O presente artigo examina se, apesar de permitir maiores desconstruções e desnaturalizações das categorias de sexualidade que usamos hoje em dia, a Linguística Queer sofre de um dos problemas que afeta os Estudos Queer em geral: uma “norma homossexual oculta” (GUSTAVSON, 2009), ou priorização do estudo de homens gays. Embora a Linguística Queer tenha prestado maior atenção às performances discursivas de lésbicas, ainda há uma lacuna de pesquisas sobre performances de outras “orientações” sexuais e performances discursivas relacionadas a práticas sexuais que desestabilizam o binário heterossexual/homossexual. Portanto, pretende-se discutir alguns exemplos de estudos recentes realizados no campo da Linguística Queer que vão além da “norma oculta homossexual”: um sobre performances de mulheres bissexuais e outro sobre performances de adeptos/as da prática de pegging.
Nosso objetivo é de fazer uma primeira tentativa de esboçar uma Linguística Cu(-ir), a partir de algumas críticas aos Estudos Queer e observações sobre a Linguística Queer. A tentativa não se limita a uma proposta teórica; será colocada em prática através de dois estudos de caso envolvendo discursos sobre preconceitos relacionados ao uso do dildo: um sobre uma mulher bissexual e outro sobre homens heterossexuais que gostam de ser penetrados por suas parceiras. Ao analisar esses casos, olhando para subversões e reforços de discursos heteronormativos, nossa Linguística Cu(-ir) tentará preencher algumas lacunas, incluindo a falta de pesquisas sobre desejos e práticas sexuais específicas, procurando desestabilizar definições da sexualidade baseadas no gênero dx(s) parceirx(s).
No presente texto, Anna Livia analisa, por meio do olhar da Linguística Queer e o conceito de comunidades de prática, anúncios pessoais divulgados na revista Lesbia, uma publicação mensal francesa voltada para o público lésbico. Num primeiro momento, a autora examina como as anunciantes constroem discursivamente sua parceira perfeita, focando em quais orientações sexuais e estilizações de gênero são excluídas e, em especial, nos preconceitos reproduzidos contra lésbicas “caminhoneiras”. Depois, analisa também como a linguagem das notas da editora, inseridas como interjeições diretamente dentro dos anúncios, reforçam ou contestam os valores inerentes nos textos e questionam, em particular, certas exclusões e preconceitos.
O presente texto discute as contribuições do artigo A América Latina na encruzilhada do tempo presente, de Muniz Ferreira, que traça um percurso histórico da América Latina dos anos 1930 até os dias de hoje, constantemente sublinhando as tensões entre as forças dominantes (neo)liberais e conservadoras e as forças progressistas e discutindo a situação sócio-econômico-política na maioria dos países da região. Na primeira parte do texto, dialogamos diretamente com as ideias de Ferreira, acrescentando, onde possível, outras observações complementares às suas análises. Na segunda parte, criamos em diálogo entre Ferreira (2022) e Butler ([2015] 2018; [2009] 2015), com base em um problema que ambos/as confrontam em suas escritas: a dificuldade de fazer com que as pessoas reconheçam as condições que têm em comum, apesar de suas diferenças, para fazer atuação política conjunta em prol de melhorias permanentes em suas condições de vida.
This article explores a gender-equality postmethod approach to teaching English as a Foreign Language. It describes and analyzes an action research project performed with an EFL class in Italy, in which the students were encouraged to think critically about sexism and English language use.
Este artigo tem como tema o RPG, uma modalidade de jogo de interpretação no qual se constrói uma narrativa compartilhada entre os participantes. Os dados foram gerados entre abril e dezembro de 2018 em 7 sessões de um jogo de RPG cujos participantes se identificavam como LGBTQIs ou simpatizantes. Utilizando os conceitos de Enquadre e Alinhamento, da Sociolinguística Interacional, a pesquisa objetivava, num primeiro momento, analisar quais enquadres emergiam, como se sobrepunham e como os jogadores se alinhavam aos enquadres. Num segundo momento, procurou-se olhar para como questões de gênero e sexualidade se tornavam relevantes nas interações. Concluiu-se que, diferente de outras conversas face-a-face,o RPG possui relações de enquadre bem específicas e altamente móveis, que sãodefinidas pela própria modalidade do jogo. A forma como os participantes se alinham os enquadres varia, primeiro de enquadre a enquadre, mas também a partir de seus conhecimentos e experiências compartilhadas como grupo social minoritário.Palavras-chave: Enquadres; Alinhamento; RPG.
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