Resumo: Este artigo enfoca a relação entre as dificuldades encontradas pelo gabinete Olinda, no ano de 1866, e as lutas que no interior do mercado aconteciam em torno de um encaminhamento para a "questão bancária". Com base em pesquisa feita no Jornal do Comércio e no Correio Mercantil, bem como nos Anais da Câmara dos Deputados e do Senado, demonstra que membros do gabinete estavam ligados a grupos de negociantes com interesses específicos em relação a esta questão.
Palavras-chave:Liberalismo -Brasil -Séc. XIX; Brasil -História -Império, 1822-1889; Questão bancária -Brasil -Séc. XIX.Agora já não há mais saquaremas, nem luzias, nem ligueiros. Os saquaremas chamam-se vermelhos, os luzias históricos, e os ligueiros papelórios. Viva o progresso! (Jornal do Comércio, 13 de junho) O dinheiro não regorgita, mas abunda na praça; o que não abunda é a confiança, a qual fugiu espavorida.
Este artigo problematiza o tratamento dado ao Ato Adicional de 1834 como marco de descentralização política do Império, leitura que se faz presente em parte significativa da historiografia do século XX sobre o século XIX brasileiro. Visto segundo essa perspectiva, o Ato significa a institucionalização das propostas dos liberais “exaltados”, atuantes na política brasileira do período. A fim de atingir o objetivo proposto, primeiramente, este estudo mostra como essa historiografia se ancora em memória construída em textos produzidos por políticos que participaram dos fortes enfrentamentos entre os partidos imperiais a partir da década de 1840. Em um segundo momento, o artigo demonstra a possibilidade de entendimento dessa memória como congruente com a visão dos liberais “moderados”, opositores dos “exaltados”, e a constituição recente na historiografia de uma interpretação não aderida a ela, com base na exploração minuciosa dos debates do período.
Neste artigo, a partir da experiência de leitura e catalogação dos documentos da Coleção Marquês de Valença, do Museu Paulista, são desenvolvidas reflexões em torno de questões referentes às relações entre sujeito e objeto do conhecimento histórico. Por meio da exploração de versões da biografia de Estevão Ribeiro de Rezende, marquês de Valença, feitas pelo filho, são apresentados elementos para refletir sobre diferentes opções de narrativa histórica e suas implicações na relação do historiador com as fontes, com os homens do passado, e com os leitores do seu próprio tempo.
Este artigo, a partir do exame de debate político realizado na imprensa do Rio de Janeiro no ano de 1832, problematiza inicialmente a atribuição das identidades nítidas de “moderados” e “exaltados” aos grupos liberais em confronto. Demonstra primeiramente como tais denominações se fizeram presentes nos textos publicados como parte das formulações elaboradas para o enfrentamento dos grupos, em que cada um buscava desqualificar os adversários e resguardar para si qualificativos positivos, conforme os valores predominantes. Também procura evidenciar a flexibilidade do posicionamento dos chamados “exaltados”, cujos textos e alianças expressam uma mobilidade que destoa do modo como têm sido considerados pela historiografia.
scite is a Brooklyn-based organization that helps researchers better discover and understand research articles through Smart Citations–citations that display the context of the citation and describe whether the article provides supporting or contrasting evidence. scite is used by students and researchers from around the world and is funded in part by the National Science Foundation and the National Institute on Drug Abuse of the National Institutes of Health.