O propósito deste estudo é investigar sobre como a memória é assimilada e disponibilizada pelos meios digitais. Esta interrogação parte do valor que a memória possui para a cultura e para a comunicação para o como é reconhecida na atualidade, projetada por sua totalidade e plenitude. Em razão disso, nota-se que sua presença ultrapassa a funcionalidade tecnológica cumulativa ao se formar como agenciadora das estratégias dos meios em narrativizar e gerenciar os saberes. Estas ocorrências, observadas a partir do Google e do Facebook, serão ainda vistas como determinantes para a formação deste ambiente comunicativo, que centra as experiências de memória a partir do automatismo e do excesso, o que ressignifica suas compreensões coletivas e subjetivas, principalmente.
Resumo:Resenha do livro O parque dos objetos mortos: e outros ensaios de comunicação urbana. A composição da capa, com elementos tipográficos e ilustrações manuais do ambiente urbano dispostas em fundo cinza, revela a primeira pista das temáticas e abordagens da representação da cidade que o leitor encontrará ao longo do livro. Justapostas, decalcadas e fragmentadas, as imagens da capatáxi, televisão, lixos, descartes, prédios, grades -remetem aos objetos analisados ao longo dos artigos, destacando a urbes como espaço de fluxos, entrecruzamentos e disputas simbólicas que formam o ambiente comunicativo.Interessado no debate teórico sobre os temas de comunicação e cidade, Silveira procura analisar a urbes como palco de experimentação de sociabilidades e sensisibilidades tecno-comunicacionais, especialmente engendradas pela proliferação de novas mídias e pelo surgimento de novos aparatos tecnológicos, e como cenário fundamental para compreender as formas de apropriação e ressignificação do espaço público pelos sujeitos sociais. Ao ver a cidade como ambiente em que se geram constantes trocas simbólicas, abastecidas pela reconfiguração da mídia, os textos percorrem específicas abordagens metodológicas e justificadas experiências de pesquisa que se adequam às diversas situações analisadas.Em seu primeiro ensaio, que também dá título ao livro, o autor se vale de um amplo respaldo
O propósito deste estudo é investigar a Comunicologia proposta por Vilém Flusser por meio de seu diagnóstico sobre as transformações éticas, estéticas e epistemológicas impostas às sociedades. Esta interrogação parte da compreensão do autor de que os modelos culturais passam por uma crise, cujo centro está na incerteza sobre a consolidação dos comportamentos, das vivências e dos conhecimentos, especialmente observados nas estruturas educacionais. Tema pouco explorado do pensamento flusseriano, a educação é compreendida como comunicação ideologicamente planejada para o funcionamento social e defendida como possibilidade de construção de novos saberes, mais conscientes e engajados diante dos cenários observados pelo autor. Com o objetivo de realizar a análise desta proposição pedagógica, esta pesquisa realiza levantamento bibliográfico destes temas, postos em diálogo com as demais reflexões de Flusser. Esta contextualização auxilia na contribuição do autor em elucidar a profunda contradição que cerca a formação do conhecimento neste início de século XXI, interposto pela intensificação de dispositivos que prometem o livre acesso global em um ambiente que incita a revisão emergente das estruturas de aprendizado.
Em uma escola particular de São Paulo, videogames pedagógicos são inseridos no cotidiano das salas do primeiro ano do Ensino Fundamental. A pesquisa se dedicou à observação deste projeto em cinco salas, com, ao todo, 142 alunos entre 6 e 7 anos. Observaram-se duas formas de apropriação dos jogos: uma que reforça o programa escolar, e outra que o reinventa. A partir desta ambiguidade, reflete-se sobre a relação entre trabalho e brincadeira/jogo. Seguindo o pensamento de Dietmar Kamper, argumenta-se que a gamificação se apresenta como imposição do imaginário do trabalho sobre a atividade lúdica, que se reconfigura.
O propósito deste estudo é investigar a leitura realizada por Vilém Flusser sobre o fotodocumentário de Joe Heydecker, que retratou em 1941 as condições vividas pelo povo judeu no Gueto de Varsóvia. Para isso, recorre às imagens e aos textos produzidos por Heydecker, às análises produzidas por Flusser sobre este testemunho e a outros textos que produziu no início dos anos 80 para apresentar as especificidades de seu pensamento neste período. Com base nestes textos ainda não publicados, será possível ilustrar como Flusser refletiu sobre o “inconcebível” das tecnoimagens e sobre a possibilidade da fotografia ser meio para uma crítica à imaginação banalizada, o que auxilia a compreender seu pensamento como crítica da barbárie e do fanatismo, observados pelo autor como determinantes para a compreensão da atualidade.
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