ResumoA América do Sul contém a mais rica e variada ictiofauna de água doce do mundo, porém, muito dessa diversidade ainda é desconhecida, tanto na sua composição quanto em aspectos ecológicos, biológicos e taxonômicos. Essa riqueza, entretanto, tem sido afetada pelas alterações antrópicas dos ambientes naturais. Objetivou-se, com este trabalho, determinar a composição e estrutura da ictiofauna do ribeirão Borá, afluente do rio Cubatão, drenagem do rio Tietê, bacia do alto rio Paraná. O local estudado foi um trecho de quinta ordem e aproximadamente 80 m de extensão do ribeirão, localizado no município de Nova Aliança, São Paulo. O ribeirão Borá apresenta características de ambiente antropizado, como pouca vegetação marginal e pontos poucos profundos. Foram realizadas dez coletas entre novembro de 2002 e março de 2004. Foram coletadas 41 espécies de peixes, pertencentes a quinze famílias e cinco ordens, totalizando 1.459 exemplares. A ordem Characiformes apresentou maior riqueza, seguida por Siluriformes. A família Characidae foi a mais rica, seguida por Loricariidae e Cichlidae. Os maiores valores para riqueza e abundância foram encontrados na estação chuvosa. Os resultados obtidos neste trabalho constituem uma forma importante de conhecimento da ictiofauna e reforçam a importância de estudos sobre a composição e estrutura das comunidades de peixes, tanto em ambientes ainda não modificados quanto naqueles com intenso processo de degradação, como subsídio para conservação e recuperação dos ambientes aquáticos.Palavras-chave: Ictiofauna. Riqueza de espécies. Conservação. IntroduçãoA América do Sul contém a mais rica e variada ictiofauna de água doce do mundo e os últimos dados da riqueza ictiofaunística neotropical registram cerca de 6.000 espécies, sendo 4.475 válidas e 1.550 conhecidas, mas não descritas (REIS et al., 2003). O Brasil possui 2.122 espécies de peixes de água doce, o que corresponde a aproximadamente 21% das espécies do mundo (BUCKUP; MENEZES, 2003). Porém, a avaliação e compreensão dessa diversidade são afetadas pelo conhecimento incompleto de sua ecologia, biologia e sistemática (MENEZES,1996), pré-requisitos para nossa capacidade de avaliar, prever e amenizar as consequências das modificações humanas, presentes e futuras, sobre os sistemas aquáticos (VARI; MALABARBA, 1998).As maiores diversidades de peixes da América do Sul estão concentradas nas bacias Amazônica e do rio Paraná (LANGEANI et al., 2007). O sistema do alto curso do rio Paraná faz parte da segunda maior bacia hidrográfica do país em termos de área e diversidade -a do Paraná-Paraguai-Uruguai. A bacia do alto rio Paraná, 2 com seus 900 mil km , inclui toda a bacia de drenagem do rio Paraná à montante de sete quedas (AGOSTINHO; JULIO-JÚNIOR, 1999), recebe afluentes de grande porte, como os rios Tietê, Grande, Paranaíba e 87
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