RESUMO: Pesquisa etnográfica sobre a escrita do texto literário realizada numa turma de 4 o ano do ensino fundamental municipal de Curitiba. O estudo parte do conceito de aluno-autor, criado por Catherine Tauveron para sustentar o argumento de que a escola pode desenvolver nas crianças pequenas uma postura de autor. O artigo analisa dois textos produzidos por alunos, sendo um deles uma narrativa, e o outro, uma fábula. Paralelamente, apresenta as estratégias adotadas pelo professor para familiarizar os alunos com as características dos gêneros literários, como forma de nortear a sua escrita, de modo a contemplarem em seus textos os elementos da arquitetura desses gêneros, como tema, intriga, narrador, ponto de vista, personagem, estrutura, sequência, coerência, verossimilhança, espaço e tempo. Enfatiza, ainda, o papel do professor como responsável por instigar a reflexão dos alunos sobre sua escrita e criar as condições pedagógicas para que escrevam com prazer, autonomia e criatividade. Palavras-chave: Escrita Literária; Letramento Literário; Ensino Fundamental. STUDENT-AUTHOR: LEARNING LITERARY WRITING IN THE EARLY GRADES OF ELEMENTARY SCHOOL ABSTRACT:This is an ethnographic research on literary text writing carried out with a 4 th grade class of a municipal elementary school in Curitiba, Brazil. The study is based on Catherine Tauveron´s concept of student-author, which supports that schools can induce the development of author's attitude in small children. The paper analyzes two texts prepared by students: a narrative and a fable. It also presents the strategies used by the teacher to familiarize students with the characteristics of literary genres, as a means to organize their writing, so that they include elements of the common architecture of genres in their texts, such as theme, intrigue, narrator, point of view, character, structure, sequence, coherence, verisimilitude, space and time. It also emphasizes the role of teachers as responsible for enticing students to think about their writing and creating the pedagogic conditions so students write with pleasure, autonomy and creativity.
RESUMO Estudo de caso na disciplina “Metodologia do ensino da literatura infantil”, no curso de Pedagogia, da Universidade Federal do Paraná (Brasil). Predomina entre os estudantes a ideia utilitarista do trabalho escolar com a literatura infantil e seu uso como pretexto para ensinar os conteúdos escolares. Nas aulas, a partir de alguns princípios oriundos da teoria da estética da recepção e seus impactos para o ambiente escolar, são confrontadas obras consideradas de boa e de má qualidade. O artigo analisa cinco delas (Luanda enroladinha, Obax, Pra saber voar, O monstro monstruoso da caverna cavernosa, O Grúfalo) e ressalta a efetividade da estratégia para desestabilizar os estudantes e os auxiliar a pensar sobre o papel da literatura infantil no ensino e na formação do jovem leitor.
ApresentaçãoOs resultados divulgados recentemente pelo Programa Internacional de Avaliação de Alunos (PISA) indiciam que o Brasil está muito mal na formação de leitores. Embora os resultados de testes em larga escala sejam sempre discutíveis, bem como as políticas às quais são atrelados, não é nada confortável que o país ocupe o 55º lugar em leitura entre os 65 países avaliados. Ao longo da última década apresentaram-se avanços, mas que, aparentemente, não significaram melhoria expressiva na aprendizagem.A se julgar pelos dados desses testes, mesmo com todos os senões que merecem, predominam escolas com limitações para formar leitores que leem com fluência, com frequência e com gosto, e, assim, com dificuldades em contribuir, para melhorar a inserção dos alunos nos contextos sociais e a sua relação com os múltiplos bens culturais e com as demais pessoas. De nossa parte, acreditamos que a transformação das práticas escolares visando a formar leitores literários capazes de compreender criticamente o que leem, de sentirem prazer pela leitura e de se apropriarem da literatura como meio de intervenção na realidade pode contribuir para tensionar ou reverter este quadro.Essas questões confirmam a pertinência de um dossiê que trate da leitura e da escrita literária na Educação Básica, em apoio aos professores e seus esforços tanto para compreender quanto para transformar as escolas em instituições de luta democrática. As escolas podem se transformar em espaços de contestação, luta e resistência ao formar leitores literários. A literatura é um importante agente de crítica, de denúncia e de inquietação, que são ingredientes imprescindíveis para a criação de novos modos de vida.Os artigos aqui presentes são decorrentes de pesquisas recentes e que põem em circuito diferentes saberes e perspectivas acerca de questões histórico--epistemológicas, teórico-metodológicas e pedagógicas em torno da presença--ausência da literatura na educação básica. Eles abrangem questões da leitura e da escrita literária, nos anos iniciais do ensino fundamental e no ensino médio.Em Na história do ensino da literatura no Brasil: problemas e possibilidades para o século XXI, Maria do Rosário Longo Mortatti refaz o percurso histórico das reflexões, principalmente no Brasil, sobre as relações entre literatura, educação e ensino. Rememora as críticas da década de 1980 sobre as finalidades utilitaristas atribuídas ao ensino da literatura e as reflexões em oposição que enfatizaram a esteticidade/literariedade como fator de superação das marcas moralizantes e pedagogizantes atribuídas a este gênero pela escola. Lembra ainda das importantes contribuições, naquela década, dos trabalhos em
RESUMOA formação do aluno-autor, no ensino fundamental, é um desafio permanente para os professores. Neste artigo, relata-se uma experiência de escrita de natureza literária por alunos, com idade entre 12 e 16 anos, de uma escola pública situada na região metropolitana de Curitiba, extremamente reticentes para se lançarem na escrita. A estratégia adotada pela professora de Língua Portuguesa para encorajá-los foi ler o primeiro capítulo do livro O Sofá Estampado, de Lygia Bojunga. No entanto, a última frase não foi revelada, o que criou um suspense sobre o seu desfecho, fator motivante para os alunos, aos quais coube escrever a continuidade da história. A produção escrita desses alunos-autores foi analisada considerando aspectos como: personagens, verossimilhança, intertextualidade, ponto de vista, figuras de linguagem, coesão, coerência, enredo e sequência. Conclui-se que as estratégias adotadas pela professora propiciaram o desenvolvimento da autonomia do alunoautor, da sua capacidade de estabelecer relações do texto literário com seu mundo, formular suas próprias ideias, adquirir confiança e ser criativo, enfim, assumir um papel ativo nas atividades de escrita. PALAVRAS-CHAVE:Literatura Infanto-juvenil. Escrita Literária.Ensino Fundamental.
