Este artigo busca definir a teoria de Bresson sobre a atuação, examinando Mouchette. O livro Notas sobre o cinematógrafo traz uma formulação de conceitos sobre o ator que, quando transposta a Mouchette se entrelaça a uma mise-en-scène da repetição, fundada na encenação de gestos-adereços, nos enquadramentos em plongée, na montagem e no som.
Para definir os traços da perambulação no Cinema Marginal, este artigo articula definições teóricas, a contextualiza ção artístico-cinematográfica e o mapeamento de um grupo de filmes, tomados a partir de suas formulações físicas, temáticas e quanto à experiência das personagens, dividindo-os em quatro chaves: perambulações automotivas, perambulações pedestres, perambulações proféticas e perambulação em sintonia com o descompasso social.
Entre 1947 e 1962, alguns dos escritos e filmes letristas sugerem uma atenção subjacente à vida cotidiana, incluindo diálogos com debates contemporâneos sobre o tema. O objetivo deste artigo é identificar indícios de uma teoria do cotidiano na vanguarda letrista, a partir de escritos teóricos, literários e filmes. Por hipótese, acredita-se em diálogos especialmente com Henri Lefebvre, tomando-se a intervenção no cotidiano como exercício transformador – ação que no letrismo tem a sala de projeção como espaço-foco. Para tanto, parte-se do mapeamento de teorias da vida cotidiana nos anos 1940-60 e sua comparação com a teoria letrista, para um posterior cotejo com a produção escrita e cinematográfica do grupo. São assim analisados três estratos artísticos: os artigos da revista ION v.1 (1952), os contos “Le mobile” e “Vers une salle de cinéma”, além dos filmes Traité de Bave… (1951) e Un soir au cinéma (1962).
Este artigo questiona as presenças da cidade e do campo no nuevo cine argentino e, em particular, no filme Mundo grua, de Pablo Trapero. Acompanhando uma das tendências do período, nas obras do diretor nota-se uma reformulação de tais espaços, gradualmente associada a uma ênfase aos interstícios da sociedade. Após debater as noções de cidade e campo nas ciências humanas e no nuevo cine, sua configuração em Mundo grua será analisada em sintonia com a noção de paisagem, que abrange as relações estabelecidas entre personagens e espaços, bem como a coexistência de referenciais narrativos em práticas de fronteira. No filme em questão, nota-se um cotejo particular entre a tendência documentarizante, os fragmentos do road movie e uma construção criativa de não lugares, que aqui colaboram para a união da cidade e do campo como espaços de exploração do operário, com algum vislumbre utópico.
From the work with archive's documentation, we seek to discuss the MASP Film Seminar as a formation space in the context of the film industries of the 1950s, clarifying the Ozualdo Candeias's passage by there. After the contextualization of this educational experience, the proposal is to analyze the documentary production by this filmmaker between the 1950-60s, thinking it from the disruptions against the expositive documentary mode, as well from the presences of a future Candeias's style featured by the liminality. Among the results, we verified three tension's lines for the liminality's construction: a) the ironies; b) the noises propitiated by zooms, camera movements and unusual frameworks; c) the preference for the grotesque and for the visual experience of spatial displacements.
Doutor em Ciências da Comunicação pela ECA/USP. Desde o início de 2014, desenvolve pesquisa de pós-doutorado junto ao Programa de Pós-Graduação em Imagem e Som da UFSCar, explorando as representações de São Paulo na produção televisiva recente. Faz parte do Conselho Deliberativo Sociedade Brasileira de Estudos de Cinema e Audiovisual (SOCINE), sendo também um dos co-editores da Revista Rebeca.
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