Foucault publicava (FOUCAULT, 1975, p. 29 ). Trata-se da mesma dívida que reconhece um ano mais tarde no College de France; então atribui a razão do seu novo trabalho às "ofensivas dispersas e descontínuas" como as da anti-psiquiatria, mas sobretudo "à eficácia de algo -eu não ouso dizer um livro -como L'Anti-Oedipe [...] livro, ou, antes, coisa, acontecimento" (FOUCAULT, 1997, p. 7).Foucault fala grandiloquentemente, mas não entra em precisões. Diz-nos que tem uma dívida para com Deleuze, não o que lhe deve. 1977.Será necessário esperar um par de anos para desvendar o mistério. Assim, no prefácio à edição americana de L'Anti-Oedipe, Foucault oferece-nos uma lista das noções que lhe chamaram a atenção: «multiplicidades, fluxos, dispositivos, conexões».O conceito de dispositivo, então, que Foucault assimila ao de agenciamento, é um conceito do qual reconheceria a paternidade deleuziana (FOUCAULT, 1994, p. 133 -136). 1972.Mas voltemos um segundo atrás, porque em L'Anti-Oedipe falava-se certamente de complexos, formações, maquinações, regimes, mas as noções de dispositivo e de agenciamento não aparecem em primeiro plano. Os principais críticos de Deleuze, em todo o caso, não dão conta da sua existência (assim, por exemplo, Mengue faz da noção de
Colocar fora de lugar aquilo que de ordinário damos por assente, instalar o extraordinário no âmbito do familiar, dar corpo a imagens desfazem e refazem sem cessar um mundo banal, ou distorcer os símbolos sob os quais tende a ocultar-se a doação e a exigência do real, são procedimentos estéticos que devolvem o seu sentido literal à metáfora e, como tais, restituem uma potência própria da arte que passa desapercebida quando pensada sob o horizonte do sistema da representação. Procurando ser fiel às experiências de Varda, Herzog e Hendrix, o presente ensaio procura articular elementos para repensar esse conceito chave da estética, ao mesmo tempo em que visa situar a labor artística nesse cruzamento do dado e do imaginário, do involuntário e do voluntário, da realidade e do desejo.
Aquem da biopolitica têm pelo menos dois sentidos quando nos aproximamos da obra de Jacques Rancière. Refere, por um lado, o enclausuramento da política no domínio do que ele denomina de policia, por parte de certas formas da filosofia contemporânea, a conta de uma relação de uma copertença entre o poder e a vida que daria conta do funcionamento das sociedades modernas — nesse sentido, aquem significa uma insuficiência na colocação da questão, o fato de reduzir o problema da política à questão das relações de poder1. Mas aquem da politica refere, por outro lado, a postulação contra-intuitiva da política enquanto processo específico, aquém de toda a partilha policial do sensível, isto é, da política entendida enquanto administração efetiva do comum, seja sob suas figuras históricas hegemónicas, seja sob as suas formas menores emergentes — nesse sentido, aquem diz respeito a um espaço transcendental no qual é possível continuar a colocar a questão da emancipação universal além de qualquer superstição historicista, mas também além de qualquer tentativa de redução da política à ética. Explorar o alcance e os limites desses dois sentidos da reserva crítica de Rancière em relação à questão da biopolítica é o modesto objeto deste artigo.
ResumenLa famosa tesis de Walter Benjamin acerca de la "reproductibilidad" de la obra de arte marcó el comienzo de una era en la que el arte parece haber conquistado una libertad de movimientos, una fluidez nunca antes conocida, rompiendo con su sobredeterminación por el ritual de los lugares sagrados y el culto de las imágenes. En adelante, las imágenes vienen a nuestro encuentro sin ofrecer lo que antes se buscaba en ellas, algo trascendente. Este artículo repasa las ideas de Benjamin y su relectura a cargo de John Berger, para exponer la crítica que de ambos autores hace Jacques Rancière y mostrar, finalmente, cómo los tres coinciden en abrir las puertas a la llegada de una utopía estética. El arte no nos enseña nada, no nos impone verdad alguna; el arte nos llama a aventurarnos en la selva de las cosas y de los signos, exige de nosotros que re-articulemos lo que vemos y lo que pensamos sobre lo que vemos, sin imágenes de un fin o un objetivo a alcanzar.Palabras clave: obra de arte, imágenes, reproductibilidad, Benjamin, Berger, Rancière.Escritura e imagen Vol. 9 (2013): 85-99
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