A partir da ideia de "contemporâneo", presente em Giorgio Agamben, propõe-se aqui dois caminhos para se conceber a comunidade hoje: 1) A partir do pensamento sociológico que entende a comunidade como substância comum compartilhada (território, cultura, etnia, classe, etc.) ou; 2) A partir do que denominamos filósofos contemporâneos da comunidade (Maurice Blanchot, Jean-Luc Nancy, Georges Bataille, Roberto Espósito e Giorgio Agamben) que dessubstancializam a comunidade, compreendendo-a como experiência da dessubjetivação (vinculação). O presente texto apresenta, de maneira breve, a articulação entre esses filósofos num eixo comum (diferença ontológica) e sua possível inscrição como problema comunicacional.
Este estudo lança a possibilidade de pensar um outro conceito de "comunidade" ante o atual cenário mediatizado, um conceito distinto daquele herdado das Ciências Sociais do século XIX que a entende, exclusivamente, enquanto substância comum compartilhada (território, cultura, etnia, classe etc.). Este outro conceito, reivindicado por importantes pensadores (Bataille, Blanchot, Nancy, Rancière, Derrida, Agamben), é desenvolvido no texto pela hermenêutica de Roberto Esposito, que encontra no significado arcaico da "comunidade" (communitas) uma ontologia originária. Tal ontologia, fundamentada no conceito de physis, provê uma estrutura genética das entificações comunitárias que pode ser acolhida pelos estudos comunicacionais para ampliar seus objetos de pesquisa e legitimar as intervenções comunicacionais na luta biopolítica contemporânea.
O texto articula fragmentos teóricos para problematizar a representação mediática do rural brasileiro. Para isso, a categoria do rural é pensada para além das formas identitárias historicamente consolidadas, mais precisamente, como zona de conflito, de evocação de vidas, comunidades, modos de existência que precede, acomete ou sucede o enunciatário, constituindo uma trama de sentido que o implica, vincula ou responsabiliza. O texto é estruturado em dois momentos: no primeiro, são apresentadas experiências comunicacionais que, de alguma maneira, tentaram organizar as populações do campo em torno de um imaginário ou ideologia; em um segundo momento, reivindica-se um princípio estético capaz de viabilizar uma implicação às obras provenientes do projeto Cinejordão (SETI/Unicentro-PR) que tem como objetivo produzir representações do rural através do cinema.
(UEL), especialista em Comunicação Popular e Comunitária (UEL), e mestrando em Comunicação Midiática (linha de pesquisa: produção de sentido na comunicação midiática) pela Universidade Estadual Paulista (UNESP-Bauru, SP). Integrante do grupo de pesquisa "Mídia e Sociedade" (CNPq). Bolsista CAPES.
ResumoO objetivo desse texto é refletir sobre o conceito de cidadania a partir das recentes manifestações brasileiras em redes sociais digitais, notabilizadas pelo caráter privado de suas reivindicações. Essas manifestações demandam uma investigação hermenêutica sobre a prática discursiva da cidadania na contemporaneidade. Na densidade semântica desse conceito, busca-se evidenciar a ideia de responsabilidade tendo como delineador a dimensão vinculativa da comunicação e da comunidade enquanto lugar de procedência comum do sujeito. O texto conclui com a sugestão de pensar uma cidadania comunicacional a partir da apresentação de vidas precárias sob enquadramento impessoal. Palavras-chaveVinculação. Redes Sociais. Sociabilidade. Genealogia. Hermenêutica. IntroduçãoA questão da cidadania, a preocupação com a justiça e a participação de diferentes grupos nas benesses civilizacionais, embora nunca tenham perdido o seu vigor reflexivo, apresentam, para alguns autores, a necessidade de uma revisão histórica e conceitual. Adela Cortina, por exemplo, contribui fundamentalmente para essa retomada teórica da cidadania, ao observar, enquanto questão essencial dos últimos anos, a "[...] falta de adesão por parte dos cidadãos ao conjunto da comunidade." (CORTINA, 2005, p. 18).
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