Sujeitos da história do ensino de leitura e escrita no Brasil
Neste estudo, analisam-se a produção e a circulação de materiais didáticos para ensino de leitura e de escrita na escola primária no município de Paranaíba/MS entre 1928 e 1961, tendo como fontes principais os livros didáticos: cartilhas, paleógrafos, livros de leitura. Tratadas como um objeto complexo, resultado de um conjunto de relações, essas fontes são problematizadas em sua natureza e conforme os agentes sociais envolvidos. Com base no conceito de função (Choppin, 2004), analisa-se o investimento feito no período para se ensinar a ler e a escrever à luz desses dispositivos. Os resultados alcançados indicam que os livros didáticos circularam naquele contexto e conformaram amplamente a cultura escolar de Paranaíba/MS à época.
Neste estudo, analisa-se a influência dos livros didáticos (cartilhas e primeiros livros de leitura), na constituição da identidade do povo sul-mato-grossense, em especial dos moradores da Colônia Agrícola Nacional de Dourados, entre as décadas de 1950 e 1970. Para tanto, realizou-se uma pesquisa qualitativa de base documental, na qual foram examinados documentos da 6ª Delegacia de Ensino Primário de Dourados e materiais destinados ao ensino das primeiras letras. A partir dos documentos investigados, buscou-se compreender como a circulação de cartilhas e livros de leitura localizados apenas nesta região do estado influenciou na constituição da identidade do seu povo. Os resultados alcançados indicam que a circulação destes artefatos nesta região da Colônia se diferenciaram das demais devido à influência do Governo Federal, além disso, os textos presentes nos materiais acabaram com contribuir para a constituição de uma identidade nacional aos moradores desta região.
Este artigo analisa duas séries de leitura (Vamos Estudar? e Vamos Sorrir) utilizadas em Mato Grosso do Sul, entre as décadas de 1960 e 1970, tendo por objetivo examinar a especificidade desses materiais na consolidação dos processos de leitura escolar, no cenário educacional brasileiro e de circulação nesse estado. Realizou-se uma pesquisa qualitativa de base documental, na qual foram examinadas as duas séries de leitura utilizadas na região no período indicado, sob os pressupostos teóricos da história do livro e da leitura. Os resultados permitem concluir que, no caso das séries em análise, mediante um discurso exortativo do estudo (vamos estudar) e da alegria (vamos sorrir), ambas podem ser consideradas representativas da escolarização primária, da alfabetização e do significado de infância subsumido nessa prática em sua época. Além disso, os textos presentes nos materiais contribuiram para a constituição de uma identidade que visava formar o bom filho, o bom aluno e, no futuro, o bom cidadão.Palavras-chave: história do livro; série de leitura graduada; livro didático.
Este artigo tem como objetivo analisar aspectos do Boletim n. 22, “Organização do Ensino Primário e Normal – XVII. Estado de Mato Grosso”, dirigido por Manoel Bergström Lourenço Filho (1897-1970) e publicado em 1942. Os dados organizados nesse Boletim trazem características da educação mato-grossense, do ponto de vista dos órgãos oficiais que dão a conhecer a situação da educação naquele estado, nos anos de 1930 a 1940. Dentre esses aspectos, podemos destacar a análise de Lourenço Filho sobre o aumento quantitativo do ensino primário em Mato Grosso, não acompanhado, a seu ver, de aumento qualitativo de rendimento escolar.
O presente artigo é resultante de pesquisa desenvolvida no âmbito da história da educação brasileira, mais especificamente no campo das instituições escolares, cuja delimitação espacial foi a região leste do atual estado de Mato Grosso do Sul, circunscrita à fronteira com os territórios de Goiás, Minas Gerais e São Paulo. A ação foi desenvolvida no período de dois anos (2011-2013), e teve como objetivo central o mapeamento e localização da base documental de escolas católicas e protestantes. No seu transcorrer, favoreceu diversas atividades de pesquisa e de extensão, como produção de monografias, trabalhos de conclusão de curso (TCC), apresentações em eventos científicos, publicações de artigos e outras. A pesquisa e a narrativa foram elaboradas sob os aportes teórico-metodológicos da Nova História Cultural além de pesquisadores que contribuem para os estudos sobre o presente tema, como Buffa e Nosella (1996, 1998, 2000, 2006 e 2008), Magalhães (1999), Lombardi, Sandano e Nascimento (2007), Sanfelice (2006, 2007) entre tantos outros.
Este artigo versa acerca da revista feminina protestante intitulada “Alvorada: Revista da Mulher Presbiteriana Independente” e tem por objetivo identificar, por intermédio da leitura dos elementos paratextuais, quais as características que a configuravam como pertencente ao grupo das revistas femininas. A análise é circunscrita aos primeiros dez anos de circulação da revista, isto é, entre os anos de 1968 e 1978, visto que neste espaço temporal esteve sob o comando de uma mesma redatora-chefe, mantendo um padrão editorial. Ao final, é possível elencar os fatores que caracterizavam “Alvorada” como uma revista propriamente feminina: o tom coloquial de seu editorial; os textos que tratavam de cuidados domésticos, com a família e com a alimentação; a ampla diversidade textual; as sugestões literárias, bem como os textos com caráter de aconselhamento.
Acompanhando o processo de delineamento do conceito de infância (século XVIII), surge um gênero literário voltado à especificidade das crianças: a literatura infantil. No Brasil, tornou-se consensual afirmar que a produção de uma literatura adequada aos pequenos inicia-se em 1921, com a publicação de A menina do narizinho arrebitado, de Monteiro Lobato. É comum afirmar, também, que a diversificação da produção literária voltada para as crianças e o aparecimento de novos autores tomou grandes proporções a partir de 1970 – contexto em que surge, em 1979, o livro Chapeuzinho Amarelo, de Chico Buarque, mote do estudo em questão. Contudo, apesar de sua relevância para a formação humana, a literatura infantil ainda é, equivocadamente, tida por muitos como um gênero menor, quer pelo público a que se destina quer pela insistência de uma pedagogia utilitarista. Nesse sentido, sem a pretensão de esgotar o tema, o presente trabalho tem o intuito de analisar o livro Chapeuzinho amarelo, a partir do exame de seus aspectos textuais, gráficos e intertextuais, com o fito de superar ideias que, por vezes, inferiorizam o gênero ao qual o livro está inserido. Trata-se de uma pesquisa bibliográfica que seguiu, preponderantemente, a dedução como método de raciocínio para obter os resultados objetivados. Em suma, por meio de um olhar mais reflexivo, pode-se afirmar que o livro sob análise – publicado pela Berlendis e Vertecchia Editores Ltda – constitui-se, muito mais que uma paráfrase do livro Chapeuzinho vermelho, de Charles Perrault, em excelente instrumento para a compreensão da leitura enquanto prática social. Palavras-chave: Literatura infantil. Gênero literário. Chapeuzinho Amarelo.
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