RESUMO -A insuficiência renal aguda (IRA) tem uma alta morbimortalidade em pacientes de terapia intensiva. A sepse grave e choque séptico são fatores de risco importantes para o desenvolvimento de IRA. A dopamina em dose baixa (0,5 a 3 µ µg/kg/min) vem sendo empregada durante várias décadas como opção terapêutica para a proteção da função renal nestes pacientes, ainda que na ausência de estudos bem controlados.OBJETIVOS. Verificar evidências na literatura que justifiquem o uso rotineiro da dopamina em dose baixa nos pacientes com sepse grave e choque séptico.MÉTODOS. Busca sistemática da literatura, abrangendo bancos de dados eletrônicos (MEDLINE, EMBASE, LILACS) e a busca manual de artigos. RESULTADOS. Dos cinco estudos clínicos randomizados encontra-INTRODUÇÃOA insuficiência renal aguda (IRA) é uma sindrome clínica caracterizada por queda rápi-da na filtração glomerular, alteração na distribuição extravascular de fluidos, distúrbios na homeostase de eletrólitos e equilíbrio ácido-base, e na retenção de nitrogênio proveniente do catabolismo protéico 1 . Em sua grande maioria, a IRA intrínseca é induzida por isquemia e/ou nefrotoxinas, e classicamente está associada com necrose das células epiteliais do túbulo renal (NTA) 1,2,3 . Nos pacientes internados em terapia intensiva, a grande maioria das agressões renais têm como fisiopatogenia a lesão direta ou a lesão isquêmica. Assim, a disfunção renal nestes pacientes abrange os mecanismos pré-renal e renal.A IRA ocorre em aproximadamente 5% das admissões hospitalares e em até 30% das admissões em terapia intensiva. A oligúria ocorre em 50% dos casos. Apesar de reversí-vel em grande parte dos casos, a IRA está associada com altas taxas de morbi-mortalidade, geralmente relacionando-se a graves doenças de base e sérias complicações 2,4,5 .A necrose tubular aguda (NTA) difere da insuficiência renal pré-renal porque está associada à lesão do parênquima renal, não se resolvendo imediatamente após a restauração da perfusão. A NTA é o resultado de hipoperfusão mais intensa e prolongada, e geralmente está associada a outras afecções como sepse e nefrotoxinas, além de pacientes submetidos a grandes cirurgias, trauma, e grandes queimaduras. A sepse induz à hipoperfusão renal devido à ocorrência de vasodilatação sistêmica e vasoconstricção renal. Ainda, a endotoxina sensibiliza o tecido renal aos efeitos deletérios da isquemia 1 . O diagnóstico da insuficiência renal aguda baseia-se principalmente na história sugestiva de lesão renal e em dados laboratoriais, podendo ou não haver sinais clínicos de insuficiência renal 1,2 . Clinicamente, a IRA pode se manifestar pela presença de edema, hipertensão, insuficiência cardíaca congestiva, alterações decorrentes da uremia, tais como confusão mental, coma, sangramentos etc. Está acompanhada de oligúria em aproximadamente 50% dos casos: diurese menor que 400 ml/ dia ou menor que 0,5 ml/kg/hora em adolescentes e adultos, e menor que 1 ml/kg/hora em lactentes e crianças 1 . Do ponto de vista laboratorial, o diagnóstico de IRA baseia-se n...
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