INTRODUÇÃOAs afeções cérvico-vaginais apresentam relevante importância médico-social, não só conseqüente à sintomatologia desconfortável, como também por contribuir para a disseminação das Doenças Sexualmente Transmissíveis (DST).Tais infecções podem estar associadas a um aumento de risco de complicações durante o ciclo gravídico puerperal tais como: parto prematuro, ruptura prematura de membranas, corioaminiotites, endometrite, sepsis pós parto e infecções pós operatórias, além de contribuir na gênese da neoplasia intra epitelial cervical (Hill & Livengood, 1994; Haas etal., 1999).Alguns clínicos sugerem que a maioria das pacientes portadoras de vulvovaginites podem se beneficiar através de tratamento baseado no diagnóstico clínico. Entretanto, a multiplicidade de quadros atribuidas a um mesmo agente ou a freqüência de processos semelhantes, causadas por vários agentes, torna difícil o diagnóstico baseado apenas em dados clínicos. Dessa maneira, deve-se evitar a terapia empírica, pois o tratamento inadequado além de induzir a infecções recorrentes e ser oneroso, não contempla o estado de transmissor. (Barnes, 1989;Spiegel, 1991; Thomason et ai., 1991).A área genital feminina tem uma microbiota bastante dinâmica e complexa, apresentando um equilibrio definido. A flora endógena lactobacilar comensal e o pH vaginal, podem variar na dependência da época do ciclo menstrual e do uso de fármacos antibióticos, quimioterápicos hormonais e anti-inflamatórios. Fatores endógenos e exógenos, como idade da paciente e fundo hormonal, também são capazes de afetar a composição desta microbiota (Fonseca et ai., 1997;Cauci et ai., 1998; Lucena et ai., 1999).I Aluna do curso de especialização em Aná!ises Clínicas-UEL 2 Professor-adjunto do setor