Os dados sobre a evolução da produção industrial e as expectativas de crescimento do PIB no terceiro trimestre do ano jogaram um verdadeiro "balde de água fria" nas previsões mais otimistas sobre a manutenção do processo de crescimento da economia brasileira, confirmando as preocupações apresentadas por diversos analistas -incluindo os trabalhos deste boletim -sobre a condução da atual política macroeconômica, em particular no que se refere a manutenção de taxas de juros reais extremamente elevadas, superávits primários recordes e valorização do Real.Merecem destaque as seguintes informações sobre a evolução recente da atividade industrial:• Comparando-se setembro de 2005 com o mesmo mês de 2004 verificou-se, por exemplo: 1. A redução na produção de bens semiduráveis (calçados e artigos de vestuário) de 9,1%; 2. Uma redução na produção de eletrodomésticos da linha branca (geladeiras, fogões e máquinas de lavar) de 36,4% em setembro e 3. Uma redução de 14,3% na produção global de eletrodomésticos, de acordo com dados do IBGE; • A produção de automóveis vem sendo sistematicamente reduzida. Em agosto, de acordo com a ANFAVEA, foram produzidos 217,9 mil veículos. Em setembro 207,7 mil e em outubro apenas 181,3 mil veículos;• A produção industrial registrou, de acordo com dados do IBGE, queda de 2% em setembro em relação ao mês anterior;• As vendas da indústria, em relação aos meses anteriores, têm sofrido reduções sistemáticas. Em julho observou-se uma redução de 0,6%, em agosto de 1,02% e em setembro de 0,47%, de acordo com informações da CNI; • As vendas no comércio, de acordo com o IBGE, registraram em agosto queda de 0,38% em relação mês anterior.