Eixo: Uso e ocupação das terras e legislação ambientalResumo A ação efetiva do homem como agente potencializador de processos o coloca como novo fator alogênico de alteração da paisagem. Ao modificar condições de fluxo e aporte de sedimentos, a ação antrópica influencia na morfologia dos canais fluviais. Desta forma, o estudo proposto interpreta as modificações da morfologia do rio Jacaré-Pepira (SP), sobretudo no baixo curso, motivado pela instalação da usina hidrelétrica de Ibitinga e pela formação de novo nível de base local, e às modificações no uso da terra ao longo da bacia. Tais transformações foram identificadas por imagens não orbitais (1:25.000) datadas de 1962 e orbitais (Rapideye) de 2012, a fim de comparar esses dois momentos. Constataram-se mecanismos de modificação de meandros mais significativos nos segmentos influenciados diretamente pela mudança de nível de base. Além disso, foi possível observar a ampliação de cultivos agrícolas sobre áreas vegetadas e com pouca aplicação agrícola, reiterando o homem como agente geomorfológico.
Palavras chave:Morfodinâmica; Uso da terra; Alteração antrópica; Canal fluvial.
IntroduçãoA intensificação dos processos antrópicos de alteração do uso e ocupação das terras, via urbanização, modificação de cultivares agrícolas e obras civis, tem promovido substanciais modificações nos regimes fluviais, colocando o homem como potencializador dos processos de erosão, transporte e deposição.Tais processos têm repercussões diretas nos canais fluviais, alterando sua morfologia ao recepcionarem, enquanto níveis de base locais, os fluxos superficiais e subsuperficiais presentes na área da bacia hidrográfica. A contribuição antrópica na maior entrada de matéria e energia e, consequentemente, na menor capacidade de recepção dos fluxos pelos corpos hídricos, é largamente debatida, pelas modificicações no uso da terra (COSTA et al., 2003;VALEZIO;PEREZ FILHO, 2015;ZANATTA et al., 2015) e na ação direta pela construção civil -canalização, barramento, sistema de galerias pluviais -(MAGILLIGAN; NISLOW, 2005;PETTS;GURNELL, 2005;GRAF, 2006;GREGORY, 2006;POLLOCK et al., 2007), evidenciando o papel cada vez mais ativo do homem na resposta dos sistemas físicos.