A presente pesquisa-ação, Thiollent (2007), apresenta uma alternativa metodológica como prática de ensino para a inserção do texto literário nas séries do Ensino Fundamental II, do Estado de São Paulo, Brasil, visando atividade pautada no e pelo texto literário em si. Utilizaremo-nos do método semiológico, elaborado por Bordini e Aguiar (1993), como alternativa para a abordagem do texto literário em sala de aula, assim como dos conceitos de escolarização, de Magda Soares (2006), de leitura literária na escola, de Lajolo (2001 – 2002) e de Zilberman (1982), para refletir sobre práticas que flexibilizem o currículo e contribuam para a formação leitora e humanística, despertando o prazer pelo texto literário. Utilizamos como corpus e base literária desta pesquisa-ação a obra constística do escritor mineiro Luiz Vilela, inclusa em antologias destinadas ao público infanto-juvenil, para a promoção, construção, reconstrução e ampliação de horizontes de expectativas dos discentes.
Este artigo está licenciado sob forma de uma licença Creative Commons Atribuição 4.0 Internacional, que permite uso irrestrito, distribuição e reprodução em qualquer meio, desde que a publicação original seja corretamente citada. http://creativecommons.org/licenses/by/4.0/deed.pt_BR http://dx.doi. org/10.15448/1984-7726.2017.2.26092 O quixotismo como forma de existência Para o romance de Cervantes, a assertiva "Character is plot", de Henry James pode ser tomada como ponto de partida para a compreensão do poder que emana da figura de Quixote, responsável pelo desencadear das ações e conflitos da narrativa, sendo que todo o enredo conflui para sua força. Inúmeras obras têm dialogado com Dom Quixote, principalmente em relação à configuração de seu protagonista ou herói. Talvez anti-herói seja o mais apropriado para designar uma personagem sonhadora, frágil, sem beleza, contrário a tudo o que representava a ideia de herói até o momento de sua publicação. A partir de Quixote, mesmo sem revelar os traços enobrecedores dos antigos heróis, o anti-herói não só será posto em cena como poderá tomar o papel de protagonista e seus fracassos e insucessos serão desnudados em toda sua humanidade.A personagem de Cervantes é responsável pela força e eficácia do romance D. Quixote e, a despeito de suas ações ensandecidas, aceitamos a sua verdade e compactuamos com seus sonhos. Quixote está distante de ser transposição fiel de modelos ou cópia do real, mas nos convencemos de sua existência. A grande questão da arte não está em ser cópia do real, mas convencer o leitor da verossimilhança do texto e isso, com certeza, Dom
Por meio da presente análise, à luz da teoria semiótica greimasiana, demonstramos o modo como o tema do idoso excluído da vida social aparece na narrativa de Luiz Vilela. Para tanto, destacamos “A volta do campeão”, conto em que o protagonista, um homem doente de quase sessenta anos, passa seus dias entediado e desinteressado de tudo, até encontrar um grupo de garotos jogando bilocas que o faz reviver emoções perdidas na infância. A despeito de encontrar um novo sentido para sua vida, as pressões da família fazem com que a personagem desista dos novos amigos. Ocorre então a resignação de Edmundo, que renuncia aos valores positivos responsáveis por sua transformação. A casa familiar figurativiza o espaço de onde emana a opressão. Mesmo “cansado”, casa é o lugar para o qual o sujeito reconhece voltar e permanecer, afinal é o espaço delegado pela sociedade para um homem de sessenta anos. No conto, normas e comportamentos situam a velhice à margem dos relacionamentos sociais e a voz do narrador, ao solidarizar-se com a solidão a que o idoso é relegado, é dissonante diante do status quo.
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