Resumo o ano de 2014 assinala o quadragésimo aniversário da Revolução dos Cravos, acontecimento que pôs fim ao estado Novo Salazarista, uma das mais longevas ditaduras de toda a europa ocidental. A pretexto dessa efeméride, o artigo procura tomar o Po-eX -movimento literário experimental que renovou a poesia portuguesa entre as décadas de 1960 e 1970 -como signo de uma época em que a linguagem, não apenas em Portugal mas em boa parte do mundo, tornou-se um problema de ordem histórica. Teoricamente o artigo é suportado pela ideia de que a linguagem constitui um dos lugares de acontecimento da história, enquanto do ponto de vista empírico o trabalho se apropria, basicamente, de textos teóricos e de documentos da Poesia experimental Portuguesa. Palavras-chave: Portugal; ditadura; poesia experimental.
AbstractThe year 2014 marks the 40th anniver-
O presente artigo, inspirado no modelo literário que Ítalo Calvino erigiu em “As cidades invisíveis” e amparado conceitualmente nas formulações de, entre outros, Walter Benjamin, para quem os homens habitam a cidade tanto quanto são habitados por ela, toma a poesia de Roberto Piva como um signo histórico através do qual se pode derivar uma pauliceia desvairada diferente e desdobrada daquela de Mário de Andrade: uma cidade sucata, surreal, que se confaz nos delírios poéticos de Roberto Piva e de seus companheiros de “periferia rebelde”.
O principal propósito deste artigo é apropriar-se historicamente do filme Recinfernália (1975), do filósofo, poeta, ator, cineasta e agitador cultural pernambucano Jomard Muniz de Britto. No texto se procurará abordar, principalmente, as contribuições do autor ao esforço de bricolagem e (re)invenção identitária da cidade do Recife, bricolagem que se realizaria através de uma intensa atividade artística voltada, entre outras coisas, para uma submissão da “pernambucanidade tropicológica” a um delírio que a obrigasse a transmutar-se em “pernambucália tropicalista”. No caso de Recinfernália, trata-se de um esforço de Jomard Muniz de Britto para reposicionar a identidade espacial da capital pernambucana, forçando-a a escapar da aparência de identificação consigo mesma que a tradição tropicológica, do ponto de vista do sujeito ora estudado, buscava impor ao Recife e mesmo ao objeto cultura brasileira. Em filme, portanto, Jomard consuma o programa tático de Michel de Certeau: a ver a cidade, espreitando-a, prefere misturarse com ela, praticando-a e por consequência borrando o cartão-postal
O trabalho visa a refletir sobre o processo de constituição de uma historiografia sobre a cultura e a arte marginais no Piauí. Para tanto, procura discutir as maneiras como tal produção se configura confaz dentro e fora do ambiente acadêmico, no qual ganha uma maior visibilidade, tendo em vista a formatação de grupos e projetos de pesquisa dedicados ao seu estudo. Também pretende analisar de que forma a escrita historiográfica piauiense sobre o tema se relaciona com a que é produzida em âmbito a nível nacional, observando, especialmente, a inserção de autores locais em publicações coletivas de maior abrangência.
Edwar de Alencar Castelo Branco 2 Resumo: Este trabalho analisa a atividade filmográfica de Torquato Neto, um dos ícones da Tropicália. Foram analisados dois filmes-O terror da Vermelha e Adão e Eva do Paraíso ao consumo-ambos rodados em 1972. O estudo dos filmes permitiu concluir que o "cinema em liberdade" perseguido por Torquato Neto representa o ápice do embate torquateano para "destruir a linguagem e explodir com ela", recurso que utilizaria para escapar da captura social de sua subjetividade. Percebeu-se, também, grande convergência entre o "cinema livre" de Torquato Neto e a "antiarte" de Hélio Oiticica.
Resumo: O presente artigo tem como objetivo identificar e analisar narrativas míticas nos fanzines de heavy metal que circularam na cidade de Teresina no período entre 2000 Ã 2014. Pretendemos problematizar as técnicas de sujeição dos headbangers através dos fanzines. No trabalho os fanzines de heavy metal aparecem como “textos prescritivos” que configuram a década de 1980 como um tempo mítico provocando atrito com as técnicas de subjetivação no contexto do heavy metal. Para o estudo do objeto aqui proposto o trabalho se beneficiou das noções de José Carlos Reis (2007) sobre o conceito de tempo histórico e, bem como, das noções de sujeito presentes numa ampla literatura pós-estruturalista e notadamente em Michel Foucault (2017). A intenção do estudo é, a partir da leitura sistemática de fanzines, entender o papel do tempo mítico no contexto do heavy metal.
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