Neste artigo é apresentada uma coletividade que foi edificada pelas trocas de saberes durante os trajetos autoformativos de uma professora e uma comunidade de crianças narradoras, cujos laços e nós foram tecidos e entrelaçados nas várias edições do curso “Arte de contar histórias”, desenvolvido num Centro Municipal de Educação Cultural, no Município de Araucária, sul do Brasil. As principais reflexões teóricas versam sobre a instauração da performance lúdica, sobre o processo simbiótico entre quem narra uma história e quem lhe escuta, sobre o protagonismo da criança que no exercício de contar e ouvir histórias constrói saberes, alimenta sua imaginação e desenvolve sua criatividade, e sobre as vantagens da horizontalidade da relação entre crianças e adultos que passam a se constituir como autores mais conscientes das suas histórias de vida. Três experiências vividas durante o curso são relatadas, rememorando as histórias que versaram sobre temas difíceis como a morte, a condição da mulher na sociedade, o racismo, além do detalhamento das atividades implementadas que viabilizaram a formação de crianças contadoras de histórias.
RESUMO: Este artigo aborda um aspecto importante da didática da leitura literária -a leitura em voz alta. Relata situações de enfrentamento das dificuldades em leitura de alunos do Ensino Fundamental, observadas em pesquisas desenvolvidas em uma turma de 4º ano, de uma escola da Rede Municipal de Ensino de Curitiba, e em turmas de 6º e 7º ano, em uma escola estadual do município de Colombo, região metropolitana de Curitiba. A metodologia de pesquisa utilizada foi a de natureza etnográfica, com ênfase nas observações dos processos pedagógicos desenvolvidos pelas professoras e seus efeitos nos alunos, trazendo à tona o que tem sido e o que precisa ser feito na escola para a formação de leitores de literatura. Constatou-se que a leitura em voz alta em sala de aula mobiliza o imaginário dos alunos, aproxima professor e alunos e proporciona a comunicação entre texto e leitor. PALAVRAS-CHAVE: Leitura. Didática. Literatura Infantil. Ensino fundamental. INTRODUÇÃONa segunda metade do século XX, consolida-se, impulsionado pelas teorias de autores como Jauss, Iser, Eco e Ricoeur, o postulado do papel do leitor no ato da leitura como um coautor da obra literária. O leitor passa a ser reconhecido como participante decisivo na criação artística do autor. Assim, a obra literária emergiria de um ato comunicativo entre o texto e o seu leitor.O impacto desse postulado para a didática da leitura literária aponta para a necessidade de propiciar frequentemente aos alunos a leitura de obras literárias, a audição de histórias lidas em voz alta pelo professor, a discussão sobre o que leram e sobre suas experiências de recepção da obra, a ampliação do seu repertório de leituras, para o estabelecimento da intertextualidade ou da relação entre as obras lidas; enfim, trata-se de propiciar, na escola, atividades que priorizem a participação ativa dos alunos e promovam o diálogo entre texto e leitor. Todos esses aspectos são igualmente importantes e precisam ser considerados como componentes essenciais
Neste artigo é apresentada uma pesquisa-ação implementada com alunos de 6o ano numa escola estadual de Curitiba, no segundo semestre de 2017. Foi desenvolvida uma sequência didática expandida, como proposto por Cosson em 2006, com o objetivo de ler a obra A terra dos meninos pelados de Graciliano Ramos. Diversas atividades paralelas à leitura foram implementadas, inclusive de escrita literária idealizada a partir dos preceitos de Calkins (1989), Ferreiro e Siro (2010) e Tauveron (2014). Os alunos-autores escreveram um novo final para a história de Graciliano Ramos e um destes textos é analisado no artigo.
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