A emergência da crise ecológica, como sintoma mais nítido de uma verdadeira crise civilizató-ria, impôs novos desafios ao pensamento crítico e, em especial, ao marxismo. Partindo desse pressuposto, o objetivo deste artigo é apresentar a defesa de Michael Löwy de uma radicalização ecossocialista da crítica marxista da modernidade, tarefa para a qual a grande recusa de Walter Benjamin das ideologias do pro- gresso é uma das fontes decisivas de inspiração. Para Michael Löwy, a ruptura com as ideologias do progresso e com o paradigma civilizatório capitalista moderno é uma condição indispensável para a atua-lização ecossocialista do marxismo.
Resumo O objetivo deste artigo é analisar a obra (e a trajetória) de Schwarz do ponto de vista da sua abordagem - em suas continuidades e descontinuidades - dos desafios e impasses do pensamento social brasileiro, o qual estaria circunscrito, mesmo nas suas vertentes mais avançadas, como aquela oriunda do “Seminário d’O Capital”, ao horizonte modernizador e industrializante à luz do qual foram pensadas as soluções ao problema da má-formação nacional. Atina-se com a hipótese de que foi a transição precoce das ciências sociais para a crítica literária/cultural, sem renegar a primeira, bem ao contrário, que permitiu a Schwarz forjar uma visão singular da sociedade brasileira, sociedade esta pensada ao quadrado, à maneira adorniana, isto é, divisada através da análise crítica da experiência intelectual e/ou artística da época.
Partindo da acedência ideológica do conceito de modernidade, o artigo ora apresentado assenta-se na tentativa de antever alguns aspectos específicos da proposição, comum a Daniel Bensaïd e Michael Löwy, de que o marxismo deve se constituir como uma crítica moderna da modernidade. Neste trajeto, busca-se ressaltar as implicações teóricas e políticas de tal postura, conflagrada em um contexto marcado pela emergência de uma lógica cultural pós-moderna (JAMESON, 1996), a qual colocara em questão alguns dos fundamentos do discurso filosófico da modernidade. Para tanto, verifica-se as formas pelas quais tanto Bensaïd quanto Löwy articulam suas críticas (a partir de suas apropriações específicas da obra de Walter Benjamin) do “progresso” histórico da modernidade, com ênfase especial sobre a importância que eles conferem à luta ecológica, situando-a como momento indispensável da crítica anticapitalista à lógica destrutiva do paradigma produtivo e societário moderno – crítica que, diferenciando-se da simples recusa “pós-moderna” da modernidade, retém (rearticulando-as) algumas conquistas e potencialidades emancipatórias imanentes ao mundo moderno.
Resumo O objetivo deste artigo é apresentar e problematizar o itinerário intelectual do Centro de Estudos dos Direitos da Cidadania (Cenedic), fundado em 1995 por Francisco de Oliveira, Maria Célia Paoli e Vera Telles, então professores de Sociologia da Universidade de São Paulo (USP). O texto analisa - à luz das mudanças histórico-políticas da sociedade brasileira da época - as transformações pelas quais passaram os intelectuais do Centro de 1995 a 2015, momento em que se inicia uma nova etapa de sua história. A hipótese central é a de que a inflexão teórica e normativa identificada no Cenedic a partir do final dos anos 1990 - simultaneamente ao rebaixamento do horizonte de expectativas gestado na década anterior - pode ser compreendida como uma resposta intelectual ao que entendiam como avanço do neoliberalismo no país, cuja carga “negativa” foi se acentuando ao longo dos anos 2000.
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