A etnoictiologia visa descrever e valorizar os conhecimentos dos pescadores artesanais, através estudos que comprovem que estes são portadores de conhecimentos bioecológicos acerca dos peixes que capturam. Desta forma, objetivou-se avaliar a etnotaxonomia e os tabus alimentares dos pescadores artesanais dos açudes públicos Araras e Edson Queiroz (Ceará, Brasil). Selecionou-se uma população representativa de pescadores para cada um destes açudes: Ilha de Esaú, para o reservatório Araras, e Vila São Cosme, para o reservatório Edson Queiroz. Foram realizadas observação participante, entrevistas semi-estruturadas, estímulo visual e turnês guiadas com pescadores das populações selecionadas. Entrevistaram-se vinte pescadores na Vila São Cosme e vinte e quatro na Ilha de Esaú abordando aspectos socioeconômicos da pesca e etnoecológicos das principais espécies de peixes capturadas. Foram citados vinte etnoespécies de peixes e uma de camarão como sendo capturadas nos açudes. Na classificação da ictiofauna, os pescadores utilizam aspectos morfológicos e etológicos, apresentando várias etnoespécies com nomes genéricos e poucas com nomes binomiais. Em sua dieta, estas populações consomem peixes, como principal fonte de proteína animal, havendo restrições por caráter social e cultural. Deste modo, pela consistência dos saberes dos pescadores da Ilha de Esaú e da Vila São Cosme, estes conhecimentos podem ser incorporados na elaboração de planos de gestão e manejo sustentável dos recursos hídricos e pesqueiros dos açudes Araras e Edson Queiroz.Palavras-chaves: pesca, etnoictiologia, reservatório, caatinga.
A etnoecologia busca compreender como diferentes grupos humanos se inter-relacionam com os recursos naturais e ecossistemas que manejam e como os compreendem. Os pescadores passam parte considerável de suas vidas em contato com o ambiente e espécies que manejam, portanto, são portadores de relevantes saberes sobre tais. De modo que compreender as interfaces entre os conhecimentos destas populações e o conhecimento científico, possibilita apontar lacunas a serem investigadas e orientar a conservação dos recursos pesqueiros. Desta forma, objetivou-se comparar os conhecimentos etnoictiológicos dos pescadores artesanais dos açudes públicos Araras e Edson Queiroz (bacia do médio rio Acaraú-CE) com a literatura científica. Para isso, foi selecionada uma população representativa para cada um destes açudes: Ilha de Esaú, para o açude Araras, e Vila São Cosme, para o Edson Queiroz. Foram empregadas estratégias de observação participante, entrevistas semiestruturadas, estímulo visual e turnês-guiadas com pescadores locais. As entrevistas abordaram aspectos etnoecológicos das principais espécies de peixes capturadas na região. Concluiu-se que os pescadores possuem maior conhecimento das espécies nativas, por manejarem-nas há mais tempo e/ou por mudança no comportamento das espécies exóticas ante um ecossistema com características marcadamente divergentes dos ecossistemas de origem destas espécies. Estes conhecimentos podem contribuir para futuros estudos científicos e ser incorporados na elaboração de planos de gerenciamento e manejo sustentável dos recursos hídricos e pesqueiros da região média do Acaraú.
Conhecer a influência de uma pandemia em uma sociedade permite refletir sobre o sucesso ou fracasso das medidas adotadas no enfrentamento e projetar ações de combate em novos casos. Partindo dessa premissa, revisitou-se a gripe espanhola no Estado do Ceará a fim de analisar os impactos sociais causados e a reação das autoridades e da população. Para tanto, remontou-se o avanço da doença no Estado, os danos causados à sociedade e as medidas sanitaristas implementadas. A precariedade dos medicamentos, os altos preços e a incerteza sobre sua eficácia foram problemas enfrentados a época. Apesar de estabelecer ações para contenção e enfrentamento da doença, o Estado e alguns médicos realizaram campanha de desinformação, menosprezando os impactos da doença no intuito de acalmar a população e minimizar impactos à economia.
O avanço das práticas marítimas modernas ampliou a relevância do litoral para as sociedades ocidentais. O processo de urbanização litorânea no Nordeste brasileiro é resultado de intenso movimento de ocupação ao longo da zona costeira. No Nordeste brasileiro, o litoral assume posição de destaque, à medida que reúne grandes núcleos urbanos, tais como as metrópoles nordestinas. A instituição das regiões metropolitanas fortaleceu essa tendência de ocupação do litoral a partir dos núcleos metropolitanos e atingiu os demais municípios litorâneos e metropolitanos. Ações do planejamento estatal nas últimas décadas contribuíram para o provimento de infraestrutura básica aos espaços litorâneos e impulsionou o turismo e a produção de residências secundárias na Região Metropolitana de Fortaleza. A ocupação do litoral tem gerado interações e conflitos socioambientais, assim como tem ameaçado o equilíbrio natural da zona costeira e suas dinâmicas de troca de matéria e energia.
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