[T]he purpose of Strategic Studies is not so much to enlarge the debate, but rather to keep it focused. Lawrence Freedman, "Indignation and Strategic Studies", 1984 Introdução 1 A necessidade da produção de conhecimento científico em temas afins à defesa nacional e, mais amplamente, à política internacional, passa pela clareza do que sejam as contribuições emanadas de cada disciplina, ou, para cunhar um termo, das diversas interdisciplinas que se aproximam de tais temas. O foco deste artigo é a apresentação da experiência dos Estudos Estratégicos desde sua origem na década de 1940 através dos trabalhos que buscaram dar resposta aos diversos aspectos de sua razão de ser, propostas, dificuldades, resultados e cautelas. Pontua, sucessivamente, o porquê dos Estudos Estratégicos, a forma cíclica pela qual eles vêm sendo objetos de estudo, ensino e pesquisa, e o resultado capital sobre o papel da teoria da guerra de Clausewitz como cerne de seu desenvolvimento. Este percurso sustenta o conjunto de preocupações que se apresentam a guisa de conclusões.1 Este texto decorre do desenvolvimento do projeto de pesquisa "Tecnologia e Defesa" (CNPq) e da vigência da bolsa de produtividade em pesquisa concedida a Domício Proença Júnior e de doutorado concedida a Érico Esteves Duarte pelo CNPq. Seu conteúdo reflete ainda, em parte, o resultado de pesquisas e estudos anteriores com Eugenio Diniz, Salvador Ghelfi Raza, Mauro G. F. Mosqueira Gomes, Marco Cepik, Jacqueline Muniz, Tiago Cerqueira Campos, Wilson Lauria e Rafael Ávila, ainda que a responsabilidade por esta apresentação permaneça integralmente com os autores.Rev. Bras. Polít. Int. 50 (1): 29-46 [2007]