Esse artigo aborda a questão da luta discursiva religiosa sobre o corpo e sexualidade no espaço público. Para tanto recorre a pesquisa empírica qualitativa na Igreja da Comunidade Metropolitana, criada no contexto da tensão entre as esferas da sexualidade e religiosa. E utiliza como meio de análise a gramática moral habermasiana. Ao final do argumento é possível perceber a ação comunicativa em um espaço público construído democraticamente para o favorecimento da emancipação das minorias religiosas de gênero e sexualidade.
Devido à crescente influência religiosa no discurso político contra minorias sexuais e de identidade de gênero, este artigo busca apresentar alternativas religiosas de valorização dessas identidades, seus processos de formação e meios de ação no meio público. Para isso, é realizada a análise de dados obtidos em observação participante na Igreja da Comunidade Metropolitana a partir da perspectiva de Habermas e Honneth, contribuindo para o debate sobre a atualidade da Teoria Crítica como ferramenta de análise. Fica constatado que as ações da denominação no espaço público na luta por direitos LGBT está baseada num processo de luta por reconhecimento social, gerando uma disputa não somente discursiva, mas também em ações políticas no espaço público, visando a transformação da sociedade. Ao fazer isso, a denominação se torna um braço religioso no movimento LGBT mais amplo, dialogando tanto com outras denominações, quanto com a sociedade de modo mais amplo.
Tradicionalmente, a teologia cristã evangélica se apresenta como restritiva quanto às identidades sexuais, se baseando em um molde heterocisnormativo[1] das relações. Contudo, igrejas cristãs inclusivas se apresentam com uma releitura teológica influenciada pelos movimentos de luta por direitos civis LGBTQIA+[2]. Esse trabalho tem por objetivo analisar a abordagem teológica de uma delas, a Igreja da Comunidade Metropolitana de São Paulo (ICM-SP). Para isso foi realizada observação participante, com a transcrição da fala de membros da denominação, às quais foram analisadas a partir do arcabouço da Teoria Crítica, mais especificamente, a gramática moral habermasiana e a teoria da Luta por Reconhecimento Social de Honneth. Primeiramente se situará a denominação dentro da problemática de gênero e sexualidade na religião cristã, posteriormente será realizada a análise da teologia da denominação através dos discursos de seus membros, e então uma análise comparativa entre sua teologia e o histórico dos movimentos por direitos a partir dos anos 70. Como resultado foi possível reconstruir as bases teológicas da denominação influenciada pelos movimentos de lutas por direitos e encontrar nelas a base fundamental dos direitos humanos: a valorização do indivíduo. [1] Ao se falar de heterocisnormatividade, se apresenta que a norma existente na sociedade leva à compulsão da heterossexualidade para a vivência da sexualidade, assim como da identidade cis, ou seja, da compatibilidade entre identidade de gênero e sexo biológico de nascimento; discriminando contra aqueles que não se adéquam a esse padrão (JESUS, 2012; SIMAKAWA, 2015). [2] A sigla se refere aos termos Lésbicas, Gays, Bissexuais, Transexuais e Transgêneros, Queers, Intersexuais, Assexuais, sendo o “+” referente à todas as outras formas de manifestação de identidade de gênero e orientações sexuais não contempladas pela sigla, acenando assim para o entendimento de que são questões fluídas, mutáveis, plurais e complexas, não sendo possível a condensação de todas as variações em uma única sigla.
Esse artigo aborda a questão do uso da ação comunicativa habermasiana como critério elucidativo das tentativas discursivas de mudança moral no espaço público. Para tanto recorre a pesquisa empírica qualitativa na Igreja da Comunidade Metropolitana, criada no contexto da tensão entre as esferas da sexualidade e religiosa. Ao final do argumento é possível perceber a ação comunicativa em um espaço público construído democraticamente para o favorecimento da emancipação das minorias religiosas de gênero e sexualidade.
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