos. Esse tipo de atividade, portanto, contribui com a escola no sentido de levar os estudantes a se apropriarem dos conhecimentos científicos.
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