A surdocegueira, deficiência de caráter único que não significa junção de duas deficiências, caracteriza-se de forma muito subjetiva, uma vez que cada surdocego desenvolve formas e maneiras de se comunicar. A família e a escola possuem um papel importantíssimo para o desenvolvimento cognitivo, afetivo, social e emocional do sujeito surdocego, sendo os primeiros meios sociais e de ensino da criança. Frente a essas questões, este trabalho teve por objetivo compreender os padrões de comunicação de duas jovens surdocegas no contexto familiar e escolar, analisando a possibilidade de desenvolvimento de uma linguagem simbólica no processo de interação com esses ambientes. A amostra foi constituída por duas jovens surdocegas, suas genitoras e suas professoras/guias intérpretes. Foram coletados seus discursos e analisados segundo a Teoria de Análise de Conteúdo de Bardin. A análise apresentou quatro categorias: padrões de comunicação na família, padrões de comunicação na escola, linguagem concreta e linguagem abstrata. Com essas análises, podem-se entender melhor as peculiaridades desses atores na interação da comunicação, o desenvolvimento da linguagem simbólica dos sujeitos surdocegos e a sua relação com as diferentes maneiras de se comunicar com esses sujeitos.
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