Buscou-se avaliar o impacto das cooperativas e associações na produção agropecuária familiar brasileira. Estimou-se uma fronteira estocástica espacial. Em seguida, foram estudadas variáveis que explicassem a eficiência técnica produtiva. O percentual regional de estabelecimentos ligados a cooperativas e associações teve efeito positivo na produção e no desenvolvimento local. O Nordeste apresentou eficiência técnica inferior às regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste. No Sul, o ambiente institucional conseguiu promover políticas com maior integração local (bottom-up) e, no Nordeste, dependeu de ações mais centralizadas com baixa inserção de instituições locais (top-down). Escolaridade e assistência técnica contribuíram para os ganhos de eficiência.
As organizações coletivas de produção (cooperativas e associações) podem barganhar melhores preços e menores custos, o que aumenta a receita líquida, por um lado, e facilita a adoção de tecnologias, por outro. Este estudo busca avaliar o impacto da produção familiar no Brasil e sua relação com a estrutura produtiva. Como hipótese, acredita-se que organizações coletivas de produção (cooperativas ou associações de produtores) contribuem para o crescimento da produção da agropecuária de menor porte e para o uso mais eficiente dos recursos. Portanto, primeiramente, estimou-se uma função de produção, por meio do modelo de fronteira estocástica espacial local, para avaliar a dinâmica produtiva e a presença institucional de cooperativas e associações nos municípios brasileiros. Em seguida, foram mensuradas as fontes de eficiência técnica da produção de menor porte. Com base no Censo Agropecuário de 2017, constatou-se que o percentual regional da produção da agricultura familiar em cooperativas e associações tem efeito positivo no valor bruto da produção e no desenvolvimento local. Os resultados mostraram que os municípios do Nordeste apresentam eficiência técnica inferior aos das regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste. Essa conclusão está relacionada ao ambiente institucional, que no Sul pode promover políticas com maior integração local (bottom-up) e que no Nordeste depende de ações mais centralizadas, com baixa inserção de instituições locais (top-down). Variáveis como escolaridade, orientação técnica e precipitação contribuíram para os ganhos de eficiência. Portanto, a promoção de arranjos coletivos e a inclusão de instituições locais são um instrumento de desenvolvimento regional relevante no contexto do crescimento produtivo, que por sua vez aumenta a eficiência técnica da produção agrícola de pequena escala no Brasil.
As atividades agrícolas e não agrícolas têm sido uma pauta de discussão importante no contexto histórico e social do meio rural brasileiro. Silva (1997) percebe que o meio rural não é sinônimo de agrícola, pois não é possível caracterizá-lo sendo somente agrícola, uma vez que outras variáveis são inseridas como atividades rurais não agrícolas, que ocupam espaço nas áreas rurais. As atividades não agrícolas surgem como uma nova forma de rendimento agrícola, pois muitas famílias dependem, exclusivamente, dessas atividades para poderem sobreviver (CRUZ et al., 2018). Klein (1992) argumenta a existência de três hipóteses que explicam a evolução das atividades rurais não agrícolas. A primeira está relacionada à distribuição geográfica e demográfica da população em um território, que pode variar de um país a outro. A segunda, a tecnologia voltada à agricultura, que permitiu maior crescimento dos serviços auxiliares às atividades agrícolas; e, a terceira, que retrata o desenvolvimento do mercado de trabalho agrícola e não agrícola. Na visão desse autor, a evolução dessas atividades agrícolas e não agrícolas indica que a estrutura do emprego rural não agrícola está se tornando cada vez mais similar ao mercado de trabalho urbano.Na região nordeste, por exemplo, a população ocupada nas atividades agrícolas e não agrícolas corresponde a 37% e 39%, respectivamente, entretanto, é uma região que continua sofrendo com problemas históricos relacionados à má distribuição da renda, a seca, a fome, a pobreza, que atingem boa parte da população.No Piauí, a agricultura é caracterizada pela predominância de pequenos agricultores, com base familiar e, tecnologicamente, sem correlação com os padrões modernos de produção, sendo considerado o segundo estado, depois do Maranhão, com maior índice relativo de população rural, cujo percentual é 41,8%, por outro lado, observa-se a ocorrência de um crescimento importante das atividades não agrícolas no meio rural piauiense.Diante desse contexto e dada a importância das atividades agrícolas e não agrícolas para o desenvolvimento do meio rural brasileiro, especialmente no Piauí, esta pesquisa teve como objetivo geral analisar a evolução do grau de concentração das atividades agrícolas e não agrícolas nas microrregiões do Piauí no período de 2000 a 2019. Para alcançar esse objetivo, foi mensurado o grau de concentração dessas atividades nas microrregiões piauienses, com base nos dados disponíveis no Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). MÉTODOEsta pesquisa analisou o grau de concentração das atividades produtivas agrícolas e não agrícolas nas microrregiões do Piauí no período de 2000 a 2019, através da aplicação do Índice Razão de Concentração e do Índice de Herfindahl-Hirschman. Neste sentido, buscou identificar as atividades produtivas agrícolas e não agrícolas que mais se concentraram nas microrregiões do Piauí, e para uma melhor interpretação e aprofundamento da pesquisa, considerou-se como referência os principais autores que abordaram a metodologia utilizada na pesquisa, al...
Resumo: Este trabalho teve por objetivo analisar a eficiência técnica das unidades locais da Emater no estado de Goiás. A abordagem metodológica consiste em um procedimento de dois estágios. O primeiro estágio foi realizado pela Análise Envoltória de Dados (DEA). No segundo estágio, foram utilizadas a regressão Tobit e a Análise de Fronteira Estocástica (SFA) para avaliar as fontes de eficiência. Os resultados do primeiro estágio mostraram que o nível médio da eficiência técnica das unidades locais da Emater em Goiás foi de 0,4013, o que significa que o uso dos insumos poderia ser reduzido em 59,87%, mantendo-se constante a produção. Foi identificado também que a eficiência de escala média foi de 81,67%, o que significa dizer que questões relacionadas à escala reduziram a eficiência VRS em 18,33%, indicando que havia unidades locais atuando com retornos crescentes de escala e com retornos decrescentes de escala. Apenas 15 unidades locais foram eficientes para o modelo com retornos variáveis de escala. No segundo estágio, variáveis como distância da unidade municipal até Goiânia, dependência municipal, rebanho bovino, proporção de funcionários com nível superior e técnico, entre outras, apresentaram significância estatística para explicar a eficiência das unidades locais da Emater em Goiás.
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