A partir do “caso Ferenczi”, como identificado em um texto de sua paciente/analista, Elizabeth Severn, o artigo apresenta e desenvolve três questões pertinentes à psicanálise contemporânea: uma crítica à ênfase na leitura diagnóstica, em especial quando normatizadora; a criação de espaços intersubjetivos em análise, e sua dimensão potencial; e a maneira como a “loucura”, uma vez compartilhada, é psiquicamente mobilizadora e permite a emergência de conteúdos relevantes tanto para o paciente como para o analista. Discute-se se possibilidade de adotar uma posição não normativa frente aos elementos disruptivos do psiquismo do outro não seria, ao menos em parte, resultado da capacidade do analista em transitar por entre fragmentos de seu próprio psiquismo.
Este artigo procura expor e discutir o uso que Ferenczi faz da ideia de pulsão de morte, ainda na década de 1910. Apresentamos a história e o contexto da utilização da ideia entre os primeiros psicanalistas e, em seguida, argumentamos que a primeira hipótese do analista húngaro sobre a pulsão de morte procurava relacionar um estágio de onipotência incondicional, característico, a seu ver, da vida intrauterina, com um estado de quietude originário, uma tendência à regressão e uma concepção do narcisismo primitivo. Cada um desses aspectos é problematizado junto à teoria freudiana. Ao final, fazemos uma análise crítica da hipótese à luz das postulações de outros autores.
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