RESUMOA ocupação do litoral brasileiro, principalmente nas proximidades das grandes cidades, vem se caracterizando por profunda alteração e deterioração da paisagem. Casas e edifícios são construídos nas proximidades imediatas da orla a ponto de estarem sujeitos a risco potencialmente elevado de perda por erosão. A análise das características geomorfológicas e morfodinâmicas do litoral indicam que o baixo gradiente do fundo marinho, principalmente nas regiões Norte e Nordeste, representa uma vulnerabilidade extremamente elevada a uma elevação do nível do mar que, entretanto, é localmente absorvida pela ocorrência de falésias de sedimentos consolidados e por recifes de arenito de praia. Os impactos de uma elevação do nível do mar são considerados para diferentes feições geomorfológicas induzindo respostas de translação, erosão e inundação. Limites mínimos para o estabelecimento de uma faixa de proteção englobando a zona marinha e terrestre são apresentados e comparados com limites estabelecidos em outros países.
. Abstract: Determinations of the morphodynamic state of beach and suef zone were made on four beaches in Rio de Janeiro state, with two beaches located northward and two westward of Cabo Frio. Twenty four monthly measurements ofbeach and suef zone profiles associated to measurements of wave height and period, sediment settling velocity as well as swash c1imatewere made during low spring tide. The beaches were classified by their modal morphodynamic state, a differentiation due to different wave c1imate and sediment characteristics. With exception for the reflective state, low correlation between the predicted and observed Morphodynamic State were obtained using Dean's parameter (Q). This is a consequence of the low correlation between the grain size (and settling velocity) of the beach face sediments and the topographic gradient, when applied to a single beach. A new approach for the identification of the Morphodynamic State is proposed by inferring the beach and nearshore morphology through the comparison of the wave height and period in the outer breaker zone to the height and semi-period ofwave in the swash zone.. Resumo: Para a determinação do estado morfodinâmico modal de algumas praias do estado do Rio de Janeiro, foram realizados perfis topográficos transversais acompanhado de medições oceanográficas e sedimentológicas durante vinte e quatro campanhas mensais em condições de baixa-mar de sizígia em quatro praias, estando duas localizadas a norte e duas a oeste do Cabo Frio. As mesmas se diferenciaram pelo clima de ondas, pelas suas características sedimentológicas expressas em termos de velocidade de decantação e conseqüentemente pelo estado moda!. A utilização do parâmetro Q de Dean para a identificação do estado morfodinâmico no momento da observação apresentou resultados geralmente insatisfatórios, com exceção do estado refletivo, devido à baixa correlação entre a velocidade de decantação dos sedimentos da face da praia e o gradiente topográfico. Uma nova abordagem de determinação do estado morfodinâmico, no momento da observação, é proposta através da inferência da morfologia da praia e zona de surfe e arrebentação por meio da comparação da altura e período da onda significativa na zona de arrebentação externa e a altura e duração do espraiamento da onda na face da praia. · Descritores: Praia, Morfodinâmica, Estado morfodinâmico, Clima de espraiamento.
Processos erosivos representam um risco para as áreas urbanizadas próximas à linha de costa. Com a finalidade de avaliar o grau de vulnerabilidade à erosão costeira, considerando um cenário de elevação do nível do mar para os próximos 50 anos (até 2060), um conjunto de técnicas, consistindo de comparação de fotos aéreas, levantamentos batimétricos e de perfis de praia, modelagem computacional de refração de ondas, caracterização morfodinâmica da praia, análise granulométrica da praia e antepraia e determinação do perfil de equilíbrio, foi aplicado num arco praial localizado entre a cidade de Rio das Ostras e a Ponta do Pai Vitório, no litoral do Estado do Rio de Janeiro. O arco praial é segmentado em dois semiarcos devido à presença de um promontório rochoso e a desembocadura de um rio junto à cidade de Barra de São João, sendo caracterizado por variados níveis de urbanização e distintos graus de exposição às ondas e ambientes morfodinamicamente diferenciados. Os resultados indicaram um desequilíbrio morfodinâmico em grande parte do arco praial e da antepraia entre Rio das Ostras e Barra de São João, justamente onde a urbanização se encontra mais próxima da praia. Uma projeção de recuo da costa para os próximos 50 anos, considerando a atual taxa de erosão e de elevação do nível do mar e mais a elevação do nível do mar prevista em função do incremento da taxa atual por efeito climático indicou recuos potenciais da ordem de 10 a 30m, o que representa um risco potencial para muitas das construções da orla costeira.
