Apesar de muitos trabalhos discutirem as proposições de Lefebvre sobre tópicos como modernidade, capitalismo e revolução urbana, poucas procuram esclarecer muitas de suas ideias que parecem confusas, entre as quais, a que mais importa para os estudos teóricos e empíricos em geografia e nas ciências sociais – a concepção de espaço. Partindo de obras significativas de Lefebvre, este trabalho visa jogar luz na genealogia espacial que ele propõe e que constitui o núcleo de sua ciência do espaço. Com efeito, destacamos que o espaço social lefebvreano é mais que uma coleção ou sistema de objetos e sujeitos, mas um espaço múltiplo e dinâmico, em constantes transformações, justaposições, desdobramentos e contradições.
É cada vez mais frequente o uso e a menção de obras relacionadas às artes visuais, literárias e poéticas em recursos didáticos dos conteúdos da geografia escolar, mas que as restringe a instrumentos ilustrativos ou apenas referencial temático. A questão que se coloca é: Como essa interface nas aulas de geografia pode ser explorada além de um efeito pictórico e/ou tópico? Uma guinada que supere essas reduções é a busca da valorização da dimensão estética no ensino de geografia, justamente aquilo que possibilita uma confluência de arte e geografia. Em realidade, a dimensão estética costuma ser esquecida ou desprezada dentro da própria geografia enquanto ciência ou na geografia acadêmica. Contudo, ela é parte do cotidiano, do universo sensível e imaginativo dos sujeitos sociais. Este estudo busca tornar evidente sua importância no ensino de geografia e, ao mesmo tempo, explorar um sentido mais largo para o uso das linguagens da arte como um recurso que, mediado pelo professor, possibilita o exercício da imaginação geográfica. Palavras-chaves: Geografia; Ensino de Geografia; Arte; Estética.
Desde que o conhecimento foi sistematizado, as pesquisas geográficas tenderam a descrever e a analisar os objetos espaciais e as pessoas como agrupamentos homogêneos, não os valorizando como corpos sob múltiplas interseccionalidades e sociodiversidades, ou seja, sob categorias abrangentes e/ou quantificações. A pluralidade social e suas camadas mais profundas foram aos poucos aplainadas na reprodução e na microescala do cotidiano. O objetivo deste texto é esclarecer esta tendência nas pesquisas geográficas e evidenciar o movimento que se fortalece na ciência dentro da virada cultural e espacial em que os indivíduos “homogêneos” são vistos e estudados como sujeitos sociais, com corpos, biografias, desejos e sentimentos diversos, situados em um tempo e espaço. Colocamos a possibilidade de transpor uma geografia do singular para uma geografia do plural, da homogeneidade para a consideração das diferenças, dos indivíduos que compõem uma população para as análises dos sujeitos sociais corporificados que integram o processo de produção do espaço.
A fundamental geographical argument is that the irruption of significant economic or technical groupings impacts the rhythm and content of transformations in a preexisting space. These forces affect these spaces and are identified in a temporal perspective of economic cycles. This line of reasoning is undeniable since, in the case of Corumbá-MS, several changes occurred cyclically. Nevertheless, in contrast to a uni-causal explanation and abrupt changes, we defend a socio-spatial perspective based on the idea of coexisting and juxtaposed economic agents and processes, which provoke productive restructuring, whose impact can be sinuous and realign into new functions and ongoing geoeconomic dynamics. Keywords: Urban Geography, Socio-Spatial Restructuring, Midwest Region, Corumbá-MS
scite is a Brooklyn-based organization that helps researchers better discover and understand research articles through Smart Citations–citations that display the context of the citation and describe whether the article provides supporting or contrasting evidence. scite is used by students and researchers from around the world and is funded in part by the National Science Foundation and the National Institute on Drug Abuse of the National Institutes of Health.