RESUMO O artigo procura avaliar a consolidação e os desdobramentos da função heurística e simbólica ocupada pelo
RESUMO O artigo analisa a importância das reflexões sobre medicina, a dinâmica do corpo, da doença e da saúde, tais como desenvolvidas pelo médico John Brown no século XVIII, sobre a filosofia da natureza de Novalis, contextualizando a recepção dessas reflexões do âmbito romântico-idealista da Alemanha do começo do século XIX. Palavras-chaveNovalis, John Brown, filosofia da medicina, filosofia da natureza. ABSTRACT This paper examines the relevance for Novalis's philosophy of nature of John Brown's reflections upon Medicine, dynamics of body, illness and health, the way they were developed by this 18 th century physician, by setting the context for it within the romantic-idealist Germany of the early 19 th century. Keywords Novalis, John Brown, philosophy of Medicine, philosophy of nature. Sollen Körper und Seele viellecht auf gewisse Weise getrennt seyn [...]? (Novalis) Je ne suis pas mort, mais je suis separé. (Artaud) Fabiano Lemos 66 I.Em 1802, cerca de quatrocentos estudantes de medicina da universidade de Göttingen enfrentaram-se enfurecidamente pelas ruas da cidade em um conflito que se estendeu por dois dias e só pôde ser disperso com a intervenção das forças armadas locais. Embates entre estudantes não eram exatamente uma novidade -nem uma exceção -na Alemanha a essa altura, e, ao longo do século XIX, foram mesmo gradualmente se institucionalizando, ainda que não oficialmente, sob a forma dos duelos com que os calouros universitários atestavam a passagem para a vida em sociedade. O evento de Göttingen, contudo, não pertence a essa dinastia: a querela entre os estudantes havia se estabelecido não por uma questão de honra ou pelo mero ímpeto juvenil -ela se dava em torno de uma teoria, entre os defensores (cada vez mais numerosos) e os detratores (cada vez mais furiosos) da doutrina médica de John Brown. 1 Relativamente ignorado no mundo anglófono, o médico escocês John Brown (1735-1788) teve, na passagem do século XVIII para o XIX, uma surpreendente penetração na paisagem intelectual alemã. Em 1780, Brown havia publicado em Edimburgo um tratado escrito em latim intitulado Elementa Medicinae -traduzido para o inglês pelo próprio autor alguns anos depois -, onde se formulava uma teoria dos estímulos fundamentalmente distinta das abordagens clássicas até então. As teorias disponíveis até aquele momento ainda se apoiavam amplamente na hipótese humoral hipocrática (e em sua transformação doutrinária pós-Galeno), que, como é bem conhecido, considerava as doenças como o resultado de problemas específicos da localização de elementos físicos de natureza invariável, os humores -as bílis negra e amarela, a fleuma e o sangue (cf. Longrigg, 1993, pp. 90-91). Mesmo sem conceder totalmente a essa teoria, a patologia alemã do começo do século XVIII ainda considerava as doenças, em geral, como fruto da perturbação do equilíbrio inato do organismo -e, mesmo em 1794, ainda se podia ler em historiadores da medicina, como Kurt Sprengel ou August Hecker, o louvor explícito à figura-chave de Hipócrates (cf. Broman, 1996, p. 1...
Resumo: O artigo pretende discutir o estatuto da narratividade na obra de Hume, não apenas como metodologia, mas como o único meio através do qual a natureza humana ela mesma pode ser abordada no interior de seu projeto de uma ciência do homem. Em uma perspectiva exclusivamente empírica, a história se revela como o nível de composição de narrações -tanto no estudo dos costumes quanto ao lidar com a formação das relações de ideias. A leitura de muitos comentadores de Hume, que dissociam o Tratado da História da Inglaterra como dois desenvolvimentos separados de uma escrita heterogênea, pode ser desconstruída, assim, através de uma consideração atenta do que está em jogo nas demandas de objetividade no contexto da historiografia pós-rankeana.Palavras-chave: Hume. Narratividade. Natureza humana.Abstract: The paper discusses the statute of narrativity not only as methodology in Hume's work, but as the only way human nature itself can be approached within his project of a science of man. In an exclusively empirical perspective, history is revealed as the level of composing narrations -both in a study of costumes and in dealing with the formation of relations of ideas. The reading of many modern scholars on Hume, that sets apart the Treatise from History of England, as two separate branches of a heterogeneous writing, could be played down by attentive consideration of what is at stake in the demands of objectivity in the context of post-Rankean historiography.
resumo Através de uma leitura da peça O jesuíta, de José de Alencar, o artigo propõe a análise de alguns mecanismos político-discursivos que caracterizariam a epistemologia dos padres da Companhia de Jesus em sua dinâmica colonial no Brasil, fundamentada na construção de certas identidades paradoxais. Essas identidades, compondo o quadro geral de um barroco jesuítico, se apresentariam sob a forma enigmática do deslocamento e do desaparecimento, indexadas nos problemas enfrentados pelos personagens da peça. O artigo busca, enfim, avaliar de que modo tais elementos permitiriam entender como o vínculo entre a perspectiva de José de Alencar e a dos jesuítas não seria apenas temático, mas propriamente epistemológico, reconsiderando, assim, a operação de dominação identitária que sustenta a narrativa da história da literatura brasileira.
Através de uma genealogia da função epistêmica da relação entre profundidade e criação na literatura e nas artes visuais, o artigo procura mostrar como as vanguardas contemporâneas precisaram formular um saber sobre a superfície que reconfigura o próprio sentido de uma hermenêutica da obra, do autor e do espectador. A fotografia se mostra, assim, exemplar nessa nova dinâmica, instaurando espaços de circulação identitária antes inexistentes.
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