O litoral do Rio de Janeiro foi atingido, nos últimos 15 anos, por duas tempestades excepcionais. A primeira em Maio de 2001 e a segunda em Abril de 2010. A primeira provocou erosão pronunciada na orla costeira voltada para o sul, isto é entre o Cabo Frio e a Marambaia, enquanto a segunda teve esse efeito no litoral leste do estado a norte do Cabo Frio devido à direção de incidência das ondas que em vez de sul sul-sudeste, mais comum, vieram de sudeste. No presente trabalho é apresentada uma análise do comportamento morfodinâmico da orla costeira a norte dos cabos Frio e Búzios, mais especificamente das praias do Peró, Tucuns, Barra de São João e Rio das Ostras (Abricó), antes e após a tempestade de abril de 2010 abrangendo períodos de até 17 anos em Barra de São João (1996 a 2013) a um mínimo de 7 anos (2007 a 2014) na praia do Peró. O clima de ondas de sudeste, para os últimos 30 anos (1981 a 2011), foi obtido por meio de reanálise dos ventos com filtragem posterior para ondas com altura superior a 3 m e 3,5 m consideradas, neste trabalho, como representativas de ressacas excepcionais. Os resultados mostram que esses eventos extremos correspondem efetivamente aos eventos erosivos encontrados, cuja ocorrência se dá numa frequência muito baixa, permitindo a recuperação do estoque de sedimentos da praia e da base das dunas frontais, com exceção da Praia do Abricó em Rio das Ostras, que apresenta uma tendência histórica de déficit no balanço sedimentar. Para o período do clima de ondas analisado não foi identificada uma tendência de aumento da recorrência, principalmente para ondas de altura superior a 3,5 m. A menor frequência de ocorrência de eventos extremos, quando comparado com outros segmentos, mais expostos, do litoral do Rio de Janeiro, se deve à proteção às ondas de sul e sul-sudoeste exercido pela orientação da linha de costa e da sombra exercida pelo Cabo Frio e Cabo Búzios. Isto resulta num clima de ondas limitado a uma faixa de direção de incidência de menor recorrência quando comparado com as áreas não protegidas. Relações entre eventos de El Niño e La Niña com tempestades extremas sugerem uma discreta relação de anos de La Niña com estas ocorrências. Não obstante a elevada resiliência da maioria das praias analisadas, a identificação, para o litoral do Atlântico Sul Oriental, de uma tendência de aumento de altura das ondas, especialmente das ondas mais altas, reforça a necessidade de implantação de uma faixa de não edificação conforme previsto no Projeto Orla do Ministério do Meio Ambiente.
RESUMO O ajuste altimétrico de um perfil de praia ao nível médio do mar pode ser feito a partir da determinação da altura no ponto de refluxo máximo da onda na face da praia, no momento do levantamento, e seu ajuste ao nível médio local (NM), utilizando a previsão da tábua de marés do porto mais próximo, segundo a técnica sugerida por Bigarella et al. (1961). Para avaliar as diferenças dos valores obtidos para o nível de perfis levantados numa mesma posição, sob condições oceanográficas diversas, e para a comparação do nivelamento de perfis localizados ao longo de um arco praial, foram utilizados dois levantamentos efetuados na praia do Pontal (ES), ficando constatado que o método apresenta resultados satisfatórios quando realizado sob condições de mar calmo e sem vento, apresentando, porém, discrepâncias em função do aumento da altura das ondas na arrebentação, o que favorece o maior empilhamento de água junto à costa. A determinação de uma única referência de nível vertical (RN) ajustada ao nível médio do mar, transferida topograficamente para todos perfis do arco praial, permite a comparação correta entre os perfis levantados em diferentes períodos e posições, além de permitir o acoplamento vertical entre o perfil de praia subaéreo e sua extensão para a zona submarina.Palavras chave: Perfil de praia, nível do mar, ajuste altimétrico ABSTRACT The altimetric adjustment of topographic beach profiles to the mean sea-level can be done extending the profiles down to the point of maximum backwash of waves at the beach face and relating the sea height at the moment of observation with local mean sea level, according to the nearest available tide table prevision as suggested by Bigarella et al. (1961). With the purpose to verify the consistence of the method for different beach profiles located at the same position as also for profiles located along a beach arc, the vertical references established in two distinct expeditions to the Pontal beach at the Southern border of the Espirito Santo State (Southeast Brazil), were compared with the vertical reference established under very calm wave and wind conditions, indicating that under small waves the differences were acceptable considering the low precision required for this kind of survey, while under high waves the error became too large. For this reason, establishing an unique vertical reference level, determined under favorable oceanographic conditions, is fundamental to allow an adequate comparison between beach profiles measured at different periods or different positions as also for coupling the sub aerial profiles to the submarine zone.
The inner continental shelf in front of the Massambaba beach, an East-W est striking, 48 km long, double barrier beach, located between the towns of Saquarema and Arraial do Cabo presents a monotonous topography with only few outcrops of crystaline roeles, patches of beach roeles and a sediment cover of mainly relict quartz sand. The topographic gradient, steeper as expected for a passive shelf, reaches the 60 m isobath at a distance of about 4 nautical miles from the shoreline. A large outcrop of beach roele occurs at depths between 48 to 60 Dl, corresponding to the position of the shoreline of possibly 10,000 years ago. A small outcrop, near the profile S-4, at a depth of 4 m and distant 50 m from the beachface, is a good indication of shoreline retreat. The pattern 01 grain size shows a decreasing gradient both toward the East as also toward deeper waters. Ioput of continental sediments to the shelf is almost absent. Consequently the pattern of sediment distribution must primarily be due to the introduction of sediments trough an ancient Pleistocene drainage system, interrupted by the construction of a barrier beach, and to the reworking of sediments due to waves and currents. The interpretation of existing current measurements, as also of the grain size distribution parameters, indicate that net sediment movement is directed to the Past.
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