Os mortos não vão tão depressa, como quer o adágio;Mas que eles governam os vivos, é cousa dita, sabida e certa.(Machado de Assis, 7/7/1895) RESUMO: O artigo analisa as relações entre a identidade brasileira e suas mitologias de igualdade, harmonia, liberdade e proporcionalidade nos grupos sociais e étnicos.
Palavras-chave:Identidade nacional. História. Mitologia.
CITIZEN!? WHERE'S YOUR IDENTITY?ABSTRACT: This article analyses the core of Brazilian identity and its mythologies of equality, harmony, freedom and proportionality between social and ethnic groups.
Este artigo pretende analisar o uso das metáforas no livro Raízes do Brasil de Sergio Buarque de Holanda, com o objetivo de tomá-las não somente como artifício literário, mas como projeções históricas de longo alcance na formação da identidade nacional. As metáforas nessa obra devem ser vistas como chaves de entendimento de uma teoria da história do Brasil, que Sergio Buarque de Holanda procurou construir para dar conta do processo histórico da formação da sociedade brasileira. A partir do titulo do livro, começamos a compreender as projeções de longo alcance dessas metáforas. Quando o autor fala de raízes, de aventura, de desterro, de semeadura, de limites, de fronteiras e de cordialidade ele nos faz compreender o sentido de nossa história e de nossas desventuras.
Ele não é muito lido nas universidades brasileiras. Acho até que cometo um exagero. Ele não é sequer conhecido nos nossos meios universitários. Refiro-me a John Gray, filósofo da Universidade de Oxford e professor da London School of Economics, figura de destaque no mundo intelectual europeu e americano, considerado uma das inteligências mais brilhantes deste novo século XXI. Apesar de desconhecido entre nós universitários, há algum consolo diante de uma feliz constatação: a maioria dos livros de John Gray foi traduzida no Brasil e teve boa recepção. Para mencionar alguns livros importantes, quem aprecia sínteses filosóficas não deve deixar de ler o ensaio sobre Voltaire, da Editora da Unesp (1999), mas também o ensaio sobre Isaiah Berlin, publicado pela Difel (2000), onde esboça as suas críticas às utopias sociais, antecipando os contundentes ataques ao Cristianismo e ao Iluminismo presentes em seu mais novo livro, ainda inédito no Brasil, Black Mass. No ensaio sobre Voltaire mesclam-se as críticas contundentes à religião do Iluminismo e a sinceridade em valorizar a obra desse filósofo. As considerações de Gray sobre Voltaire são polêmicas, a ponto de concluir que: "a filosofia de Voltaire pouco tem a nos ensinar. O maior legado de Voltaire talvez seja o seu desdém pelas consolações da teodicéia -inclusive a do Iluminismo, que o guiou por toda a vida. A ambição voltairiana de ajudar a humanidade a ser um pouco menos miserável pode bem constituir a mais valiosa herança do Iluminismo" (Voltaire, p.54). Podemos reconhecer em Gray os traços característicos de Voltaire, porque apesar de ser também um herdeiro do Iluminismo, seus escritos têm um profundo desdém por uma filosofia que se consola ao reconhecer que apesar de todos os males, vivemos no melhor dos mundos possíveis.Antes do seu mais recente ensaio filosófico, Gray já nos tinha brindado com obras de profundo conteúdo crítico, derrubando as ilusões de um mundo comandado por um mercado auto-regulado e baseado nos valores da deRevista Brasileira de História. São Paulo, v. 28, nº 56, p.
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