O conceito de sustentabilidade é baseado em três pilares: ambiental, social e econômico, todos com igualdade de importância, interdependentes, tendo como meta atender às necessidades humanas sem degradar o ambiente, garantindo sua preservação para as futuras gerações. Porém, é necessário compreender como esses pilares interagem entre si. Objetivou-se revisar esse conceito e apresentar um novo modelo estrutural de sustentabilidade, em que se compreende ‘sistema ecológico’ como a natureza sem o ser humano. Trata-se de um artigo teórico, fundamentado na teoria geral dos sistemas, referenciado em análises críticas sobre sustentabilidade e relação entre natureza, sociedade e economia. Demonstrou-se que o sistema ecológico é o mais importante na representação da sustentabilidade, pois se autorregula e não depende dos demais. Conclui-se que há uma hierarquia entre os sistemas e que o sistema ambiental é a soma dos sistemas ecológico, sociocultural e econômico.
O objetivo desse estudo foi avaliar o potencial turístico da avifauna encontrada em três áreas verdes da cidade de Campo Grande. As áreas do estudo são abertas ao público, caracterizadas como um parque, uma praça e uma lagoa. O levantamento qualitativo da avifauna totalizou 55hs de observação por meio do método de observação direta por pontos. As espécies foram registradas e se calculou a frequência de ocorrência (FO) de cada espécie por área analisada. Foram registradas 107 espécies que somam 12% das encontradas no bioma Cerrado e a arara-canindé foi a espécie com frequência absoluta de ocorrência nas três áreas. Cada uma das áreas apresentou espécies exclusivas e o parque, o maior número de espécies registradas, destacando-se como um local apropriado para realizar o roteiro de observação de aves. Porém, o potencial turístico dessa avifauna deve ser fortalecido com outras ações como observar se há complementariedade entre oferta e demanda, planejar e construir elementos próprios para as atividades de observação, organizar e apresentar modalidades da prática de observação de aves de acordo com as limitações da oferta e com o grau de envolvimento e especialização dos ‘birdwatchers’. A população local deve ser mobilizada e motivada a conhecer as aves que fazem parte da paisagem; a iniciativa privada pode se utilizar de um produto turístico formatado e criar novos produtos ou necessidades, como artesanato ou guias impressos; e a participação do poder público é imprescindível na promoção do produto ‘roteiro urbano de observação de aves’, como na manutenção de reservas naturais urbanas.
A maior biodiversidade em ambientes urbanos propicia menor vulnerabilidade aos problemas normalmente encontrados nestes contextos, como a poluição, assim, a conservação dos recursos naturais relaciona-se à melhor qualidade de vida da população. A partir disso, objetivou-se analisar a estrutura vegetacional em três áreas verdes urbanas e sua importância para a manutenção da avifauna em Campo Grande, MS. Os elementos considerados foram tamanho, utilização, entorno, estrutura da vegetação e os corpos hídricos para comparar riqueza e frequência de ocorrência das espécies de aves. Através de levantamento qualitativo, foram registradas 107 espécies de aves nas áreas estudadas. As aves encontradas com maior frequência absoluta de ocorrência foram Patagioenas picazuro e Ara ararauna. A área de vida de 89% das aves não se configura como ‘áreas alteradas’, indicando que a cidade, atualmente, apresenta boas condições ambientais.
Os parques urbanos são um importante elemento na composição da paisagem das cidades, com funções ecológicas, estéticas e sociais. Porém, esses ambientes estão sujeitos à pressão antrópica, ameaçando sua estabilidade. Por esses motivos, objetivou-se analisar o uso e cobertura da terra e o Índice de Vegetação por Diferença Normalizada (NDVI) em dois parques estaduais (Prosa e Matas do Segredo) localizados na área urbana de Campo Grande, Mato Grosso do Sul. Foram utilizadas imagens Landsat TM 5 e OLI 8, e Sentinel 2a MSI, nos anos de 1985, 2000, 2014 e 2020, avaliadas utilizando procedimentos das geotecnologias. Os resultados obtidos indicam que os parques apresentam problemas relacionados à falta de efetivação dos planos de manejo, com áreas antropizadas existindo dentro dos limites das UCs. Além disso, as zonas de amortecimento que deveriam mitigar os impactos antrópicos que os parques sofrem são agentes de pressão, pois não possuem adequado manejo, com retirada contínua da cobertura vegetal nativa para usos diversos, também retratando problemas ligados aos planos de manejo. Por outro lado, o NDVI indicou resiliência do ambiente, apontando ganhos de qualidade na estrutura vegetal, que se tornou mais complexa. Os resultados obtidos indicam que, apesar dos problemas, os parques apresentam boa qualidade vegetacional e o cumprimento de uma de suas funções: a conservação dos recursos naturais, além de propiciar melhores condições ambientais às comunidades de seu entorno e à cidade.
