Resumo Este artigo explora certos aspectos estilísticos e iconográficos das tangas cerâmicas marajoara, adentrando na seara da corporalidade, especialmente nas noções de composição, transformação e fabricação corporal. O recorte da categoria ‘tanga’ visa a destrinchar alguns dos aspectos relativos ao regime de figuração marajoara, sobretudo no que diz respeito às formas de materialização de princípios cosmológicos relacionados à fabricação, à composição e à transformabilidade dos corpos. Neste sentido, a iconografia destes objetos mostra corpos compósitos elaborados por meio da integração de uma miríade de seres e de suas partes anatômicas, assim como pelo uso de recursos gráficos que, possivelmente, indicam transformações corpóreas. Essa sintaxe dos corpos compósitos, desse modo, pode ser um ponto crucial para se pensar o papel das tangas e, com isso, sugere-se que elas fabricavam corpos e pessoas multicompostos.
Esta obra tem como princípio a divulgação das pesquisas dos estudantes de arqueologia, tanto do MAE-USP como de outras instituições do Brasil e de outros países. Ainda nesse escopo, esta coletânea também se apresenta como uma oportunidade para o diálogo com professores de outras instituições e especialistas de algumas áreas arqueológicas, o que enriquece, e muito, a formação dos estudantes da pós-graduação e da graduação do MAE-USP. Este trabalho revela o crescimento em importância no cenário nacional das pesquisas arqueológicas nos mais diversos ângulos e abordagens, com seus novos problemas e objetos, buscando contribuir também com a perspectiva de continuidade do trabalho de formação e consolidação da arqueologia no panorama brasileiro, tanto como linha de pesquisa quanto como área de atuação profissional.
Agradeço às muitas pessoas e instituições que contribuiram para o desenvolvimento da pesquisa aqui apresentada. À CAPES (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior) pela bolsa de pesquisa que fomentou este trabalho. À professora Dr.ª Maria Cristina Nicolau Kormikiari Passos por me acolher como seu aluno, pelo incentivo em seguir na Arqueologia e, sobretudo, pela confiança. À Dr.ª Cristiana Barreto agradeço por todo o apoio e instrução para desenvolver esta pesquisa durante estes três anos e meio. Agradeço, especialmente, pela ajuda na redação dos capítulos e por toda a paciência, sobretudo, neste último ano. Ao professor Dr.º Eduardo Góes Neves por todo o incentivo ao longo dos anos e também pelas sugestões na banca de qualificação. À professora Dr.ª Fabíola Silva pelo direcionamento e pelas úteis sugestões durante a banca de qualificação. Aos membros da banca de defesa, professora Dr.ª Ilana Seltzer Goldstein e professor Dr.º João Darcy de Moura Saldanha, agradeço pelos comentários e sugestões que enriqueceram ainda mais este trabalho. À Sílvia Cunha Lima pelas conversas sobre as cores e queima das tangas; à Cláudia Cunha por todas as sugestões e pelas fotografias; À professora Dr.ª Márcia Arcuri por todas as sugestões. À Denise Schaan pela gentileza em compartilhar as suas fotografias e pela disposição em responder às minhas dúvidas. A todos os funcionários do MAE, especialmente ao pessoal da Seção Acadêmica, sobretudo, à Aline, Regina, Karen e Cláudia, sem as quais a resolução dos trâmites da vida acadêmica seria mais complicada. Aos funcionários da biblioteca, com agradecimentos especiais à Monica, Hélio, Alberto e Washington. À Carla Gibertoni e Cristina Demartini por toda a paciência e apoio durante toda a minha pesquisa. À Sandra Torres, Francisca Figols, Ana Carolina, Regivaldo e Paulo. Agradeço às equipes que me atenderam nas instituições nas quais eu analisei material. No Museu Paraense Emílio Goeldi, à Maura Imázio, à Helena Lima e à Camila. No Museu do Estado de Pernambuco, à Elvira Blásquez, à Adriene e ao Pablo. À Elvira, sou grato, especialmente, pela atenção dispensada nos meses anteriores à minha pesquisa e também nos meses posteriores, fotografando, gentilmente, os materiais solicitados. No Museu Nacional, à professora Dr.ª Rita Scheel-Ybert, à Angela Rabello, à Mariana Ferreira e ao Leonardo de Azevedo. Agradeço também à Cássia Rosa por intermediar o meu pedido de autorização de uso de imagens junto ao Sistema Integrado de Museus e Memoriais, em Belém. À equipe do Museu do Instituto Histórico e Geográfico de Alagoas, em Maceió, pela cordialidade em me enviar as fotografias dos materiais solicitados. Agradeço também aos amigos que, de algum modo, contribuíram para o desenvolvimento desta dissertação. À Erêndira Oliveira, pela análise dos fragmentos da coleção do MAE, pela leitura e sugestões no meu texto, por todas as conversas ao longo de todos estes anos, desde que ainda estávamos no "limbo"; Mariana Cristante, grande amiga, que compartilha comigo o primeiro campo, quase uma d...
A teoria queer tem possibilitado uma auto-reflexão à Arqueologia sobre a maneira como constrói a sua definição sobre o “outro” do passado a partir do espelhamento de valores e conceitos hegêmonicos. Diante disto, interpretações cisheteronormativas sobre as sociedades pretéritas têm sido questionadas, visando construir maneiras alternativas de representar o passado, sobretudo, no que diz respeito a gênero e sexualidade. Interpretações arqueológicas têm sugerido, desde a segunda metade do século XIX, que as tangas de cerâmica da fase marajoara eram usadas exclusivamente por mulheres e isto tem sido reproduzido até os dias de hoje. Este artigo revisita, a partir da crítica da Arqueologia Queer, a bibliografia referente às tangas cerâmicas com o intuito de compreender como esta ideia foi formatada, visando também confrontar os dados contextuais disponíveis.
scite is a Brooklyn-based organization that helps researchers better discover and understand research articles through Smart Citations–citations that display the context of the citation and describe whether the article provides supporting or contrasting evidence. scite is used by students and researchers from around the world and is funded in part by the National Science Foundation and the National Institute on Drug Abuse of the National Institutes of Health.
hi@scite.ai
334 Leonard St
Brooklyn, NY 11211
Copyright © 2024 scite LLC. All rights reserved.
Made with 💙 for researchers
Part of the Research Solutions Family.