FUNDAMENTOS: As incapacidades constituem o principal problema decorrente da hanseníase. É importante identificar os fatores de risco envolvidos, de modo a acompanhar os pacientes mais propensos com maior atenção. OBJETIVOS: Determinar se a presença de nervos periféricos espessados e/ou dolorosos no momento do diagnóstico se correlaciona com a ocorrência de incapacidades físicas no exame inicial, bem como com episódios posteriores de neurite, em pacientes multibacilares, durante e após a poliquimioterapia. MÉTODOS: Foram estudados 103 pacientes portadores de formas multibacilares de hanseníase, sendo anotados a presença de nervos periféricos acometidos no momento o diagnóstico, o grau de incapacidade antes do tratamento (GIAT), e a ocorrência de episódios de neurites durante e após a poliquimioterapia para multibacilares. RESULTADOS: A detecção de nervos periféricos acometidos à época do diagnóstico correlacionou-se estatisticamente (p< 0,005) com a ocorrência de incapacidades físicas (GIAT > 0). Do mesmo modo, correlacionou-se significativamente (p < 0,05) com a ocorrência de neurites, durante a poliquimioterapia e no acompanhamento subseqüente (período médio de seguimento dos pacientes de 64,6 meses, a partir do diagnóstico). CONCLUSÃO: Sublinha-se a necessidade de realização de cuidadoso exame dos nervos periféricos por ocasião do diagnóstico, tanto para uma maior atenção para incapacidades já instaladas, quanto com relação à prevenção de incapacidades posteriores. Os profissionais que lidam com os portadores desta enfermidade devem estar atentos ao acometimento neurológico inicial por constituir fator de suscetibilidade às neurites e seqüelas neurológicas.
FUNDAMENTOS: A neurite silenciosa é definida como deterioração da função nervosa na ausência de dor neural, diferenciando-se da neurite franca, em que ocorre dor no nervo periférico, com ou sem prejuízo da função nervosa. Sua detecção precoce é importante para tentar impedir o estabelecimento de seqüelas decorrentes da hanseníase. OBJETIVOS: Conhecer a freqüência das neurites silenciosas em portadores de formas multibacilares de hanseníase. MÉTODOS: Cento e três pacientes (18,4% BB, 47,6% BL e 34% LL) foram acompanhados durante o período médio de 64,6 meses a partir do momento do diagnóstico, durante e após a poliquimioterapia, por meio da avaliação do grau de incapacidade. RESULTADOS: Foram analisados doentes que tiveram piora do grau de incapacidade no término de tratamento, ou ao fim do seguimento, em relação ao grau manifestado antes do tratamento ou no término do tratamento medicamentoso. Ao todo, pelo menos cinco pacientes (4,9% do total) evoluíram com neurite silenciosa, durante ou após a poliquimioterapia. CONCLUSÃO: Preconiza-se exame neurológico seqüencial cuidadoso dos pacientes multibacilares, de modo a detectar e tratar precocemente a neurite silenciosa.
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