Uma das caraterísticas da presente guerra é a de ser, mais que qualquer outra, uma guerra psicológica. Embora o emprego dos recursos psicológicos como arma de guerra não constitua em si nenhuma novidade, nunca êle assumiu, como agora, um papel de tão alta importância. A significação desse fato avulta ainda mais quando consideramos que, devido ao aperfeiçoamento dos instrumentos bélicos, a participação na luta não é restrita ao elemento militar, mas abrange a população civii, ampliando-se naquilo que se convencionou chamar de "guerra total". Apuram-se, conseqüentemente, a sutileza e a complexidade dos métodos psicológicos de guerra, que visam sobretudo desorganizar a retaguarda do inimigo, abatendo-lhe o ânimo e enfraquecendo-lhe a força combativa. "A presente guerra, diz Morris Krugman, num interessante estudo que será citado muitas vezes nesta dissertação 1 , a presente guerra tem sido chamada guerra total e guerra de nervos.Isso quer dizer que esta guerra não está circunscrita aos soldados, mas inclui nações inteiras, pessoas moças ou velhas, homens, mulheres e crianças. Provavelmente pela primeira vez na história, a população inteira de cada ríação beligerante se acha incluída ativamente no esforço guerreiro. Esse esforço é por vezes ofensivo, mais amiúde defensivo, e com freqüência tem ambas as modalidades. Como conseqüência da guerra mecanizada, a produção dos utensílios bélicos tornou-se tão importante como a luta na frente de batalha. O combate não está mais limitado a determinada frente; pode -e isso muitas vezes acontece -atingir a frente interna, e cada pedaço da pátria pode ser atacado a cada momento pelo inimigo. A população civil