As comunidades tradicionais são grupos com identidade própria e organização social distinta, que utilizam territórios e recursos naturais para manter sua cultura e sua existência. O objetivo desta pesquisa é caracterizar recursos naturais existentes na comunidade quilombola de Furnas dos Baianos, sob a perspectiva dos moradores. A metodologia utilizada combinou formulário (relação recursos naturais/modo de vida/conhecimento tradicional dos moradores) e entrevista (memórias dos moradores/paisagem natural). Um integrante de cada família foi convidado a participar e as 14 famílias que formam a comunidade foram representadas. Assim, fez-se um registro de características da paisagem natural à época da formação da comunidade e situou-se a discussão no uso atual dos recursos naturais relacionados à cultura tradicional e ao saber fazer dos moradores; e se há e quais as formas de exploração econômica destes recursos. As atividades desenvolvidas nas propriedades são de subsistência, relacionadas à cultura tradicional da comunidade, com uso do solo e do córrego das Antas. O turismo foi apontado como possibilidade de atividade econômica sustentável.
No ano de 2010, foi constatado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, que 224.392 pessoas (25% da população) na cidade de Campo Grande (Mato Grosso do Sul, Brasil), apresentavam algum tipo de deficiência. Esse índice refletiu sobre a necessidade de adequação dos espaços urbanos. O objetivo deste artigo foi analisar as condições de acessibilidade existentes no Parque das Nações Indígenas (Campo Grande, MS) no ano de 2016. A metodologia adotada consistiu na aplicação de três formulários elaborados pelo Ministério do Turismo (2009), contidos no ‘Roteiro de Inspeção - Mapeamento da acessibilidade’. O diagnóstico apresentou o atendimento ou não aos requisitos da legislação e das normas técnicas. O parâmetro de classificação adotado foi o ‘Índice de acessibilidade’ desenvolvido pela Associação para Valorização de Pessoas com Deficiência (2009). Na pesquisa de campo, recorreu-se aos registros fotográficos para evidenciar os elementos de acessibilidade presentes, ausentes e em desacordo com a legislação e normas técnicas. Verificou-se que algumas adequações foram feitas no Parque das Nações Indígenas, entretanto, sem atentar às recomendações da Associação Brasileira de Normas Técnicas de número 9050 (2015). Concluiu-se que o Parque das Nações Indígenas não estava apresentando condições satisfatórias de acessibilidade não apenas para seu uso turístico, como também para o lazer da população local, condição que desfavorece o turismo de inclusão social.
O turismo como fenômeno social e atividade econômica pode contribuir para o desenvolvimento sustentável em comunidades tradicionais, além de melhorar o acesso delas a serviços públicos. O território ocupado por essas comunidades, geralmente, oferece recursos naturais que somados à sua cultura tradicional podem compor um produto turístico único. O objetivo desta pesquisa foi analisar o turismo como possibilidade de desenvolvimento local na comunidade quilombola de Furnas dos Baianos, em Aquidauana, Mato Grosso do Sul. Especificamente, contextualizar a atividade turística na dimensão municipal, apresentar a perspectiva da comunidade acerca do turismo e identificar se há e quais são os empreendimentos que desenvolvem atividade turística na área pesquisada. A pesquisa de campo foi realizada em duas fases: aplicação dos formulários em 2018, para coletar dados que evidenciassem recursos turísticos disponíveis; realização das entrevistas em 2019, para registrar a perspectiva da comunidade acerca do turismo e das possibilidades de desenvolvimento da atividade em seu território. Apesar de importantes, apenas os recursos naturais ou a cultura tradicional não são suficientes para que o turismo se desenvolva de forma sustentável. No momento da pesquisa, o turismo não representou um interesse comum do grupo; ademais, os participantes da pesquisa ressaltaram que não se encontram preparados para trabalhar com esta atividade.
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