Resumo Fita verde no cabelo: nova velha história, conto de Guimarães Rosa, apresenta uma leitura de Chapeuzinho Vermelho. Como indica o subtítulo - nova velha história -, a narrativa rosiana ressignifica as versões tradicionais de Chapeuzinho, projetando a história em meio à perplexidade do mundo contemporâneo, desconstruindo certezas, deslocando fantasias. A partir de reflexões sobre a tradição oral, narrativa e memória, negação da experiência no mundo contemporâneo, pretendemos mostrar como o conto de Guimarães Rosa problematiza a trajetória da protagonista, Fita-Verde, num desdobrar-se em simbiose com a fala-fato de um narrador que trama o destino desta lendária menina, agora em situação dramática, evocando gestos e arquétipos que lhe escapam nos desvãos de uma consciência desencantada. A velha fantasia do tempo das fadas, requisitada pelo seu ser de linguagem e seu universo ontologicamente situado no próprio enredo do conto, sofre os refluxos de um tempo de crises, em que o confronto com a solidão é uma face da morte.
Buscarei, no espaço deste ensaio, situar-me como leitora de dois críticos-biógrafos de Machado de Assis: Lucia Miguel Pereira (Machado de Assis: estudo crítico e biográfico) Augusto Meyer (Machado de Assis: 1935-1958). Não será, portanto, uma Leitura integral dos autores sobre a obra e da vida machadianas. Interessa-me colher, nesses enfoques de Augusto Meyer e Lucia Miguel, situações e indicativos do modo como se relacionam com seu objeto de estudo, não que destaco o sentimento de admiração que Nutre tal relacionamento, marcado que é por um esforço de leitura crítico, mas que se deixa perpassar por olhares de subjetividade que se cruzam com o meu interessado olhar.
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