ResumoO balanço hídrico da Bacia Amazônica é um problema de difícil solução, não somente pelas dimensões e características da região, como também pela escassez de dados meteorológicos e hidrológi-cos. Procurando estimar a grandeza dos principais componentes do balanço hídrico, foi realizado um estudo com dados da Região Amazônica brasileira e de algumas estações de outros países. Fez-se o balanço de energia e, com base no mesmo, fez-se o balanço hídrico da região, adaptando-se o méto-do de Penman para as condições de florestas. Os dados obtidos indicam que 90% da evapotranspiração deve-se ao balanço de energia. A evapotranspiração real, deve, nesta região, ser aproximadamente igual à potencial e a média encontrada foi da ordem de 4mm/dia, ou seja, 1460mm/ano. Em uma primeira aproximação, a Bacia Amazônica funciona como\ Mm sistema que recebe, através da precipitação, ~x 10 12 m3 de água por ano, sendo este total balanceado por uma descarga superfici::.l 9-~ S?5,5 x 1012m3Jano e uma evapotranspiração de ~X. 10'2m3fano. Assim, a precipitação média total na Bacia Amazônica é da ordem de 12,0 x 10 12 m 3 por ano, enquanto que a vazão na foz é da ordem de 5,52 x 10 12 m 3 por ano, ou seja, a quantidade de água precipitada é aproximadamente 2,2 vezes maior que a água que se esçoa pela calha principal do Amazonas, voltando ao oceano. Estes dados, embora escassos e de precisão limitada, indicam que a evaporação e a evapotranspiração devem ser responsáveis por uma parte relativamente ponderável do balanço hídrico da região. Por outro lado, as medidas de interação entre a Bacia Amazônica, as Bacias do Orenoco e a Platina são bem pouco conhecidas, embora saiba-se que existem áreas de interligação entre as mesmas.Enquanto outras pesquisas estão sendo desenvolvidas por métodos isotópicos, (Salati et ai. 1973), a fim de se estimar a recirculação interna de vapor d'água, o presente trabalho tem por finalidade estabelecer, com base em ~lguns dados disponíveis, uma estimativa da évapotranspiração para a floresta Amazônica.